quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Depois do fim...


O fim de carreira é, possivelmente, o momento mais traumático na carreira de um jogador. Vários jogadores resolvem permanecer no meio, como técnicos, prepadores, gerentes, ou qualquer coisa do gênero, gerem um negócio qualquer, ou em não poucos casos, acabam se suicidando, pois perderam sua razão de ser.

Mas alguns casos são muito inusitados, bizarros até. No começo do século XXI, na Rússia, despontava um goleiro tártaro que muitos diziam ser o sucessor de Rinat Dasayev, goleiro da Seleção Soviética por 11 anos, e coincidentemente, também tártaro. Seu nome era Ruslan Karimovich Nigmatullin. Fez muito sucesso no seu país, sendo adorado pelas torcidas dos times que defendeu, o que não ocorreu fora do país, pois defendeu o até então bem financeiramente e mau esportivamente Hellas Verona (que hoje está mal nos dois sentidos) e a Salernitana, ambas da Itália. Na Rússia, ia jogando bem, e defendeu a Seleção do país na Copa de 2002, não muito boa para os russos. Acabou encerrando a carreira em 2009, no Maccabi Ahi Nazareth. De lá para cá, pouco se ouviu falar dele, pois ninguém sabia em que canto do Tartaristão ele tinha se enfiado.

Mudando um pouco de assunto, devido ao regime comunista estalinista ( mais detalhes aqui ; http://futebolinteriorano.blogspot.com/search/label/Pesquisa%20de%20cunho%20investigativo ), os russos, além dos demais eslavos, foram privados de uma série de coisas, uma delas eram as festas rave. Tanto que até hoje eles gostam de ficar enfiados num canto por 3 dias ou mais fritando nas pistas. Mas um fato tomou não só a Rússia, mas todo o Leste Europeu, de sobresalto. Muitos ex-boleiros abrem boates, como é o caso de Romário, mas Nigmatullin achou outra utilidade para suas mãos além de agarrar bolas. Por mais incrível que pareça, ele acabou virando DJ, e hoje em dia agita festas por todo o Leste Europeu, com a alcunha de "Goleiro DJ", e não raro se apresenta uniformizado de goleiro, nesse que possivelmente é o pós carreira mais inusitado do mundo...

Cobertura

Recentemente tivemos o Mundial de Futebol Feminino Sub-17, no qual a Seleção Brasileira fez uma campanha ridícula, mostrando como a modalidade é largada às traças aqui, e que o "Fenômeno Marta e o Pan Americano de 2007" foi efêmero. A própria cobertura da competição foi esculachada, com VT 's sendo exibidos em horários ingratos, como 3:00 h da manhã. Tá bom que é um sub-17, mas se lembrarmos da cobertura da competição sub-17 e sub-20 masculina, vemos a disparidade, ainda mais que nesses últimos contou-se com a presença de Alexandre Pato entre outros jogadores, que por méritos próprios ou não, eram os queridinhos da mídia. Realmente, não sei se incomoda ver uma Seleção Feminina em que a base seja da Ferroviária de Araraquara, ainda que tivessem jogadoras do Santos.
Até agora não vimos uma nota sobre a Copa do Brasil de Futebol Feminino, sendo que esta está nas quartas de final. O estado de SP contou com apenas 3 representantes; Santos, Francana e Botucatu, sendo que este último só se dedica ao futebol feminino. Destes, apenas o Santos permanece, e irá jogar com o Foz do Iguaçu. Os outros confrontos são; São Raimundo-AM x Mixto-MT, Vitória-PE (este também se dedica ao futebol masculino, mas o feminino é tão prestigiado que uma estrela rosa foi colocada no escudo do time em homenagem ao título pernabucano da categoria) x São Francisco-BA, e ASCCOP-BR x Botucatu ou CEPE-Caxias-RJ.
Lembramos também que este foi um dos poucos veículos que abordaram a estadia da Seleção Palestina Sub-20 por aqui (http://futebolinteriorano.blogspot.com/search/label/Futebol%20Feminino). A cobertura do futebol feminino é muito esculhambada. Por exemplo, até os campeonatos de base que passam na Rede Vida tem mais audiência que os femininos exibidos pela mesma emissora.
Alguns argumentam sobre a falta de qualidade técnica, argumento que recentemente já foi posto em cheque. No já referido Mundial, as asiáticas dominaram. Uma semifinal foi Japão x Espanha, e a outra foi tensa, em todos os sentidos; Coréia do Norte x Coréia do Sul. Vale salientar que as norte-coreanas tem uns dos times mais fortes do mundo, começaram a participar de competições da FIFA apenas no séc. XXI, e já colecionam 1 título e um vice no sub-20 e 1 sub-17. Na final entre Coréia do Sul x Japão, na qual as sul-coreanas acabaram com título, várias presepadas das goleiras ocorreram, principalmente devido a uma questão que os especialistas vem colocando; é trave de mais e goleira de menos. Atualmente, no futebol masculino, 1,80 m é uma estatura considerada razoável, abaixo disso, o arqueiro terá de fazer milagre. O folclórico mexicano Jorge Campos, no alto (ou baixo) de seus 1,68 compensava com elasticidade e agilidade, mas nunca foi um bom pegador de pênaltis, pois era fácil tirar a bola dele. Especialistas argumentam que é extremamente raro mulheres passarem do 1,80, além do fato das mulheres não terem a capacidade de impulsão e explosão física dos homens, logo, as dimensões das traves deveriam ser menores, e as bolas deveriam ser mais leves, pois vários esportes como o tênis, o vôlei e o basquete contam com adaptações para as mulheres. Seja como for, o debate está longe de terminar.
Até lá, esperamos que o futebol feminino saia dessa posição periférica.

Greve


Os trabalhadores da Espanha, recentemente, convocaram Greve Geral, como maneira de lutar contra as políticas do governo do presidente Zapatero, de fazer com que os trabalhadores paguem pela crise econômica, que foi provocada por grandes banqueiros, empresários, e outros infelizes do tipo.

