segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A "Anti-Torcida"


Uma coisa muito comum no futebol são as torcidas organizadas. São grupos de torcedores que se reúnem em um grupo com algum interesse em comum além do clube, o que explica o fato de existirem várias torcidas para apenas uma equipe, e por conta dessas diferenças que vão além do clube, muitos desses grupos são rivais, o que podemos dizer, no frigir dos ovos, não faz lá muito sentido, e isso ocorre em vários países. Mas indo para o comum, toda torcida organizada existe basicamente para apoiar o clube.

Porém, há uma exceção. Em nossas pesquisas extremamente alternativas, descobrimos o caso de uma torcida organizada que existe basicamente para torcer contra o time de sua cidade, trata-se do Heia Bortelaget, que existe unicamente para aporrinhar o Rosenborg em seu estádio, o Lerkendal. A "anti-torcida" foi fundada em 92, por estudantes de engenharia da cidade de Trondheim, sede do time. E foi nesse ano que o Rosenborg deu início a sua hegemonia na Noruega; graças a uma boa organização fora de campo, uma excelente geração de jogadores e o dinheiro ganho nas frequentes participações na Liga dos Campeões, o clube conquistou nada menos que 14 campeonatos nacionais consecutivos, isso sem falar em Copas e participações de destaque em competições internacionais.

Nesse período, o Heia Bortelaget acompanhou o crescimento do clube; já são cerca de 2,600 membros. Pode não parecer muito, mas estamos falando de um grupo que torce contra o maior clube da cidade, e que por muito tempo, foi o maior do país. E fazem isso sem ter preferência por outro clube, tanto que escolheram o rosa como símbolo da organização, isso por quê nenhum clube do país usa essa cor. Além disso, em caso de vitória do time visitante, a torcida premia o capitão da equipe adversária com um troféu. O mesmo se dá com o juiz que toma decisões desfavoráveis ao Rosenborg, e no troféu do juiz há a inscrição "Obrigado por ter coragem aqui no Lerkendal", afinal, na visão do Heia Bortelaget, marcar um pênalti contra o time da casa é um momento, e momentos raros devem ser lembrados de maneira especial. A torcida canta muito, sejam músicas próprias, sejam músicas das torcidas visitantes, que levam certo tempo para serem aprendidas, isso quando são (mas se essa é a dinâmica, podemos deduzir que o Heia possui um grande repertório).

Eles têm tudo para serem odiados pelos torcedores do Rosenborg, mas não é o que acontece. Os torcedores os vêm de maneira bem humorada, e que agregam algo para o folclore da equipe. De fato, torcer contra o Rosenborg é sinônimo de sofrimento. Por exemplo, entre 94 e 98, nenhum troféu foi entregue a capitães adversários, e além disso, o clube norueguês chegou a eliminar o Milan da Liga dos Campeões em pleno San Siro. Seja como for, podemos dizer que os torcedores do Rosenborg estão mais do que certos, pois o Heia Bortelaget não contribui apenas para o folclore do futebol norueguês, mas para o folclore futebolístico mundial.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Jabaquara


Era consenso; esperava-se mais do Jabuca em 2011. Uma eliminação na 1ª fase, atrás de um rival regional (Guarujá), que acabava de voltar ao profissionalismo, definitivamente não fazia parte dos planos de diretoria e torcida. Assim como não estavam nos planos eliminações precoces em 2010, 2009, 2008, 2007...Há um bom tempo o Jabaquara não apresenta um bom desempenho na Segundona, o que normalmente, não traria boas expectativas para esse ano.

Mas a esperança é a última que morre, e pelo menos esportivamente, pode-se ver sinais de que algo diferente pode acontecer esse ano. A preparação já começou no último dia 24, sob o comando de Paulinho Kobayashi. Além disso, muito da base virá do time vice-campeão do Paulista sub-20 da Segunda Divisão do ano passado. Administrativamente, porém, o negócio é outro. Fazemos esta afirmação partindo do princípio que se o clube não foi bem nos últimos anos, a tem sua parcela de responsabilidade, e mesmo com a chance de algo promissor acontecer, se não há competência e seriedade por trás, tudo irá por água a baixo (e antes que alguém pense que isso foi uma anedota que partiu do princípio de que o clube é de Santos, dizemos que não, não foi. Não é engraçada, ou infame, o bastante, para ser feita voluntariamente pela nossa equipe).

