sexta-feira, 12 de junho de 2015

Obrigado, Diego Costa (ou uma viagem para Capão Bonito)


Buenas. Para esse ano de Segunda Divisão Paulista, eu me prometi tentar ver mais partidas em locais distantes, nem que para isso eu tivesse de ir em menos partidas no ABC e Grande São Paulo, e foi nesse espírito que fui parar em Capão Bonito. Tenho de admitir: a iniciativa não partiu de mim, mas do casal Furlan e Tainá, e também tive a companhia dos camaradas Chicão e Gabriela. A bem de verdade, o programa envolvia tão somente um rolê pela região, com passagens por cidades como Pilar, Piedade, São Miguel Arcanjo e Ibiúna. O fato é que como estaríamos por aqueles lados, nada custava ver uma partida dessa competição sensacional, e o jogo em questão era Elosport e Barcelona de Capela, dois times que eu nunca havia visto ao vivo; o Elosport por geralmente cair em grupos longe da região metropolitana (explica-se: a Segunda Divisão do Paulista é a competição do estado com maior número de participantes, 35 ao todo. Por conta disso, há uma divisão em grupos seguindo um critério regional), e em relação ao Barcelona, este possuí inúmeras dificuldades só para entrar em campo, e toda chance de vê-lo pode ser a última. A maior dessas dificuldades, como era de se esperar, é a falta de dinheiro, mas eis que uma cria barcelonista entra em cena: Diego Costa. Na negociação envolvendo o Atlético de Madrid e o Chelsea, rendeu uma grana para o clube formador. Por conta disso, agradeço o atacante, que por seus gols, me permitiram ver o Barcelona ao vivo pela primeira vez em minha vida.

Sobre Capão Bonito, é uma cidade típica do interior, em que pude perceber que pelo que estávamos ter uma placa de fora da cidade e adjacências, eramos tidos como atração turística por quem quer que parássemos pra pedir informações, especialmente a de um senhor que deu um tapa no carro, assim como se faria com um cavalo, após nos orientar. O estádio Dr. José Sidney da Cunha fica na Av. Adhemar de Barros, que não segue um trajeto lá muito reto, o que acaba confundindo, e tal confusão fez com que chegássemos ao estádio com certo atraso. Só conseguimos entrar quando o jogo já estava na casa dos 10 min. O estádio é dos mais simpáticos que já vi na vida, com direito à um mural com uma caveira tipo àquela que o Seu Madruga desenhou na lousa (PE-LI-GRO). Haviam arquibancadas atrás dos dois gols e na lateral direita (onde fica o setor coberto, que também abriga o bar), e os degraus são tão inclinados quanto na Vila Belmiro. Do outro lado, estão as cabines de imprensa, escritório da diretoria, banco de reservas, vestiário, base do policiamento do estádio, e talvez mais alguma coisa. Finalmente sentamos, afinal, eram pouco mais de 100 viventes presentes, logo, o que não faltava era espaço, e depois de acomodados, observamos a paisagem, que é repleta do verde típico do interior paulista: plantações de milho, eucalipto e mais alguns produtos essenciais ao agronegócio. Ao observar tudo isso, os presentes logo perceberam que não éramos da cidade, e por alguns instantes também fomos atração lá, mas como a partida já estava rolando e o time da casa estava bem, as atenções logo se voltaram para o jogo.


O Elosport estava melhor, atacando sobretudo pela direita, com o lateral Juninho, que apoiava bem e defendia na base da porrada, mas eram porradinhas discretas, tanto que só foi ganhar cartão amarelo aos 16 min da segunda etapa, e por cera! Da parte do Barcelona, o time tocava bem a bola, numa tentativa de tiki-taka mais humilde, sem conseguir o objetivo desse estilo de jogo - a posse de bola - e sofrendo do mesmo mal dele - a falta de finalizações. O goleiro do time da casa pouco fez durante toda a partida, e a bem de verdade, o visitante também não, o ponto é que o Elo foi extremamente eficaz. Foi em uma jogada pela direita que o time verde conseguiu uma falta: bola alçada na área e o Diego, zagueiro, subiu mais que todo mundo, pra aos 24 min colocar o Galo do Sul em vantagem. Cabe dizer que, a dupla de zaga do Elosport, Diego e Celso, era composta de zagueiros-zagueiros da mais fina estirpe. Celso, por exemplo, usava e abusava dos bicões pra frente, e é carinhosamente chamado pela torcida  de Alemão, por ser loiro oxigenado.

Após o gol, o Barcelona conseguiu fazer algumas finalizações, ainda que sem muita qualidade, sem exigir muito da defesa dos mandantes, que por sua vez, diminuíram o ritmo, e assim a partida ficou até o final da primeira etapa. No intervalo fiz a avaliação da gastronomia do estádio, com espetinhos, pipoca (fornecida por um pipoqueiro em seu carrinho, que também tinha algodão doce) e cerveja, com álcool (temos isso nas ~~Arenas~~?). Fui na cerveja - da marca consagrada pelo Aloísio Chulapa -, em que o sujeito do bar faz questão de mostrar a latinha, colocando toda ela no copo:1 por R$ 3, 50, 3 por R$ 10, preço honestíssimo para um estádio. Aprovei a cerveja, o espetinho foi aprovado pelo camarada Chicão, e ninguém estava a fim de doce, mas no geral, a gastronomia do Dr. José Sidney da Cunha foi aprovada.

Início de 2º tempo, e o jogo continuou na mesma toada, tanto que em mais um lance pela direita, a bola foi alçada à meia altura, incrivelmente passou por todo mundo, exceto por Thiago, que deu uma espécie de peixinho sem pulo para fazer Eloporst 2 x 0 Barcelona. A partir disso, os visitantes tentaram pressionar como costumam fazer fora de casa, pois todas as vitórias conquistadas pelo Barça Paulistano ocorreram fora de seus domínios, mas ao contrário das outras ocasiões, esse abafa não foi lá muito bem sucedido, pelo menos não o bastante para conseguir ao menos o empate, mas o suficiente para alcançar um gol aos 44 min do 2º tempo, em que Wedson aproveitou rebote do goleiro, assim como Suarez no dia anterior em Berlim, e deu números finais à partida, afinal, dois Barcelonas não poderiam ganhar no mesmo final de semana...Fim de jogo, e a certeza de uma longa viagem de volta.