E um dos mais fortes focos de resistência, o bairro madrileño de Valleca, aderiu em peso a militância, lutando com todas as suas forças. Nisso, os jogadores do Rayo Vallecano decidiram entrar em greve, mesmo com os sálarios em dia. Fizeram isso em solidariedade à seus torcedores e aos trabalhadores da Europa como um todo. A equipe não treina já faz algum tempo, e não se sabe se vai entrar em campo na próxima rodada. O Rayo foi a única equipe do país a se solidarizar com o movimento dos trabalhadores, e está tentando levar a luta para outro campo, literalmente...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Série D

O futebol da região Norte não está passando por seus melhores dias. Os clubes da região apenas aparecem nas divisões inferiores do Campeonato Brasileiro, e infelizmente, não são poucas a particpações que se resumem a fazer figuração.
O Remo passa por um período de reestruturação. Mesmo com fanática torcida, naufragou na Série D ante o Vila Aurora, do Mato Grosso. Devido à dividas de tudo quanto é tipo, fruto de péssimas administrações, o time terá de vender seu estádio, o Baenão. O valor já está estipulado; R$33 milhões, sendo que algumas empreiteiras colocam mais R$20 milhões nisso aí. A dívida, segundo o Ministério Público, é de R$8 milhões. Nem alguns clubes de 1ª Divisão conseguem angariar essa quantia, por isso vender o estádio. Pelo menos com o dinheiro restante vai dar para começar um estádio novo. O outro Paraense na competição, o Cametá, time novinho, fundado em 2007, ficou na 1ª fase. E só participou da competição porque nenhum clube de Roraima pôde, devido a falta de recursos e a quase ausência de apoio da CBF.
O Águia de Marabá vem se destacando ultimamente, passando de fase na Série C, sempre lotando os 5,000 lugares do Zinho de Oliveira, irá encarar um surpreendente ABC, que rebaixado ano passado, está fazendo bela campanha no Nordestão. O Paysandu também passou de fase, e com uma grande campanha, e agora enfrentará o Salgueiro, de Pernambuco. Mas quem realmente tem do que se lamentar é o São Raimundo do Pará. Campeão da Série D ano passado, o clube para lá voltou com uma campanha vexaminosa; 3 pontos em 8 jogos, nenhuma vitória, 8 gols marcados e 15 sofridos. E por mais incrível que pareça, não foi a pior defesa do grupo!
Quem conseguiu superar o São Raimundo nesse quesito foi o Rio Branco do Acre. A torcida e a diretoria do clube da capital buscavam alçar vôos maiores, não só o de se manter na Série C. Para compensar isso, investiram para a Série C, mas não conseguiram alcançar o objetivo, e pior, tomaram duas chapuletadas do Águia e do Paysandu, ambas no Pará; 4 x 0 e 6 x 2, respectivamente. O outro representante do estado em disputas nacionais, o Náuas, tem uma história curiosa. Foi fundado em 23, na cidade de Cruzeiro do Sul, sendo o 2º clube mais antigo do estado, perdendo para o Rio Branco, fundado em 19. Mas o Náuas só foi se profissionalizar em 99, e conseguiu vaga na Série D com o vice do Campeonato Acreano, perdendo para o Rio Branco. Bem, este teve muitas dificuldades. Poucos são os clubes da região que tem cacife financeiro para se manter numa disputa nacional, ainda que com grupos regionais. O Náuas foi lá, encarou as dificuldades, mas acabou sucumbindo, com apenas 1 ponto em 6 jogos, mais uma dívida de R$120,000.
Em Rondônia, o Vilhena já se apresenta como nova força, mas ainda tem muito o que provar no âmbito nacional, se bem que nos últimos 3 anos, tenha forçado o jogo de volta na Copa do Brasil (é sempre bom lembrar que nas primeiras fases da Copa do Brasil, caso um time visitante vença o mandante por 2 ou mais gols de diferença eliminará o jogo de volta. Por exemplo, caso um time de MG vença um do SE por esse placar em SE, não precisará jogar em MG. ). Nessa Série D, o time conseguiu 6 pontos em 6 jogos, 6 pontos advindos de duas vitórias sobre o Náuas. O Cristal do Amapá apenas fez figuração, com apenas uma vitória e um empate, ambos em casa.
O estado do Amazonas conta com apenas um representante em competições nacionais. Trata-se do América de Manaus. O América ia mudar de nome, passando a se chamar Manaós, para tentar atrair a população do estado, além de novos patrocinadores, e como nem um nem outro vieram, a mudança foi cancelada. O time conseguiu alcançar a 3ª fase da Série D e enfrentará o já citado Vila Aurora.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mudança

As empresas estão tomando conta do futebol, e vemos um alto número de clubes-empresas no mundo inteiro. Inserido no capitalismo (ainda que de maneira dependente e submissa), o Brasil não foge à regra. O prinicpal pólo de clubes-empresa no país é o estado de São Paulo.

O futebol é algo meio maluco. O torcedor vê no clube muito mais do que um time de futebol, vê nele um fator de identidade, uma divindade, que ele vai cultuar em todo o santo jogo. O futebol abarca o nacionalismo e o regionalismo. Não raro, muitos torcedores do interior do Brasil deixam os clubes das capitais e vão torcer por times de sua região, que embora não sejam tão vitoriosos como os primeiros, estão mais perto, são mais palpáveis, e carregam toda uma tradição regional. Noroeste, Ferroviária e Mauaense têm como mascotes locomotivas, pois Bauru, Araraquara e Mauá são cidades com fortes marcas das ferrovias, e o XV de Piracicaba retrata o típico capiau na símpatica figura do Nho Quim, para ficar em poucos exemplos. Bem, uma empresa poderia abosrver essa carga emocional? Não. E supondo que pudesse, pela sua ótica mercantil, de conseguir lucro, tão somente o lucro, ela respeitaria isso? Se importaria com o torcedor e com a cidade que a abraçou? O Grêmio Barueri, que virou Grêmio Prudente por razões meramente comercias responde essa pergunta.

Recentemente, surgiu o boato de que o Guaratinguetá Futebol Clube Ltda se transferiria para a cidade de Americana. Bem, o boato foi confirmado. A empresa Sony Sports, que se apoderou do Guará, já que este não foi criado como um clube empresa, confirmou que recebeu uma proposta de Americana e a está estudando. Isso já enfezou uma cidade. Só que ao contrários das anteriores, isso acabou enfezando duas cidades. Americana já possui um clube, o tradicionalissímo Esporte Clube Rio Branco. O Rio Branco vive uma crise financeira sem precendentes, culpa de administrações incompetentes e corruptas. Tendo como base o desempenho da equipe no Paulistão desse ano, a diretoria dispensou uma empresa, a Talent's (que havia montado o elenco vice campeão da Série A2 do ano passado), apenas para ficar com a renda das transmissões televisivas. Montou um time medíocre, caiu para a Série A2 de novo, e ninguém viu o que aconteceu com esse dinheiro. Pior, um dos antigos presidentes é vice-presidente da FPF. Jogo de interesse na política do futebol paulista. A crise é tamanha que o clube teve de leiloar sua sede social, a qual estava praticamente abandonada pela atual diretoria, sendo utilizada apenas por mosquistos da dengue. O estádio Décio Vitta, que agora é municipal, não foi liberado pelo MP para o Campeonato Paulista por falta de estrutura. E quando se fala em diretoria, fala-se do conselho. Como assim? A diretoria do Rio Branco tá rachada; alguns diretores querem pagar as dívidas, alguns conselheiros querem licenciar o time do profissionalismo, entre outras coisas.

