sábado, 26 de fevereiro de 2011

Mussi Volanti

No futebol, vemos vários casos de equipes que adotam "gracejos" que lhe foram destinados por zuera, depreciação, preconceito, e por aí vai. Foi com o Palmeiras (porco), com o Naútico (timbu), entre outros (se bem que alguns continuam sendo depreciativos, e provavelmente não serão adotados, como bambi para o São Paulo ou bananas de pijamas para o Avaí).

Isso ocorre em todo o mundo. Mas tem um em especial que muito nos agrada. Na Itália, como em qualquer outro país, vemos muitas rivalidade regionais, nem tão famosas como as que vemos de maneira mais corriqueira, mas nem por isso são menos importantes ou menos disputados. Resumindo, é o famoso clássico.

Vamos para Verona, cidade conhecida por sua grande quantidade de teatros, óperas e construções romanas. Verona tem dois times; Hellas e Chievo. O primeiro foi fundado por alunos de um colégio de elite, tanto que colocaram o nome do time de "Hellas", a palavra que em grego quer dizer "Grécia", em homenagem ao classicismo e tudo quanto é coisa desse genêro. Já o Chievo foi fundado por pessoas do povoado de mesmo nome, um Amandaba italiano, com apenas 2,800 pessoas, que tinha como principal parceiro a Padaria Paluani, que era tão importante que o nome da padoca fazia parte do nome oficial do time (Paluani Chievo).


Nenhum dos dois impressionavam muito fora dos limites regionais, se bem que o Hellas frequentemente disputava a Serie A e foi pra 3 finais da Copa da Itália, enquanto o Chievo amargava as divisões inferiores. A situação piorou para o Chievo nos anos 80, quando anabolizado por um grande patrocínio, Hellas conquistou o Campeonato Italiano na temporada 84/85. Desde os anos 50, quando o Hellas subiu pela primeira vez para a Serie A, sempre diziam que "burros poderiam voar antes do Chievo subir para a Serie A".
Ao contrário dos clubes citados no começo do post, que logo depois de receberem esses insultos começaram a vencer campeonatos, os torcedores do Chievo ficaram mais de 40 anos ouvindo isso, sem poder argumentar, pois o time não ajudava. Mas uma reviravolta se armava...

Quando o dinheiro acabou, isso lá pela década de 90 , o Hellas começou a perder força, e a partir dos anos 2000, começou a cair de vez. Por sua vez, o Chievo, que nunca teve dinheiro, começou a apostar num planejamento a longo prazo, e finalmente, em 2001/02, o Chievo sobe para a Serie A! A primeira coisa que fizeram? Fizeram um grande bandeirão, contendo um burro com asas. E na temporada 2002/03, o Hellas foi rebaixado, e os torcedores do Chievo responderam prontamente; fizeram um bandeirão ainda maior. Atualmente, o Chievo faz campanhas seguras na Serie A, e o Hellas pena na Serie C. Além disso, o Chievo tem um merchandising mundial com essa história, e é adotado por uma série de estrangeiros que visitam a cidade. Um dia, haveremos de conseguir uma bonequinho desses aí...
(ps: o título do post simplesmente quer dizer Burros Voadores no dialeto de Verona)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O que será que muda agora?



É essa a pergunta que os torcedores do Marília fazem, após a renúncia do presidente Beto Mayo. Ele permaneceu no comando da equipe por longos anos, fazendo uma série coisas questionáveis, como tentar calar reporteres e assinar parcerias suspeitas. Mas mesmo com sua renúncia, o Marília está sem patrocinador, sem parceiro, e o jogador mais importante da equipe até o momento, Caio Taveira, anunciou sua saída.

A pergunta também vai no sentido de que o presidente que assumiu, Antônio Carlos de Souza, vulgo Sojinha, é cunhado do vice-presidente, além de ser presidente do departamento do saneamento da cidade, e ter sido a principal liderança do PT da cidade. A principal meta é escapar do rebaixamento para a A3, o que ficou mais fácil após a vitória sobre o concorrente direto Sertãozinho, por 3 x 2.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Vai Começar!!!

Sim, vai começar! Sim, a Segunda Divisão Paulista! A nata do futebol do interior vai desfilar seu talento e sua simpatia pelos gramados de quase todo o interior, com as emocionantes transmissões da Rede Vida, e a costumeira fanfarronice que rodeia esse ambiente. Vários clubes tradicionalilíssimos na região terão de se superar caso queiram a tão almejada promoção para a Série A3, se bem que infelizmente grande parte luta mesmo é para continuar existindo. E como de costume, o Futebol Interiorano vai abordar a história, e o presente, de algumas equipes. Gostaríamos que pudessem ser todas, mas se não conseguimos cobrir as 20 do Paulistão, o que seria então das 46 da Segundona? Faremos o seguinte; focaremos na história e no contexto das equipes que vocês não viram no ano passado, e no final de cada turno, apresentaremos um resumo, falando se tal equipes foi bem, se cumpriu ou não suas expectativas, e outras coisas do genêro.