Resumindo; o Jabaquara é uma incógnita. A única certeza é de que o Jabuca chegou onde chegou no passado pela força da paixão de seus torcedores. Hoje, o clube chegou onde chegou justamente pela falta de apoio da cidade, e com a falta de competência de dirigentes. Com certeza, um dos clubes fundadores da FPF merece mais que isso...

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Portuguesa Santista


Definitivamente, 2011 foi um ano frustrante para a Briosa. A equipe somou 64 pontos nas 4 fases da competição, atrás apenas do promovido Capivariano, mas não ficou com o acesso. Ainda havia a esperança de que o tão sonhado acesso viria nos tribunais, isso por quê a Portuguesa entrou com recurso contra o Barretos (entenda-se, na partida entre Barretos e Olímpia, o Barretos colocou o atleta Elvis em campo, que estava com o contrato irregular; o contrato venceu um dia antes do jogo. O Barretos alegou que foi um erro de digitação, pois o contrato devia vencer no mês seguinte), mas o STJD e a FPF deram ganho de causa ao clube do interior, e a Portuguesa jogará a Segundona em 2012.

A Briosa está em uma situação financeira, e sofreu muito com administrações incompetentes. Em novembro passado, o clube elegeu um novo presidente, José Ciaglia, e como todo presidente, prometeu fazer a Portuguesa voltar à elite. Mas afinal de contas, que presidente não prometeria isso no dia em que assume? Mas ao que parece, a torcida deposita confiança em Ciaglia, pois quando fazia parte da diretoria, a Briosa teve seus últimos brilhos (3º lugar no Paulistão de 2003 e participação na Copa do Brasil no ano seguinte). Além disso, a parceria com a Vieira Sports será mantida.

Mas nem tudo são flores em Santos. A diretoria resolveu esperar o resultado do julgamento para montar o time, pois dependendo do resultado, teria de montar ou uma equipe padrão A3 ou uma B1 (lembrando que a 4ª Divisão possui limite de idade para os atletas; apenas 3 por jogo podem ter idade acima de 23 anos.). E até o momento, não sabemos quem é o treinador do clube. Ano passado, o último foi Evaristo Piza, mas ao que tudo indica, não permanecerá em 2012. Isso com certeza vai atrapalhar a preparação da equipe.

No meio dessas incertezas, um ponto já está definido; a aposta da equipe será na base. As categorias de base eram geridas por uma empresa autônoma, mas a Portuguesa está disposta entrar em um acordo para voltar a gerir as categorias de base, cujo objetivo não é ser campeão, mas sim revelar jogadores, que possam trazer benefícios esportivos, e sobretudo, financeiros, para a Briosa. De todo o jeito, estamos no aguardo, e qualquer notícia nova, colocaremos nos comentários do post. Até breve.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - União Mogi


Em 2011, o União não fez campanha boa, frustrando as expectativas de sua torcida e de sua diretoria, que pelo menos num primeiro momento, possuíam grandes planos. O que se viu foi um time com desconexo, que teve cerca de 3 treinadores diferentes, e conquistou apenas 2 vitórias e 2 empates em 14 jogos, marcando 13 gols e sofrendo 28. A campanha foi tão abaixo do esperado que culminaram em mudanças na presidência do clube, saindo Cícero Buark e entrando Alberto Claro.

Com o 2011 perdido, já começou-se a planejar o 2012, tanto que já em agosto foi definido o treinador da equipe, Alexandre Gaia, que chegou junto com uma nova parceria (Fusa Sports) com o clube. Quando tudo parecia que ia se encaminhar bem, as coisas não se revelaram tão fáceis, pois a preparação que devia começar no final de novembro e começo de dezembro foi adiada para janeiro. Além disso, havia uma pendenga administrativa, pois a diretoria do União deixou o controle da categoria profissional com a empresa já mencionada e a base ficou com outra parceira. Mas isso não era muita coisa perto da notícia de que a parceria ia acabar antes mesmo de começar, o que deixa o União sem jogadores, sem treinador e com uma multa contratual de rescisão. Muito disso foi motivado pelo fato dos dirigentes do União terem encontrado cerca de 188 processos judiciais contra Antônio Carlos, mandatário da Fusa. Por sua vez, Carlos alega que esses processos são contra pessoas homônimas, e que não possui nenhum problema com a Justiça.

Seja como for, o União procura um novo investidor para poder disputar o campeonato, coisa que a diretoria garante que ocorrerá, mesmo que para isso tenham de se manter de maneira autônoma, o que até mesmo na diretoria, gera a crença de que a equipe não disputará o acesso, isso se a equipe disputar a Segundona.