Resumo da ópera; em Guaratinguetá a prefeitura negocia com a empresa para manter lá um time que foi fundado pela própria cidade, e a empresa que gere o time, a Sony Sports, está vendo de ir para Americana, pois lá terá melhores condições, pois empresários e prefeitura estão dispostos a investir num novo clube e deixar o Rio Branco às moscas, sendo que muitos que estão na prefeitura colaboraram diretamente para a atual situação do time de Americana.

Nessa sexta feira, dia 24, torcedores do Guaratinguetá sairão do Vale do Paraíba em direção a São Paulo, para pressionar a FPF, visando assegurar a permanência do Guará em sua cidade. Só que a entidade já sinaliza a aprovação de um projeto de um novo clube na cidade, a Associação Desportiva Mantiqueira, que se efetivada, irá disputar a Segunda Divisão do Campeonato Paulista. É engraçado ver que os diretores da FPF pensem que uma cidade vai trocar um clube pelo qual batalharam para que ele estivesse onde está agora por outro que irá ter de fazer todo esse percurso novamente. Pensam que o torcedor, aquele que vê no clube algo indescrítivel, e que graças a ele se encaixa numa coletividade, numa espécie de tribo ou família, vai aceitar isso tranquilamente. Esperamos ver os torcedores de Guaratinguetá aqui sexta, e damos nosso apoio e solidariedade à eles e aos torcedores do Rio Branco, que já manifestaram sua opinião sobre isso...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mavi



Trabalhadores fundam clubes de futebol a todo o instante. Com o passar do tempo, a alma de classe trabalhadora vai sumindo, e raros são os casos em que ela permanece, e de vez em quando isso ocorre onde menos se espera.

Tomamos conhecimento dessa equipe recentemente, e já diremos como. O Adana Demir Spor Kulübü (1940) é da simpática cidade de Adana, com 1 milhão de pessoas e um número de grupos étnicos acima da média turca. Esportivamente, o Adana Demirspor ( a torcida prefere que os chamem assim, para não serem confundidos com o Adanaspor) não tem muitas conquistas, mas ficar 17 anos na 1ª Divisão não é para qualquer clube do interior em nenhum lugar do mundo. Mas sua torcida sempre manteve o ideário da classe trabalhadora e grupos expressivos dialogam com a esquerda, o que é fascinante. Não se tem muitas notícias da ação de grupos de esquerda nos países islamizados, e ainda que a Turquia seja o mais aberto da região (pois possuim pelo menos em tese, um governo laico, ou seja, não irá misturar a esfera do Estado com a religião, como os outros países da região fazem), existem muitas contradições lá dentro (se é que não tem nenhum país com suas contradições na esfera do capitalismo), especialmente com os curdos ou outros grupos étnicos minotritários. A torcida do Adana Demirspor já se posicinou contra a política do governo turco em relação às outras etnias, e reinvidica a liberdade de um jornalista que foi preso ao relatar tais abusos.

Os Mavi Simsekler ( Trovões Azuis, e no nome em turco, coloque cedilhas nos "S", pois o nosso teclado não possui esse recurso, assim como o simbolozinho do euro...) oscilam entre as 3 Divisões do país, e atualmente está na 2ª. A Segundona turca possui 3 fases, 2 de grupos e 1 de mata, e o Adana Demisrpor ficou na 1ª fase por apenas 3 pontos.

Em suma, é uma equipe completamente desconhecida do grande público ( você que não é um assíduo observador do futebol turco, diga agora, sem olhar no Wikipedia, o nome de 5 times turcos), pois nem na 1ª Divisão está. Ela só era conhecida entre o meio das torcidas de esquerda européia, e olhe lá. Até que algo no mínimo inusitado aconteceu. Eles convidaram um time da 1ª Divisão italiana, uma das mais ricas e com mais visibilidade( entre outros atributos) do mundo para um amistoso, na Turquia ainda por cima. A lógica diria que um time da 1ª Divisão italiana jamais aceitaria jogar contra um time dos escalões inferiores do futebol turco, sem mencionar que o jogo seria fora de casa. Tudo isso estaria certo se o time italiano não fosse o Livorno.

O Livorno é conhecido por ser a vangurada revolucionária dos gramados e todas as torcidas de esquerda o admiram. As diretorias dos dois clubes resolveram escutar as torcidas e promoveram o amistoso. O jogo foi festivo, logo placar, que foi um 0 x 0 não importou. Teve o básico; fogos, bandeiras com a foice e o martelo, cantos antifascitas, Lucarelli sendo ovacionado pelas duas torcidas, entre outras coisas. Seja como for, até a próxima.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Presente de aniversário


Recentemente, o Palmeiras tomou uma chapuetada do Atlético-GO de 3 x 0, em pleno Pacaembu, no dia de seu aniversário. E o mesmo Palmeiras venceu o Grêmio por 2 x 1, no estádio Olímpico, quando o Tricolor Gaúcho completava 107 anos.

Estamos vendo os times receberem presentes um tanto quanto calhordas em seus aniversários. Mas creio que nenhum no mundo se iguala ao que Palestra de São Bernardo recebeu.
Era o 1ª dia de setembro de 2010. Estádio Baetão. O adversário seria seu maior rival, o EC São Bernardo. O jogo era do sub-20, da 2ª Divisão, mas ainda assim era de suma importância, pois estes elencos servirão de base para o ano que vem. Logo, a torcida compareceu. Os palestrinos queriam rir dos adversários, pois venceram os dois jogos anteriores, e os alvi-negros queriam revanche.

E começa o jogo, e logo no começinho, o Palestra, em lindo chute, abre o placar, para desespero de uns e alegria de outros. Mas pelo título da matéria e pelo que foi escrito até aqui, percebe-se que o Palestra sofreu a virada, mas foi muito mais do que isso...
O que se viu depois foi um massacre do São Bernardo, que foi refletido no placar. O Palestra parecia um time amador, pra pior até. Resultado; 7 x 1 para o São Bernardo, o maior placar de todos os clássicos, e o presente futebolístico mais cretino que poderia ter sido dado no universo.

domingo, 19 de setembro de 2010

Aniversariante

No dia 15/09/09 o Futebol Interiorano surgia, se bem que com uma proposta completamente diferente, mas seu espírito continua o mesmo; divulgar o lado mais obscuro do futebol e provar que isto é muito mais do que 22 pessoas correndo atrás de uma bola. 1 ano investindo (ou perdendo, depende do ponto de vista) tempo nisso aqui. Se não respondi alguns comentários, desculpem, é que não geralmente não comentam, e acabo vendo tarde demais (essa é pra você Claudevan...mas ainda não sei quem é Solito Alves).