Hoje começaremos com o Periquito da Vila Famosa, a gloriosa Sociedade Esportiva Palmeirinha, da cidade de Porto Ferreira. A equipe foi fundada em 55, mas só foi se profissionalizar em 67, mas se licenciou já em 69, devido ao fim que a FPF deu na Terceira Divisão. O Palmeirinha volta ao amadorismo...só que em 80, o time volta, e começa a fase mais vitoriosa da história do clube, com os títulos da Série Prata da 3ª Divisão (equivalente a 4ª Divisão) de 82, e no ano seguinte foi campeã do Paulista de Juniores da 3ª Divisão... mas ficou por aí. Em 85 o clube se licencia novamente, mas se estamos escrevendo esse texto, é por que ele voltou, e não demorou, pois foi logo em 88. Em 91, inaugura-se o estádio da Vila Famosa, com seus 4,500 lugares, que ficaram lotados para ver a primeira partida da história da cancha, contra o Corinthians. Não, não era o Corinthians de Presidente Prudente, nem o de Presidente Venceslau (que por sinal não tinha o "h"), mas o da capital paulista. Veio todo o elenco campeão brasileiro, com o goleiro Ronaldo e Neto. E o Palmeirinha acabou vencendo a partida por 1 x 0. E o clube ficou vagando, entre a 3ª e a 4ª Divisão, sempre sem muito dinheiro, o que culminou na desistência da vaga na Segunda Divisão de 2008.
Ano passado, o clube mais uma vez estava sem muito dinheiro, apenas o suficiente para participar do campeonato...só que o desempenho foi muito ruim. O clube caiu no perigoso grupo 3, junto de Inter de Limeira, Velo Clube de Rio Claro ("apenas" os dois clubes que subiram), Brasílis de Águas de Lindóia, Guaçuano de Mogi Guaçu, Radium de Mococa e Independente de Limeira. Este foi o desempenho do Palmeirinha; 12 partidas, 11 derrotas, 1 vitória, 7 gols marcados, 35 gols sofridos. A única vitória foi contra o Guaçuano, paradoxalmente, na casa do rival, 1 x 0. Mas os 3 pontos dessa vitória foram anulados devido a escalação irregular de um atleta, então o Palmeirinha, pela primeira vez em sua história, ficou sem pontuar em uma competição. Porto Ferreira têm cerca de 54,000 habitantes, mas por uma série de fatores, poucos iam ver o time, sendo que o clube teve uma média de público de 76 em seus jogos em casa.

Para esse ano, a diretoria busca parceiros para poder montar o elenco, visando fazer uma campanha melhor que a de 2010, o que venhamos e convenhamos, não é algo muito difícil...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Paraíba



Que o futebol do Nordeste não está bem, infelizmente, isso não é novidade. recebemos a informação de que o Botafogo de João Pessoa, Paraíba, terá de leiloar seus trofeús, para poder pagar divídas trabalhistas. A diretoria está trabalhando na adequação legal do projeto de venda da sede social do clube, a Maravilha do Contorno, colocando ela nas escrituras de posses do clube. Isso é reflexo da falta de apoio que o futebol de muitos estados do Brasil sofrem. Tal problema vai no sentido das contradições econômicas do país, que espalham uma desigualdade violentissíma pelo país, o que exerce influencia direta não só no futebol, mas em todos os campos da vida.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sobre conurbação, regionalismo, meios de comunicação e torcidas

Conurbação; fenômeno que ocorre quando uma cidade cresce e começa a se fundir com outras. Resumindo, é isso, algo como ocorre com São Paulo capital/ABC. Passamos por 2, 3 cidades, em um só dia, seja pra ir pro trabalho, pra escola, pro estádio, ou pra vadiar mesmo. Isso é um fenômeno comum no mundo, só que mais comum em alguns lugares do que em outros.

O reflexo disso no futebol é evidente; algumas equipes, que ficam em centros maiores, passam a "engolir", se assim podemos dizer, as que ficam em cidades vizinhas. Mais uma vez, pegando o exemplo SP/ABC, no ABC vemos vários torcedores de equipes da capital, pois basta 1 hora, 1 hora e 30 min, para se chegar em qualquer estádio da capital, isso de trem. Caso vá de carro, pode-se ir ainda mais rápido, desde é claro que não se enfrente o trânsito da capital paulistana (o que ultimamente pode ser considerado um verdadeiro milagre).