A coluna de Futebol Feminino é atualizada bem esporadicamente, assim como a de Folclore Futebolístico, Notícias das Regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, entre outras, mas nos esforçamos, e possivelmente teremos mais tempo ano que vem, então fiquem tranquilos, há mais por vir.

Agradeçemos todos os acessos, e agradeçeremos pessoalmente, pois conheçemos a maioria das pessoas que lêm isso aqui (assim como conheçemos as que não lêm...). Obrigado por estarem aqui a 1 ano. Inté mais.

ABC


Ontem, dia 18 de setembro, foi o aniversário do Esporte Clube Santo André, que em apenas 43 anos, conseguiu várias conquistas, sobretudo contra times grandes. Campeão por 3 vezes da Série A2 (75, 81 e 08), o time já não faz só figuração na Elite do Paulistão.

O Ramalhão conseguiu calar grandes torcidas em sua história. Primeiro foi com o Palmeiras, na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2003, e nesse mesmo ano ganharia a Copa Paulista. Essa seria a geração de ouro do time, que viria a conquistar o título mais importante da história da equipe. O Santo André se classificou para a Copa do Brasil de 2004 com o título da Copa Paulista, e conforme ia vencendo os jogos, ia conquistando respeito. Primeiro passou por Novo Horizonte de Goiás, com um 5 x 0 na casa do rival, e logo depois viria o 1º grande, o Atlético Mineiro, que tomou de 3 x 0 em Santo André, e conseguiu vencer o time do ABC em BH, mas por 2 x 0. Depois veio o Guarani de Campinas, e conseguiu empatar em 1 x 1 no Brinco de Ouro da Princesa, bastando o 0 x 0 no jogo de volta. Depois outro jogo, contra o mesmo Palmeiras que foi superado no ano anterior. 4 x 4 no Palestra Italia e 3 x 3 no Bruno Daniel e vaga para o ECSA. Depois, o jogo tido como o mais difícil para a torcida, contra o XV de Novembro de Campo Bom, RS, liderado pelo até então desconhecido Mano Menezes. Os gaúchos conseguiram vencer por 4 x 3 em SP, e o time paulista estava em situação complicada, tendo de vencer fora de casa, o que foi feito: 3 x 1.

O Santo André estava na final, contra o tradicional Flamengo, que estava passando por uma fase difícil, com uma péssima campanha no Brasileirão, mas ainda era o Flamengo. E mesmo tendo chegado tão longe, muitos ainda subestimavam o Santo André (principalmente Galvão Bueno, torcedor do Flamengo). Estranhamente, o Santo André optou por jogar a primeira partida em casa, indo decidir fora. Um empate em 2 x 2 em SP reforçou a tese de que o clube do ABC não seria pareo para o Flamengo. Os jogadores do Santo André diziam que se tivessem optado por decidir em casa, iriam se defender no Rio, e deixando o Flamengo atacar, seriam derrotados. Logo, inverteram os papéis com o Flamengo. Com o placar favorável para o jogo no Maracanã, e com mais de 70 mil torcedores, os flamenguistas tinham certeza da vitória, e uma festa já havia sido planejada. O Flamengo só se defendia, apostando em contra-ataques, e o Santo André truncava o meio. Como toda a final, foi um jogo tenso, mas o 1º tempo desse foi feio.
12 anos sem títulos a nível nacional. Esse era o peso que o Flamengo carregava nas costas, e que começava a pesar nos ombros dos jogadores rubro-negros, que começaram a ficar visivelmente nervosos. O Santo André passou a usar desse nervosismo, e logo no começo do 2º tempo, marcou o 1º gol, Sandro Gaúcho, de cabeça, livrinho, livrinho. O Santo André passou a ficar no contra-ataque, e o Flamengo desesperado, passou a atacar de maneira desconexa e esdruxúla, o que deu espaço para um contra-ataque do Santo André, que virou gol nos pés de Élvis. O Maracanã estava calado, ou melhor, nem tão calado, pois os 300 torcedores do Santo André que foram para lá eram claramente escutados. Galvão devia estar com uma cara que daria gosto de se ver (como numa derrota do Flamengo contra o Palmeiras, em 98, em que o Porco deveria fazer 3 gols em 15 minutos, e o narrador afirmava com todas as palavras que o jogo já estava ganho para os cariocas, mas não foi bem assim...). E o Santo André levantou a taça, era o mais novo campeão do Brasil. Estava garantido para a Taça Libertadores da América.

No torneio continental, o Santo André caiu num grupo com Cerro Porteño, do Paraguai, com o Deportivo Táchira, da Venezuela, e mais uma vez com o Palmeiras. O Santo André ficou em 3º, apenas um ponto atrás do Palmeiras, o 2º. O que acabou custando foi uma derrota de 3 x 0 para o Deportivo Táchira na Venezuela, na primeira partida em torneios internacionais do clube, que acabou se refletindo em nervosismo. Pra se ter idéia da superioridade do time brasileiro, este venceu os venezuelanos por 6 x 0 em SP. Nesse mesmo ano, o time seria o 4º no Campeonato Paulista, e na Série B do Brasileiro não consehuiu o acesso.

O time ficaria nessa toada até 2010. Campeonato Paulista, o Santos havia montado um time que encantava, mas os andreenses não estavam atrás, e os dois foram amplamente superiores aos rivais. Nas semifinais, sufoco contra o Grêmio Prudente, mas os prudentinos não conseguiram superar o time do ABC. Nas finais, o ECSA foi claramente prejudicado pela arbitragem e pelo anti-jogo do Santos, tanto que apenas os santistas (nem todos, para ser justo) consideram o time da Baixada campeão.

O Ramalhão (nome baseado em João Ramalho, bandeirante, e para os escritores desse artigo, persona non grata) passa por momento difícil na Série B, ameaçado pelo rebaixamento, muito devido à política da diretoria, que está na SAGED, empres que gera o time, e como toda a empresa, está apenas preocupada com o lucro. A torcida reclama que grande parte da diretoria sequer é andreense, e não respeita o clube e sua torcida, vendendo jogadores importantes quando o clube está bem, vendendo mando de jogos paar lugares distantes, entre outras atitudes impopulares. A torcida não é grande em número, mas é gurreira, e se depender deles, o Santo André escapará do rebaixamento, e conseguirá muito mais.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Foi pelo cano...

O tempo vai ficando apertado e jogos bons ficam passando na TV, o que aumenta o intervalo de uma postagem para outra. Não precisa se aperrear, não desistimos disso, e não desistiremos mesmo sem o reconhecimento devido, mesmo sem lucros que pessoas idiotas conseguem com menos esforço, e por aí vaí, porque um homem que se vende geralmente recebe menos do que vale, que nem diria o Barão de Itararé. Por que estamos dizendo isso? Não fazemos idéia, mas que ficou bonito, ah, isso ficou.

Desabafos (nem tão) infundados à parte, o clima está quente no Vale do Paraíba. O EC Taubaté está passando por um processo de reestruturação, visando voltar aos melhores dias. Nisso, a diretoria procurou uma empresa da região, e conseguiu um puta contato com a Sabesp. Melhor, a empresa mostrou-se disposta a apoiar o Burrão. Mas o acordo não vingou (o que explica o péssimo trocadilho do título). Por quê? A Sabesp ofereceu uma oferta de R$5 mil mensais de patrocínio ao time. Pô, o que dá pra fazer com R$5 mil no mundo do futebol capitalista? Os diretores do Taubaté ficaram indignados com isso (e não sem razão). Pra piorar a situação, descobriu-se que o rival São José recebe R$60 mil da empresa, e aí que o clima esquentou, com os diretores indo reclamar com a prefeitura, cobrando alguma atitude enérgica.

Quando o desfecho dessa pendenga aparecer, isso será publicado. Até mais e abraços.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Desistiu de Parar


Ontem, quarta-feira, o Moto Club de São Luís, Maranhão, anunciou que desistiu de encerrar suas atividades, e irão disputar a 2ª Divisão estadual em 2011, e ao que parece, o clube conseguiu uma parceria com uma empresa estrangeira para administrar o futebol, visando a participação em competições nacionais o mais rápido possível.
É legal ver um clube de tanta tradição voltar ao futebol, mas estamos achando essa história um tanto quanto estranha, mas também esperamos que sejam só paranóia e desconfiança infundada.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Crise em Campina Grande


O tradicional Campinense Clube, 17 vezes campeão da Paraíba, e campeão da Taça Brasil-Fase Nordeste em 62, está passando por um momento crítico. A crise financeira atingiu níveis até então inimagináveis. A dívida do clube chega a R$10 milhões, e o time, apesar de ter disputado a Série B do Brasileiro ano passado, não conseguiu arrecadar recursos suficientes para sequer se manter. Os atrasos de pagamento eram uma constante no ano passado e nesse ano.
Recentemente, a Justiça Trabalhista determinou que todos os bens da Raposa fossem confiscados, e numa tarde cinzenta, algo raro na Paraíba, tudo o que havia na sede social do time foi confiscado, de uniformes à colchões. E na pindaíba que o clube está, nem os troféus escaparão. Todo o patrimônio histórico do time será leiloado; trofeús, fotos antigas, computadores, mesas de pebolim e coisas de pouca utilidade, como máquinas de escrever e coadores de café feitos de pano.
As torcidas, não só a do Campinense, mas também a de seu rival, o Treze, se mobilizam para tentar alcançar uma solução, nessa que a mais séria pendenga dos últimos tempos.

Curtas


Essa é curta. A comunidade armena de SP tem um clube esportivo desde 85, mas só agora se profissionalizaram, no futsal. O Juventude Armênia Fedainer FC estreou esse ano no Campeonato Paulista Série A2 da modalidade, ou melhor, está estreando, pois a competição começou a pouco tempo, e o início é promissor, com 2 vitórias. Pelo que vimos no site deles, que é ligado à Rádio Armênia, vários membros da colônia armênia estão apoiando o time, e vimos muitos comentários de estrangeiros ligados a colônia.
Ainda não sabemos muito sobre o clube, pois seu site, como já dissemos, está ligado a uma rádio cultural. Mais notícias sobre os Armênios virão.



Sobre clubes novos, a cidade de Diadema oficializou que terá um representante na Série B (Segunda Divisão) do Campeonato Paulista. E assim como na curta acima, prometemos novas notícias.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Antes que Fique Tarde Demais...


...damos nosso parabéns para o Sport Clube Corinthians Paulista, que na semana passada completou 100 anos de existência. Sobre a história do clube, não precisamos falar, pois todos já sabem, e se o sabem, é uma evidência da importância do time, que conta com uma torcida apaixonada, sofredora, lunática, e sobretudo, Fiel. Sem mais, parabéns Corinthians.

8 + 5 = 13


Cacilds, quantos clubes foram fundados no 7 de setembro? Seja como for, aqui vai mais um, e mais um do Nordeste, e mais um clube tradicional, o que me impede de usar a expressão "mais um".

Trata-se do Treze Futebol Clube, da gloriosa Campina Grande, Paraíba. 85 anos de glórias, sofrimento, paixão e fanfarronice, basicamente, o histórico de qualquer time de futebol da Terra. O Treze foi fundado em 25 por 13 pessoas, lideradas por Antônio Bióca. Em oito décadas e meia, o Galo da Borborema (o mascote do clube é o Galo pois o número 13 representa o galo no popular e familiar Jogo do Bicho) venceu 15 estaduais, o último esse ano, e com direito a 1 de maneira invicta, o de 66, e no ano seguinte a Copa do Nordeste, e uma Série B do Brasileiro, a de 86, a mais estranha de todas diga-se de passagem. Torneio Início, Copa Paraíba...tá tudo lá na sala de trófeus. Além disso, teve participação destacada na Copa do Brasil 2005, quando ficou em 5º lugar, o melhor desempenho de um paraibano a nível nacional.

O clube está bem, Campeão Paraibano, líder do Torneio do Nordeste e com a passagem para a 3ª fase da Série D do Brasileiro bem encaminhada (empate em 1 x 1 com o Araguaína no Tocantins, agora, o 0 x 0 dá a vaga para o Treze, pelo critério do fol feito fora de casa). E a torcida responde. Segundo o DataFolha, o time tem a maior base de torcedores do estado e a 30ª maior do Brasil.
A torcida parece estar satisfeita, e na busca pela Tríplice Coroa (Estadual, Regional e Nacional) promete lotar o estádio Amigão em todos os jogos. Com a transmissão dos jogos da região tendo primazia sobre as das outras regiões do Brasil (leia-se, RJ), a tendeência é um crescimento ainda maior. Digam se não é uma formosura.