Isso ocorre em vários lugares do Brasil, e do Mundo, mas com impactos diferentes, devido a fatores sociais e históricos. Uma comparação com a Argentina. O Campeonato Argentino pode ser considerado um campeonato municipal de Buenos Aires, com alguns participantes de outras regiões. Bem, é sabido que equipes como Boca Jrs, River Plate, Racing e Indepiendente tem torcedores por todo o país, mas também vemos equipes de menor expressão, como All Boys, Olimpo e Quilmes lotarem seus estádios. No Brasil, ultimamente nem Guarani e Ponte Preta conseguem lotar estádios, colocam em média 6,000 pessoas por jogo, e a situação piora quando falamos de equipes que ficam perto das capitais, ou até mesmo nelas, em muitos casos equipes tradicionais, como a Portuguesa em SP ou o América no RJ, enquanto o já citado All Boys coloca 15,000 no Islas Malvinas. Um fator pra isso é o forte bairrismo que existe por lá, e o outro, mais amplo, é que não vemos um processo de cornubação metropolitana como o existente em SP.

Um pouco de História. Isso se dá por quê desde os tempos de colonização, a Coroa Espanhola determinou que houvesse uma certa distância, muito grande de preferência, entre uma cidade e outra, justamente para não existirem grandes centros, além de outras normas em relação a construção de cidades. Enquanto isso, os portugueses fizeram tudo de qualquer jeito, sem dar muita importância pra isso. Essa diferença não se deu por organização de uns e esculhambação de outros. Os espanhóis chegaram na América na década de 1490, mesma década em que haviam expulsado os mouros (povo muçulmano) de seu território. Os reis da Espanha temiam que seus súditos que fossem colonizar a América não soubessem muito bem o que era "ser espanhol", pois os mouros ficaram na Espanha por séculos, e suas marcas ainda eram muito profundas, com sua cultura ligada aos árabes e ao islã. Se os espanhóis na América por algum instante ficassem confusos quanto a sua nacionalidade, o que os impediria de se voltarem contra a Espanha? Então a melhor maneira era controlá-los rigorosamente. Em relação aos portugueses, estes haviam consolidado seu país em meados de 1300. Já se sabia bem o que era "ser português", não havia o medo dos que pra lá fossem, se voltar contra Portugal, então não havia razão para controlá-los rigorosamente.

Falando em relação a Europa, as cidades lá foram construídas de maneira ainda mais organizada, evitando com o maior esforço possível um crescimento desordenado. Além disso, há um forte regionalismo. Em 2008, houve uma pesquisa em relação ao Campeonato Inglês, e descobriu-se que o Manchester Utd era o time com o maior número de torcedores na Inglaterra, cerca de 4, 600 milhões. Mas não era o preferido da cidade, sendo que mais de 60% torciam pro Manchester City, e os torcedores do Manchester de fora da cidade eram de regiões onde não haviam times, ou se haviam, eram da 4ª Divisão pra baixo. Naquele ano, viu-se que o time que contava com o maior indíce de aceitação em sua cidade era o recém ingresso na 1ª Divisão Hull City, com 88%, porém este não contava com nenhuma base fora de sua cidade. E isso ocorre em praticamente todos os países europeus. Mas uma coisa deve ser levada em conta; a Inglaterra é a inventora do futebol. Vários times foram fundados com o intuito de representar um bairro, uma cidade ou uma fábrica, e as pessoas abraçaram esses times, pois foram criados antes mesmo da disseminação do rádio ou da invenção da TV, meios de comunicação que encurtaram distâncias e aboliram fronteiras. E essas marcas permaneceram a tal ponto que num jogo da FA Cup (a Copa da Inglaterra, o torneio mais antigo do mundo) em que estávamos vendo, Leyton Orient e Arsenal, ambos de Londres, haviam mais torcedores do Leyton do que do Arsenal, levando-se em consideração que o Orient está na 3ª Divisão e ano a ano luta contra a falência, enquanto o Arsenal frequentemente disputa partidas internacionais.
Ainda sobre a Europa, não existe nenhuma grande torcida em alguns países por uma série de motivos. Na Espanha e na Itália, nem todo o país pode ser chamado de Espanha ou Itália (esta foi discutida numa postagem recente, "Sobre a "Itália"). Existem várias línguas, várias culturas, e a região mais rica e forte politicamente (no caso da Itália, cidades do Norte, como Milão e Roma, e no caso espanhol, a região central, de Madrid) tenta controlar as demais. Equipes como o Real Madrid e o Milan, embora tenham algumas da maiores torcidas de seus países, também contam com o maior indíce de rejeição nas regiões onde possuem antipatia, assim como o Barcelona e o Napoli nas regiões centrais, pois são os extremos opostos. Porém em países mais homogêneos culturalmente, em que as contradições são de ordem econômica, sem nenhum tipo de violência étnica, a tendência de haverem grandes torcidas para poucos clubes e maior, como é o caso de Portugal, e o trio Benfica-Porto-Sporting, em que o futebol se desenvolveu junto da expansão dos meios de comunicação, que sob o controle das elites, que buscaram homogenizar o país, espalhando uma noção única de identidade nacional, sendo o futebol uma importante ferramenta para isso, com a Seleção fazendo isso no plano internacional, e clubes de regiões centrais fazendo isso a nível nacional. Isso ocorreu durante a ditadura Salazarista, que durou da década de 30 até a de 70. É um fato, nenhum clube de uma região tida como "interior" conta com uma grande torcida, mesmo que faça grandes feitos.
Voltando ao Brasil (puxa, esse post está maior do que o habitual...). O Campeonato Brasileiro é um dos mais equilibrados do mundo, e cada região tem um time que pode ser considerado "grande", por ter feito grandes coisas em sua história ou coisa que o valha. Então por quê o Flamengo tem a maior torcida do país? Vimos um fantástico Guarani na década de 70 e 80, mas este não conseguiu angariar torcedores como Flamengo. Isso é influência da maneira como os veículos de informação são usados. No Estado Novo (1930-45), buscou-se construir um ideário nacional, e o futebol foi umas das mais importantes peças para isso. A programação da Rádio Nacional, situada no Rio de Janeiro, transmitia sua programação por todo o Brasil, ignorando diferenças culturais. Nisso, partidas do Campeonato Carioca também eram transmitidas. Como não havia um campeonato nacional, os times frequentemente excursionavam pelo país inteiro, o que permitia que fossem mais regularmente vistos. E por ficarem nos centros econômicos, tais equipes tinham mais recursos para montar times competitivos. Após o fim do Estado Novo, esse projeto continou. Só muito recentemente passamos a ver transmissões dos Estaduais de Bahia, Ceará e Pernambuco, mas os demais estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste recebem os jogos dos campeonatos do RJ e de SP. O que dizer então das divisões inferiores dos Estaduais? Muitos afirmam que estes campeonatos não são televisionados por serem fracos tecnicamente, mas a tendência é que eles continuem assim caso não recebam apoio. Se somarmos a falta de apoio à incopetência de muitos dirigentes, vemos que o futebol profissional está ficando muito, mas muito restrito, e o torcedor de clubes que constantemente são excluídos da mídia, que não tem muito apoio financeiro, ou mesmo apoio da cidade em que se localizam, tendem a sofrer mais, só por quererem ver seu time em sua cidade e em seu estádio...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Futebol Feminino no Oriente Médio