Ainda nas Alagoas


Tradicional clube do estado, o Centro Sportvio Alagoanoa, popularmente chamado de CSA, também está fazendo aniversário hoje, completando 97 anos de existência. O time foi fundado como Centro Sportivo Sete de Setembro, mas em 18 adotou o atual nome.

Nesses 97 anos, o Azulão do Mutange conquistou 37 alagoanos da 1ª Divisão e 1 da 2ª, entre outros títulos estaduais, e foi o clube nordestino que chegou mais próximo de conquistar um título internacional; a Copa Conmebol. Apesar de ter vencido o Talleres da Argentina por 4 x 2 em Alagoas, perdeu de 3 x 0 na Argentina, quando a catimba foi elevada a nível de arte, ciência e outros títulos magnificientes da humanidade. Nesse tempo, o clube revelou um ídolo nacional. Cleiton Xavier? Souza do Grêmio? Felipão? Misso, o homem com chute de míssil? Não, trata-se de Djavan, o músico, que ingressou nas artes quando foi barrado no time.


Djavan


Mas o time está com sérios problemas. A problemática; o clube chegou a uma situação caótica no âmbito financeiro, devido do FGTS e do INSS dos anos de 87 e 88, e adívida com os credores chega a R$ 290,000, tirando os juros, o que faz falta para os credores, que acionaram o Ministério Público. A solucionática; leilão do estádio Gustavo Paiva. A diretoria do clube tenta recorrer da decisão, e todos estão vendo no que vai dar.

E isso tudo vem depois de uma série de resultados negativos; no ano passado, a equipe foi rebaixada no estadual, e está disputando a 2ª Divisão do Alagoano (que só começou agora por ter somente 8 equipes ), e na 2ª fase da Série D do Brasileiro, o time tomou uma chapuletada de 5 x 0 do Sampaio Corrêa. A liderança no Campeonato do Nordeste atenua a situação.
O futuro é sombrio? Ninguém sabe, mas a torcida não se importa, e continua apoiando o clube, e assim o fará por muuuuuito tempo...

O Time dos Motoristas


O título do texto pode indicar uma nova fanforrinice do blog, mas não é não, muito pelo contrário, é uma singela homenagem a um dos times mais tradicionais do Nordeste. Há exatos 74 anos, no "dia que D. Pedro I proclamou a independência do Brasil" (quem lê essa bagaça sabe do que estamos falando), taxitas de João Pessoa, Paraíba, taxistas das praças da cidade, ansiando por jogar futebol, fundaram um time profissional, o Auto Esporte Clube!!!

O Clube do Povo é um dos maiores vencedores do Campeonato Paraibano, com 6 conquistas, e continuou sendo o Clube do Povo depois de uma seca de 29 anos (58-87), sendo que a última foi em 92. Bem, o clube está passando por outra seca, mas nesse intervalo fez uma excursão pela Europa. Entretanto, uma forte crise baixou no Almeidão, que culminou no rebaixamento em 04. Todavia, o clube subiu em 06, e com título!


Torcedores da Velha Guarda comemorando o título na praia, com muito sol e cerveja


Tudo parecia que se encaminharia, mas...esse ano, o clube abriu mão de disputar a Copa da Paraíba, com o argumento de estar se planejando para 2011. Mas festividade é festividade, e o presidente Clécius Gomes prometeu uma festa daquelas, que começou com uma amistoso às 9:00 e que deve estar durando até esse exato momento ( 20:33 ). Todos esperam o ano que vem, que não está tão longe assim, com esperança de que dias melhores para o Macaco virão.

domingo, 5 de setembro de 2010

Extremismo

Desde a queda do bloco soviético, no no final dos anos 80 começo dos 90, muita coisa mudou. A região passou por um período em que foi governada por regimes "comunistas" degenerados. Degenarados porque não se inspiravam no pensamento de Marx, Engels e tantos outros que contribuiram para a Revolução. Tais regimes foram denominados "estalinistas" (numa grafia aportuguesada), nome vindo do líder soviético Josef Stalin, que entre outras coisas, defendeu a tese do "Socialismo num só país", e perseguiu ferozmente qualquer um que se opussese a isso,

O que é considerado como Leste Europeu

e para conseguir reprimir com eficifência, aumentou a Máquina Estatal, sendo que a teoria marxista defende a criação de um Estado Operário, que dividirá os meios de produção entre os trabalhadores, e com o passar do tempo, tal Estado será dissolvido, já que o Estado em si é entendido como uma ferramente de opressão e defesa de interesse, só que nessa etapa defenderá os interesses da maioria, ao contrário dos atuais Estados. E sobre o "socialismo num país só", um Estado Operário é incapaz de sobreviver sozinho, pois não produz para obter lucro, mas para atender as necessidades das pessoas, e um Estado desse tipo cercado de outros que possuem uma lógica totalmente oposta é incapaz de se manter. Para uma Revolução contra o capitalismo prosperar, ela deve ser global. Não que a Revolução num país só deva ser descartada, mas ela deve desencadear um processo revolucionário mais amplo.
Além disso, o comunismo defende a extinção de um grupo que tenha primazia sobre o resto da população, que numa palavra só, são as "elites", mas os Estados Estalinistas fizeram justamente o contrário, introduzindo uma elite, que se não eram os patrões, comerciantes, burgueses de todo o tipo, eram os altos funcionários do governo. Resumindo a ópera, esses regimes não podem ser chamados de "comunistas" na acepção verdadeira da palavra, pois não fizeram quase nada do que de fato é "comunismo".
"Quase", pois embora tivessem todos esses defeitos, conseguiram vários progressos, principalmente em relação aos serviços públicos. A União Soviética foi o primeiro país do mundo a acabar com o desemprego, e todos esses países tinham alguns dos melhores sitemas de saúde, educação, transportes, entre outros, vistos no mundo. Tanto que numa pesquisa recente entre habitantes da antiga Alemanha Oriental, pessoas estas que conseguiram ascender para a classe média, afirmaram prefirir o antigo regime, pois mesmo nesse comunismo degenerado, não se via miséria, e não se pagava para ter um serviço decente. Tais serviços começaram a decair quando esses países estavam trocando de modelo político-econômico.

Torcedor do Zenit, da Rússia

Esses Estados acabaram com tal caráter por uma série de motivos, que não cabem aqui ser enumerados, mas que deixaram marcas. Depois disso tudo, o que imperou foi o capitalismo selvagem e a desilusão com o ideário de esquerda, pois esta é vista como sinônimo dos regimes anti-democráticos que vigoravam antes. A pobreza e a desiguldade social aumentaram. Isso tudo dá brecha para um outro ideário entrar nessas sociedades. Trata-se da ideologia de extrema direita nazi-fascita. Alguns setores das classes médias adotaram esse ideário e tudo o que traz com ele, xenofobismo (discriminação contra um outro grupo, seja étnico, cultural, religosos, por exemplo), racismo, intolerância, termos que são quase sinônimos, como meio de resposta a nova realidade de desigualdade presente. "Se existe desemprego, é culpa de imigrantes que vem para cá roubarem os empregos existentes, porque seu país é incompetente para dar isso para eles, tudo isso graças a globalização. Mas comunismo não é a resposta, pois um governo de operários não pode dar certo". Essa é uma pequena e simples mostra do ideário nazi-fascita. Ele faz sentido? Não, não faz nenhum sentido, mas quem se importa? É um discurso simples que atende à necessidades imediatas de determinado grupo social.


Parte da torcida do CSKA da Bulgária


O nazismo clássico defendia a superiodade racial dos alemães em relação ao outros, sobretudo judeus, negros, latinos e eslavos, sendo que entre os eslavos é que vigoravam a maioria dos regimes comunistas. A situação descrita no parágrafo anterior está ocorrendo na maioria dos países eslavos que passaram por regimes do tipo. Mas aqui vai outra situação hipotética; se um nazi-fascita alemão se encontrasse com um eslavo (ou até mesmo um latino, e por quê não um brasileiro?), o primeiro consideraria o segundo como seu igual? Bem, a resposta é não, mas novamente, quem se importa?
Vemos demonstrações de racismo inspirada pelo ideário nazi-fascita na maioria dos países da região, e como era de se esperar, elas acabam indo para os estádios de futebol, que por serem usados por pessoas de todo o tipo de determinada sociedade, acabam por refletir o que está se passando nela. Manifestações racistas já estão virando norma nos estádios do Leste Europeu. Um exemplo é o Zenit, de São Petersburgo, da Rússia, cidade que foi sede de um importante soviete (organização política de luta dos trabalhadores), no qual um importante líder da Revolução Russa de 1917, Leon Trotsky, trabalhou. O time, que conquistou a Copa da UEFA, atual Liga Europa, e a Recopa Européia em 2008, é o principal expoente de manifestações de extrema direita na Rússia. Outro exemplo fica na Bulgária. O CSKA de Sofia era o clube do exército búlgaro, e recentemente parte de seus torcedores se assumiu como nazista.


Campanha do governo eslovaco contra o racismo, na qual o jogado brasileiro Adauto é símbolo


Um jogador brasileiro, Adauto (com passagem pelo Atlético Paranaense) sofreu ofensas racistas na República Tcheca e na Eslováquia. Numa partida, a torcida do Kosice, adversário do time de Adauto, o Zilina, jogava cascas de banana quando o jogador tocava na bola. Nessa partida, o primeiro ministro da Eslováquia estava nas tribunas, e depois dela, Adauto foi o símbolo da campanha anti-racismo do governo, em que apareceu em propangadas de diversos meios de comunicação e teve seu rosto estampado em selos.
Embora bem intencionados, os esforços do governo eslovaco são insuficientes.
Que nem diria Malcom X, "não há capitalismo sem racismo", e provavelmente o bom governo eslovaco não irá querer acabar com o capitalismo...
Mas também há o outro lado da moeda, mas que fica para outra ocasião, então, inté mais.

Cadê?

O futebol nordestino têm crescido muito ultimamente. Das últimas campanhas do Sport, última final da Copa do Brasil, na qual o Vitória acabou como vice, até nas divisões inferiores do Xampeonato Brasileiro, os clubees da região chama a atenção com seu desempenho no mínimo razoável e com uma boa média de público. Mas essa situação não é vivida por todos os estados da região.
O caso aqui é o Sergipe. Lá está tendo uma baita discussão em torno de uma pendenga envolvendo dinheiro (pra variar...). O governo sergipano entende que futebol é publicidade e tenta apoiar os times do estado, o que não é um equívoco, basta ver quantas cidades ficaram conhecidas nacionalmente nesse negócio, de Pirambu no Sergipe à Críciuma em Santa Catarina. Mas a polêmica é no tipo de apoio escolhido.
As autoridades sergipanas investem dinheiro público no futebol estadual. Dinheiro público é para outras áreas, e só deve ir para o futebol quando pode vir a beneficiar a comunidade com um todo. Não se vê o dinheiro em projetos socias envolvendo os clubes, ou em qualquer coisa do gênero. E há ainda o negócio de que a maioria das verbas vão para os clubes da capital Aracaju, enquanto os do interior ficam com as migalhas, isso quando ficam.
Mas mesmo com esses recursos, o futebol sergipano é um dos mais fracos da região. Se esse dinheiro ao menos fosse para os clubes, haveria alguma chance de melhora. Não, não entramos em contradição. O dinheiro é destinado para os clubes, mas quem enriquece são os dirigentes. Basta ver o pedido de explicação do Ministério Público do estado, que não sabe o destino de R$ 4 milhões que foram repasados para os clubes.
O presidente da Federação Sergipana de Futebol, Carivaldo Souza, aparenta querer se igualar, e quem sabe num futuro próximo, superar Ricardo Teixeira da CBF. O sergipano está no comando da FSF desde 90, e teve seu mandato prorrogado até 2012. Há toda uma rede de interesses, e embora o futebol do estado esteja caindo a cada ano, tem gente nos clubes, e provavelmente, na máquina adminstrativa sergipana, que está ganhando com isso.
Enquanto isso o torcedor sofre, e é impedido de se manifestar, pois a cada momento surgem leis que impedem o torcedor de se expressar com liberdade nos esádios. Onde já se viu não poder xingar o juiz ou o presidente do clube que só faz presepada? Mas sempre há um caminho para a luta...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Paraolímpiadas

Em meados de 2006, em mais uma preparação para a Segunda Divisão do Campeonato Paulista, o Grêmio Mauense, em um amistoso, conseguiu aplicar 7 x 1. O resultado foi elogiado, e o até então técnico João Ricardo aprovou a movimentação da equipe. Até aí, algo nem tão normal, pois um time da 2ª Divisão golear um time semi-profissional assim é fato raro.
Mas o fato é o seguinte, o outro time também estava se preparando. Para o Mundial Paraolímpico. Sim, o Grêmio Mauaense venceu a Seleção Brasileira Paraolímpica. O técnico da Seleção afirmou que seu time começou bem a partida, mas ficou perdido depois.
Não dá pra classificar a insensibilidade da declaração e da postura do treinador do Mauaense, que usou de um jogo festivo, que até o prefeito de Mauá, Leonel Damo do PV, presenciou, como preparação para uma competição. Não sabemos se os jogadores concordaram com essa postura, pois nessa categoria, são o elo mais fraco da corrente.
Muitos creditam a esse tipo de coisa (além da presença do presidente Jakim) a atual situação do time.