Está confirmado! Esse ano teremos o 1º campeonato de futebol feminino da Palestina. Anteriormente, o máximo que existia era um campeonato tipo society, com 5 atletas, tudo num espaço coberto. Agora, poderemos ver um formato mais "ortodoxo". Houve uma partida inaugural, entre o Sayerat de Ramala e o Deyara de Belém. A equipe de Belém venceu por 2 x 0, mas essa foi uma daquelas raras partidas em que o que menos importa é o resultado...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre crises financeiras e resultados esportivos na Série A2

Relatamos aqui crises financeiras de alguns times que estão na Série A2. A Série A2 já começou, e por uma lacuna nossa, vocês não sabem como é a fórmula de disputa do campeonato. Serão dois grupos regionais, cada qual com 10 times, sendo que os 2 últimos de cada grupo serão rabaixados para a Série A3, e os 4 primeiros de cada grupo serão encaixados em 2 grupos, sendo que os 2 primeiros desses grupos irão ganhar o acesso para a Série A1, e os dois 1º colocados farão a final, que será em jogo único, no campo do time de melhor campanha.

Seja como for, informaremos isso numa outra oportunidade, pois esse não é o nosso foco. Os 4 times que seriam rebaixados seriam o Palmeiras, sediado em Jaguariúna, Rio Branco de Americana, Marília e Sertãozinho. Tirando o Palmeiras, todos esses passam por grandes crises. O Rio Branco já sofreu com o crime que foi o "nascimento" do Americana, concebido numa maracutaia que até hoje poucos sabem como aconteceu. Além desse problema, teve o episódio da parceria. Depois da diretoria cancelar a parceria com Totó Bressan, alegando um alto custo, assinou com a Anjobol, que vinha de um fracasso no Taquaritinga, que culminou no rabaixamento dessa equipe para a Série A3. Agora, Napeoleone Jr., presidente da Anjobol, acusa Carlinhos Folha, um dos diretores do Rio Branco, de não cumprimento do contrato, e de uma maneira um tanto quanto mal explicada, cobra R$1 milhão. Mas não faltam questionamentos quanto a legitimidade dessa parceria. O Rio Branco tem uma dívida estimada em R$7 milhões, e teve de vender sua sede náutica, mas houve um problema nisso; nem todo o dinheiro da venda foi para o clube, e muitos acusam vários diretores, inclusive Folha, por esse sumiço. Além disso, Folha diz ser secretário de Sardelli, vereador da cidade (que foi um dos articuladores do roubo chamado Americana), que por sua vez, nega tudo isso. Resumindo; vemos um cenário nebuloso, tanto no político, quanto no financeiro, do Rio Branco de Americana, que amarga a última posição em seu grupo, com apenas 4 pontos em 9 jogos, atestando a incopetência e falta de qualidade do time montado pela Anjobol e da diretoria do Rio Branco.