Segunda Divisão 3ª fase

Bem, estes posts sobre as equipes da Série B, Segundona, 4ª Divisão Paulista, ou o melhor nome para a ocasião, estão mais com cara de guia histórico do que futebolístico. Pedimos desculpas, mas se tivessemos a capacidade de dormir 1 hora por dia, a situação seria diferente, pois cobrir a história e o desempenho de 46 equipes é difícil, mas seguimos tentando.
A 2ª fase já acabou, logo, a 3ª irá começar, e aqui vão as equipes que conseguiram chegar nessa etapa. Conseguimos prever algumas coisas, como as classificações de Velo Clube e Inter de Limeira, e como já era de se esperar, demos alguns tiros nos pés, como em relação à Inter de Bebedouro, que achávamos que teria um desepenho rázoavel, mas não brigaria pelo acesso, e poucos na cabeça, entenda-se, a eliminação vexaminosa da forte Votuporanguense, creditada aqui como uma das favoritas ao título. Não fomos tão ruins assim no final das contas. Seja como for, este é o chaveamento da 3ª fase;

Grupo 13

Guaçuano
Inter de Limeira
Paulínia
Santacruzense

Grupo 14

Inter de Bebedouro
Primavera
São Vicente
Velo Clube

Grupo 15

Elosport
Nacional
Olé Brasil
Taboão da Serra

Nessa fase, os prognósticos são muito difíceis. Se classificam os 2 primeiros de cada grupo, mais os 2 melhores 3º's colocados. Algumas equipes podem ter surpreendido, mas se chegaram até aqui, não foi por acaso, e certamente veremos grandes partidas.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cem Anos Não é pra Qualquer Um




Hoje, dia 1º de setembro, é aniversário do Esporte Clube Noroeste de Bauru, que completa 100 anos de existência. E nesses 100 anos, o clube sempre teve o mesmo nome, embora tenha sido fundado como Sport Clube Noroeste, antecipou a reforma ortográfica e colocando um "E" no primeiro nome.
Sempre mandou seus jogos no Alfredo de Castilho, com capacidade para 18, 840 torcedores. Campeão do Interior em 43, o Norusca, dez anos depois, venceria a Série A2 e passaria a integrar a 1ª Divisão do Campeonato Paulista. Infelizmente, numa partida contra o São Paulo em 58, parte do estádio pegou fogo, mas ninguém ficou gravemente ferido. Só em 60 pôde voltar para seu estádio, renomeado para Ubaldo de Medeiros, que logo depois, em 64 teve de ser re-renomeado para Alfredo de Castilho. Explica-se, Medeiros era partidário do presidente João Goulart, e com o Golpe Militar de 64... bem, para todos os efeitos alegou-se que era proibido colocar o nome de pessoas vivas em monumentos e coisas do tipo. Nesse mesmo ano, faria uma excursão pela Bolívia, em que terminaria invicto, com direito a uma chapuletada de 4 x 0 no Aurora, campeão boliviano daquele ano.

Caindo em 66, só voltaria em 74. Em 78 ganharia uma vaga na elite do Brasileirão, quando os estaduais serviam como torneios qualificatórios para o nacional. Em tempos de ditadura, os militares queriam dar a idéia de unidade nacional, daí o investimento no futebol. O Brasileirão deveria congregar toda a nação,de norte a sul, o que explica o surreal número de 74 equipes no campeonato. Mas seja como for, o Norusca ficou na 28ª colocação final. Os anos 80 e 90 seriam cheios de altos e baixos, promoções e rebaixamentos, da Série A1 para a A3.
No começo do século XXI, o clube perigava deixar de existir, mas um empresário, responsável pelo grupo Kalunga assumiu o clube e as divídas trabalhistas, e o Norusca, em alguns momentos ficou conhecido como Trem Bala. Queremos ter contato com torcedores do Noroeste para saber como é a relação com a diretoria do clube, que a grande mídia vende como pacífica na maioria dos casos. Ficam os parabéns para o Noroeste.

E a Moto Quebrou...


O futebol do Maranhão está de luto. Na semana passada, o Moto Club de São Luís, 24 vezes campeão maranhense, sendo o último título em 2008, o único que foi campeão sete vezes seguidas (44, 45, 46, 47, 48, 49 e 50), campeão do Nordeste em 47 e canpeão dos Campeões do Norte no ano seguinte, e três vezes campeão da Taça Cidade de São Luís (a Copa Estadual que dá vaga para a Copa do Brasil). Um dos clubes mais tradicionais do Nordeste encerrou suas atividades, alegando recursos insuficientes para continuar com o time, além de falta de apoio da Federação Maranhense de Futebol.

O clube que na década de 90 revelou o artilheiro Kléber Pereira, desde que ganhou o último título vinha passando por dificuldades. Foi rebaixado para a 2ª Divisão do Maranhense no ano seguinte e esse ano esteve envolvido num escandâlo de proporções extradimensionais. O Papão haviaontado um time para subir, o que de fato estava acontecendo. Na última rodada, o time vencia o Santa Quitéria por 2 x 0. Nisso, o rival pelo acesso, o Viana, vencia o Chapadina por 2 x 0. O resultado era insuficiente para o Chapadinha, que embora estivesse igualado com o Moto no saldo de gols, perdia no número de gols marcados. MAS, em 9 minutos, o Viana construiu um placar de 11 x 0!!! O Moto tentou

torcedor deseperado com o rebaixamento

responder, tanto que logo depois dessa notícia chegar, quatro penâltis mais do que carraspanas foram marcados em favor do Moto, mas não foram suficientes (o Moto ainda errou um, mas mesmo se convertesse, não seria suficiente). Além, disso, o Santa Quitéria contou com a presença de Manin Leal, prefeito, presidente de honra e jogador do time, mesmo com 52 anos, e por mais esdrúxulo que possa parecer, o jogo estava 0 x 0 enquanto o prefeito artilheiro estava em campo.

Além do Moto, o JV Lideral encerrou as atividades pelas mesmas razões. O Lideral é um clube empresa, e embora estivesse tendo sucesso no futebol regional, não tinha a tradição e a torcida do Moto, torcida esta que está num desespero só, pois em 72 anos, o time nunca havia passado por uma situação parecida. Sabemos como é difícil ver o time de coração numa situação difícil, mas não temos da idéia do sofrimento de ver que tal time deixou de existir, por isso fica o apoio aos torcedores do Moto, e para torcida do Lideral, mandamos nosso apoio.