O outro que hoje seria rebaixado, o Marília, não vive um cenário tão turbulento, mas também não passa por dias de calmaria. O time está sem dinheiro, e o presidente do time, Beto Mayo, aparentemente não se mexe em relação a isso. Denúncias de ameaças contra jornalistas e autoritarismo na direção do clube são comuns, assim como o atraso de salários. Mesmo assim, Mayo se recusa a largar a presidência. Recentemente, surgiu uma denúncia de falsificação do número de pagantes; a diretoria afirma que foram apnes 216, mas era fácil perceber que haviam mais do que 1500, para evitar a penhora, dizem alguns. Além é claro, da estranha parceria com Júlio Sports, em que essa fica com 60% do lucro da venda de jogadores, e o Marília com 40%. Isso repercurtiu quando uma série de jogadores que entrariam pelo MAC (e que o clube teria 60% das cotas sobre ele, e a parceira os 40% restantes) foram barrados em vários testes, e atletas da parceira, ainda que fossem mais fracos tecnicamente, foram barrados. Assim, o MAC somo 6 pontos em 9 jogos.

Um que não ocupa a zona de rebaixamento, mas pass por grande crise, é o América de São José do Rio Preto. A crise financeira é grave, e muito por incompetência, e não poucos afirmam safadeza, da diretoria do time, personificada no presidente Zanirato. Denúncias de cheques sem fundo repassados deliberadamente e atletas sem uniformes são recorrentes. Recentemente, o CT do time foi vendido, e grande parte do dinheiro dos salários foi paga, assim como toda a comissão técnica foi demitida. Mas problemas ainda existem, como a notável incopetência da diretoria, que chegou ao cúmulo de um diretor mandar uma carta prum jornal afirmando que torce pro rebaixamento do Mirassol por eles serem organizados (?!?!?). Confuso? Nós também achamos. A sorte do América é de estar no mesmo grupo de Marília e Sertãozinho, que montaram elencos ainda mais fracos, o que possibilita o América somar 10 pontos em 9 jogos, o que garante a permanência, que nessa situação, é lucro.

Sobre o Sertãozinho, este está em queda livre. Depois do rebaixamento da Série A1 do ano passado, todos esperevam que o clube ou subia de novo, ou ficava no meio da tabela, o que aconteçe em quase todos os anos. A equipe passa por alguns problemas crônicos, sendo o mais grave a falta de dinheiro. Mas o mau planejamento também está pesando, e o time nada a braçadas rumo a Série A3.

Bem, é isso, caso fiquemos sabendo de qualquer coisa, vocês saberão logo em seguida, e se vocês souberem de alguma coisa, compartilhem, pois aqui, a informação é comunitária...seja lá o que isso queira dizer...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Será que volta?...

...Esperamos que sim. Trata-se do terceiro clube mais antigo do estado de SP, o Clube Atlético Pirassununguense, com 103 anos, campeão do interior de 54, e oriundo de Pirassununga, a Cidade da Cachaça. O presidente do time, Jorge Luís Lourenço, vulgo Jóia, firmou parceria com a Sul Americana, empresa do ramo de futebol. Tudo ainda está sendo montando, pois voltar não basta, o objetivo é voltar bem. Para tanto, especula-se chamar o ex-jogador Ailton Lira para o cargo de treinador. Assim como outros times que conseguiram angariar recursos para voltar, como o Novorizontino, esperamos que a torcida cepeana possa voltar a ver o Gigante do Vale.

Sobre a "Itália"

Aqui estamos novamente, abordando questões nacionais, étnicas, históricas no futebol. Cremos que grande parte das pessoas que leiam isso aqui, e que acompanhem futebol, veêm um jogo ou outro do Campeonato Italiano. Times mundialmente famosos, que em possuem em sua equipe jogadores de renome, que estão entre os melhores do mundo, além é claro de equipes que representam cidades históricas, charmosas, como a Udinese, de Udine, cidade que possui o maior festival de cinema oriental da Europa.

Bem, mas para os que acompanha, sabe que o Certame Italiano é extremamente desequilibrado. Apesar de 16 equipes já terem vencido o campeonato, é bem desequilibrado. Não especificamente no sentido econômico, mas regional. "Como assim?", somo indagados. A Itália, apesar de não parecer, é um país novo. A Itália se unificou no final do século XIX. Antes disso, era um punhado de países, reinos, ou coisa que o valha, independentes, cada qual com uma língua e uma cultura própria. A idéia de unificação foi concebida pela elite do Norte do país, que procurava aumentar seu poder militar e econômico. No final das contas, a Itália foi unificada, com o Norte ficando rico, industrializado, e o Sul, exencialmente rural e pobre, e nesse processo de unificação, a cultura do Norte foi imposta de maneira violenta, ignorando diferenças culturais, sendo a língua oficial a derivada da região de Florença. E essas marcas perduram até hoje.

Ao contrário do senso comum, a Itália não é um país rico, não em sua totalidade. Milão, Turim, Roma, Florença, Gênova são cidade riquíssimas, mas Palermo, Nápoles, Bari são pobres. É algo próximo ao que vivemos no Brasil, com o Sul rico e o Norte-Nordeste pobres, e as dificuldades no Sul da Itália são muito próximas dessas regiões do Brasil. Aqui, temos problemas de racismo, e em menor grau, sectarismo. Movimentos que nem "São Paulo para os paulistas", ou aqueles de separação do Rio Grande do Sul, que ultimamente ganham força entre setores das classes médias dessas regiões (vide Mayara Petruso e suas twitadas), mas que não são respondidos de maneira recíproca pelo Norte-Nordeste. Porém na Itália, a situação é tensa de todos os lados, pois ao contrário do Brasil, constantemente habitantes do Norte negam o caráter de "italiano" aos do Sul.

A desigualdade econômica reflete no futebol no sentido de que dos 16 campeões italianos, só dois sejam do sul; o Cagliari, da Sardenha, e o Napoli, de Nápoles. Não é preciso dizer que essas equipes, além de serem do Sul, atrairam o ódio de extremistas do Norte, pois também foram vitoriosas. E ódio só gera mais ódio, que começou a ser comum entre extremistas do Sul.

Bem, aqui já vemos isso, pois só Bahia e Sport ganharam o Campeonato Brasileiro. Mas um dos principais pontos vai numa direção; Seleções Nacionais. Aqui, o futebol foi usado como elemento unificador, como algo que define o "ser brasileiro", lá, também, mas como o processo político foi bem violento (não que aqui não tenha sido violento, mas contou com todo um contexto pra não deixar que isso explodisse, leia-se, redes de poder e influência, além de uma enorme dimensão terriorial),e mais recente, essa contradição ainda é bem presente.

Nisso, damos um salto, até a década de 80, quando o Napoli começa a vencer, escorados por uma geração genial, que continha Diego Maradona. O Napoli passou a ser mais odiado, e Maradona também. Mas como o próprio Pibe diz, ele amava Nápoles, e os napolitanos o amavam. Aí, temos a Copa do Mundo de 90, sediada na própria Itália. Tudo muito bonito e pacífico, com a mídia empurrando o "ser italiano" goela abaixo daqueles que antes, e depois, da Copa, lhe negavam isso. A relação Nápoles-Maradona era tão intensa que os napolitanos mais torciam pra Argentina do pela Itália.

Mas aí, veio um jogo decisivo entre Argentina e Itália...em Nápoles. A imprensa italiana chamava todos os cidadãos a torcerem pela Squadra Azurra. Mas Maradona interveio. Alguns dias antes do jogo, quando estava sendo entrevistado por um canal italiano, ao vivo, ele manda isso; "em 364 dias, eles (as elites do Norte) dizem que vocês napolitanos não são italianos, negam-lhes isso, e hoje, eles vem e dizem pra torcerem pela "Itália"? Digo que jogarei pela Argentina, mas em 364 dias, eu sou napolitano". Bem, isso atraiu a ira dos do Norte e a a paixão dos do Sul, que corresponderam, e torceram pela Argentina naquele jogo, que terminaria com a vitória dos sul-americana.

Indo para 2010, existem vários problemas envolvendo torcedores, podemos usar o termo hooliganismo, pra estabelecer um parelelo, ainda que não seja a palavra ideal. Os Irreducibili da Lazio já são notórios pelo seu ideário fascista, mas as tretas estão indo pro âmbito regional. Já existe uma conversa da região da Padânia, no extremo norte do país, na fronteira com a Suíça, querer se separar. Isso tudo reflete nos estádios, lugar onde podem ocorrer manifestações de qualquer tipo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Mais uma Entrevista

Já entrevistamos técnicos, acessores de imprensa, entre outros, mas até o momento, vergohosamente, não entrevistamos nenhum torcedor, jogador, repórter ou outro profissional, ou figura, do futebol. Hoje, trazemos uma entrevista com Aline Farias, repórter que cobre a gloriosa Portuguesa Carioca. Quase sempre aqui no blog, temos informações da realidade dos clubes das divisões inferiores paulistas, mas quse nunca dos fluminenses. Bem, essa lacuna já será preenchida, exatamente...agora;

1-Como começou no jornalismo?

Comecei bem cedo, em 2008, quando tinha 16 anos. Conheci um repórter na arquibancada do Luso-Brasileiro, Wagner Luis, fui entrevistada por ele ao vivo para a rádio que trabalho até hoje, a Fluminense 540 AM. O jogo era entre Fluminense e Cabofriense, final do estadual de juniores. Meu atual chefe estava na escuta e o repórter disse pra eu procurar o Garcia Jr. Fiz isso e como precisam de repórteres me convidaram a participar da equipe da rádio.


2- Como começou a cobrir a Portuguesa Carioca?

A Portuguesa Carioca foi o primeiro clube que cobri em minha vida. Por morar na Ilha do Governador, onde se localiza a sede do clube, era muito mais fácil conseguir notícias e por não ser um clube de grande apelo da imprensa, notícias sempre em primeira mão. Cobri outros clubes pequenos em jogos da série C e D do Brasileiro, como o Caxias, Madureira, América. Mas estou na Portuguesa desde 2008, quando comecei.


3- O que pode dizer sobre a estrutura dos times tidos como "pequenos" do Rio de Janeiro? Os estádios estão em que condições?

As estruturas não são as melhores, infelizmente. Hoje em dia, os que detêm as melhores condições são os ‘clubes empresa’, os tradicionais têm pouco investimento, alguns parecem abandonados. Não posso generalizar, mas há estádios muito ruins, caindo aos pedaços e por vezes interditados. Vejo que, atualmente, os clubes pequenos do RJ devem e muito aos de outras cidades do Brasil, como os de São paulo. Vejamos que o Bangu, vice-campeão Brasileiro, esteve a pouquíssimo tempo na série B do Carioca, idem o América e poucos aspiram a algo em qualquer competição Nacional. Outro exemplo é Duque de Caxias, está na série B do brasileiro e não joga em seu estádio. Fui algumas vezes ao "Marrentão" e entendendo perfeitamente não aceitarem que se jogue lá, de fato um estádio acanhado. Tá certo que o Caxias não possui uma grande torcida, mas a nível de Campeonato Nacional é necessário um estádio mais apresentável.


4- É lógico que os 4 "grandes" têm maior número de torcedores, mas e os demais? A média de público dos demais times é grande?

Em alguns jogos temos bom público. Faço uma ressalva aos times do interior do Estado, como o Goytacaz que possui uma enorme torcida. Acredito que uma das maiores entre os pequenos. Mas infelizmente, percebo jogos ainda com baixo público. Talvez seja pela fase ruim que passam os times menores. Parece-me que o amor bairrista pelo seu time ainda existe, mas diminuiu com o tempo. Mas nada que não mude com um investimento do clube. Bastam bons resultados para que a torcida volte aos estádios.

5- Víamos outros times do estado indo bem nos campeonatos nacionais, como América, Americano, Bangu, Campo Grande, ente outros. Na sua opinião, o que ocorreu para que estes times decaíssem tanto?

Falta de planejamento e investimento. Nada sem planejamento a longo prazo funciona. Fazer time ‘as pressas’ nunca deu e nem dará resultado. Há equipes, como a própria Portuguesa Carioca, que disputam uma competição por ano: contratam em janeiro, o campeonato começa em fevereiro, a falta de entrosamento não permite que o time vá bem, não se classifica para a Copa Rio e fica parado o resto do ano. Os jogadores são emprestados e voltam somente em janeiro do próximo ano. Permanece um ciclo que parece não ter fim. Não há patrocínio, não há estrutura, não há planejamento para o futuro. Um técnico não se mantém no cargo durante muito tempo, o mesmo acontece com o jogador.

6- A mídia também dá espaço para os demais clubes? A cota televisiva é justa, atendendo as necessidades dos clubes?

Os clubes pequenos sofrem bastante, não há divulgação dos jogos, eles não são televisionados, poucas rádios os transmitem, no jornal é muito raro que saia alguma nota sobre o campeonato da série B do Estadual e quando saem, é do time considerado tradicional. Na elite do Carioca, a situação é menos critica, mas mesmo assim é desigual.

7- Todos nós sabemos os problemas que os clubes de menor expressão passam, como falta de apoio da Federação e dificuldades financeiras, mas há algum ponto específico do RJ?

O descaso de muitos com os clubes pequenos me assusta. Quem imaginaria um América na série B do Estadual como já aconteceu? E o Campo Grande, que hoje disputa a série C do Carioca? Onde estão os dirigentes que não se preveniram contra uma situação complicada dessas? Não basta acreditar, como ainda se acredita, que tradição mantém clube em determinada divisão. O Goytacaz, que é um clube tradicional, sabe bem disso: está sim na série C do Carioca, em disputa direta com o modesto Angra dos Reis, seu nome não o livrou do rebaixamento.

8- Sobre a negligência da FERJ (vi um dos últimos tópicos da comunidade da Portuguesa Carioca, sobre o erro na contagem do placar), ela é recente ou vêm de mais tempo?

A Federação do RJ deixa a desejar. Falo isso pra não escrever coisas piores. Nunca se tem a informação certa, mas muitos boatos rolam sobre esta atual administração da FFERJ. É tudo feito as pressas, campeonatos atrasam, já vi jogos (inclusive da Portuguesa, na categoria de juniores) que o trio de arbitragem simplesmente não apareceu e não teve jogo por isso, o site divulga informação incorreta. Definitivamente tem muito a se melhorar e não é de hoje não. Vejo uma desorganização incrível, de verdade.

9- Sobre as divisões inferiores do campeonato estadual, como elas são vistas por torcedores, empresários, mídia e federação?

Quase nula. Pouca divulgação, pouco investimento, pouco patrocínio, poucos torcedores. Têm sua exceção, claro, mas é raro vermos times realmente estruturados. Na 3ª divisão então, é mais raro ainda. Os clubes parecem renegados e não é incomum que desistam, pelo contrário, muitos pedem a famosa ‘licença’ da competição por não terem como arcar com as despejas. Muito triste. Com todos esses pontos negativos, cada vez menos a torcida comparece, idem a mídia, que dá mais importância aos clubes que dão audiência.


10- Quais são as dificuldades de ser jornalista que cobre as divisões inferiores do futebol fluminense?

Bom, pra mim a maior dificuldade é o acesso aos estádios e a falta de estrutura dos mesmos. Estádios longes, em péssimo estádio de conservação, muitos não têm cabine de rádio para transmitir a partida, são mal localizados e mais, muitas vezes nem vale a pena fazer um sacrifício tão grande pra transmitir jogos pequenos, tendo em vista a pouca torcida que, de fato, acompanhará a partida. Cansei de ver times sem assessor de imprensa, que não têm quem nos divulgue as informações corretas, além do que conseguir uma informação prévia do elenco e técnico é um sacrifício, pois não possuem site ou nenhum veículo de comunicação oficial do clube.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Esclarecimentos

Bem, como puderam reparar, não cobrimos todos os times que vão disputar o Paulistão. Por quê não fizemos isso? Bem, porque nós não conseguimos. São 20 times, e levando em consideração que os clubes do interior se reforçam muito para essa competição, fica difícil cobrir todos, e levando-se em consideração que não vivemos do blog, fica difícil. Isso quer dizer que estamos procurando pessoas que colaborem conosco? A princípio, não, mas se a coisa apertar, pode ser que sim. Bem, até resolvermos isso, tentaremos evitar essas lacunas. Até breve.

Sobre Futebol Feminino e Eurocentrismo


Tá bom, não é tão recente assim, mas ainda assim, é importante. Em outubro passado, a FIFA proibiu as seleções de futebol feminino de países islâmicos de que ussassem o hijab, véu que cobre a cabeça das mulheres, e tal proibição culminou na exclusão da Seleção Feminina do Irã do Campeonato da Juventude. Logo quando várias ligas femininas surgiam nos países islâmicos, sendo a mais recente na Argélia, e que outros em países, em que os muculmanos são minoria, medidas visando a inclusão destas atletas estão sendo tomadas, como na Austrália.

O digníssimo presidente da FIFA, Jossep Blatter, possivelmente, não deve dar a mínima importância para isso. Ele afirma que o futebol feminino deva ser jogado com uniformes mais "justinhos", a exemplo do vôlei. Além disso, a FIFA prevê que simbolos políticos ou religiosos não devem entrar em campo, e esse foi o principal argumento contra as Seleções Femininas desses países. Muito bem, camisa com mensagens políticas ou religiosas já foram excluídas, mas vemos uma série de símbolos ainda. O da CBF, por exemplo, é uma cruz, assim como da Federação Portuguesa, e por que nisso não podemos incluir a Estrela de Davi presente na camisa da Seleção de Israel? Ao que parece, qualquer símbolo religioso, desde que não seja islâmico, é válido.

Uma outra questão encarada com displicência pela FIFA é em relação a datas religiosas. Não se joga no Natal, mas por quê deve-se jogar, então, no Ramadã (período no qual os muçulmanos tem de ficar da alvorada até o por do sol sem comer nem beber, e que em 2011 se dará entre 1 e 29 de Agosto)? Não é necessário dizer que isso causa uma série de choques quando jogadores islâmicos vão para a Europa. O Islã prevê uma série de motivos que podem excluir o fiel do jejum, mas ele terá que executá-lo numa outra data. Um dia, quando José Mourinho ainda era técnico da Inter de Milão, ele substiuiu o jogador ganense Sulley Muntaria ainda aos 30 do 1º tempo. Ao fim do jogo, o treinado disse que o Ramadã poderia atrapalhar o jogador. Claro que isso provocou muita polêmica. O jogador Demba Ba, que atualmente está no West Ham, da Inglaterra, afirma que faz jejum todos os dias em que há partidas, e que pede que não seja favorecido por isso.

A FIFA não faz nada, sequer uma mudança de horário ou coisa que o valha. Nem engatar uma discussão sobre o assunto. Muitos jogadores muçulmanos não podem seguir estritamente este ponto, e alguns que seguem, levam um tempo para se adaptar, e é sábido que não ingerir água num dia inteiro, para depois jogar uma partida professional, que produz um desgaste fisíco imenso, não é recomendável. É uma discussão complicada, mas ninguém até agora foi ouvir esses profissionais, atletas, treinadores, entre outros envolvidos, sobre isso.

Mas também é sábido o pensamento da FIFA sobre isso, claramente exposto numa atitude do então presidente João Havelange, que ao ouvir as reclamações de jogadores que estavam na Copa de 86, no México (jogando ao 12:00 para satisfazer as necessidades das emissoras européias), mandou que se eles se calassem e se preocupassem em jogar.