Com tantas polêmicas, é mais do que óbvio que a torcida está insatisfeita, e tal insatisfação chegou ao ponto da ação; já foi feita uma reunião entre torcedores e dirigentes, propondo a mudança no estatuto do clube, visando incluir o direito a voto de sócios - torcedores e sócios - contribuintes, com o argumento de que tal medida tornaria o clube mais democrático. Uma comissão para a elaboração do estatuto foi formada em 2010, mas ao que tudo indica, a mudança estatutária ocorrerá. Mas de todo o jeito, é bom esperar. A torcida está em cima, cobrando, enquanto a SAU (Sociedade Amigos do Mogi, entidade criada por torcedores do clube visando trabalhar de maneira autônoma pelo clube) está trabalhando na construção do CT do clube, que deve ter sua primeira etapa concluída em 07/09/12, dia do aniversário de 99 anos do clube.

De todo o jeito, esperamos que o União dispute o campeonato, afinal, é uma equipe quase centenária, muito tradicional, que está passando por um mau momento. Mas se conseguir montar um time, a sorte deverá caminhar de mãos dadas com o clube, pois os atletas terão de superar a falta de entrosamento (para ficar em apenas um obstáculo), e há o fato de que outras equipes já começaram a se preparar. Se todos os projetos que os torcedores se concretizarem, poderemos ver um clube forte. Até lá, não temos certeza do que veremos...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Imperador do Migué

Esse é um texto que faz parte do projeto em parceria que estamos tocando com a Sal Produções. Em breve, haverá um site, mas enquanto este não fica pronto, será usado um blog, onde colocaremos conteúdo. Sobre o post em si, lendo apenas o título, é possível imaginar que falaremos do Adriano. Não, ainda que o título se encaixe perfeitamente nele, não é sobre o jogador do Corinthians que falaremos. O alvo desse post é um jogador clássico, que ficou famoso justamente por não jogar; Carlos Kaiser, que viveu cerca de 20 anos no universo do futebol com apenas uma arma; sua lábia. Aí vai o link; http://www.salproducoes.com.br/site/?p=235 . Em breve, mais novidades.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Grêmio Prudente


Como todos sabem, o Grêmio Prudente voltou a sua cidade natal, Barueri, depois de uma série de episódios polêmicos, e disputará o a Série A2 do Paulista e a Série B do Brasileiro. Mas a cidade de Presidente Prudente não ficará a ver navios, e terá um novo representante no futebol profissional; o Grêmio Prudente. Sim, sabemos, o nome é igual, e o escudo é bem parecido, mas foi com a intenção de usar os vínculos já estabelecidos. Não foram muitos, é verdade, mas isso não quer dizer necessariamente que são fracos. O objetivo é representar a cidade com o mesmo brilho que equipes como a Prudentina e o Corinthians tiveram em seus melhores anos. Depois desses clubes terem deixado o profissionalismo, a cidade nunca mais teve um representante de impacto; foram 6 nos últimos 10 anos. O clube usará da vaga do antigo Oeste Paulista, campeão da Segundona em 2007 (e sobre a qualidade do distintivo, foi o melhor que pudemos encontrar).


Como é um clube novo, começará da base da pirâmide; a Série B Paulista. Mas ao contrário de outros clubes que voltam para primeiro ver como é a disputa, para no ano seguinte buscarem algo mais, o objetivo do Grêmio é claro; acesso. E o clube contará com o apoio de muitas empresas e da prefeitura da cidade, que usará da lei do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), visando angariar ainda mais apoio. Além disso, já foi apresentado um plano de sócio-torcedor.

O elenco já foi apresentado, e será comandado pelo treinado Jorge Saran, com passagem pelo Noroeste de Bauru. Outro que tocará o projeto será Adriano Gerlin, que era dirigente e jogador no antigo Oeste Paulista. Gerlin, com 37 anos, voltará a jogar, e já está treinando com o elenco principal. Outro que tinha parte no projeto era o também prudentino Antonio Carlos. Não se sabe se ele continuará de maneira oficial na equipe, pois assumiu o comando técnico do Audax-SP, mas de todo o jeito, ele mantêm o apoio. As expectativas são boas, pois o clube começou a se planejar cedo, e contará com boa infra-estrutura e muito apoio financeiro. Porém, isso não basta para a Segundona, ajuda, e muito, mas não basta. O time têm de conquistar o cidadão prudentino, ainda receoso com a recente trajetória do futebol profissional da cidade, e a cobrança será alta, muito maior do que a que seus concorrentes terão. Resumindo, são obstáculos perigosos, mas contornáveis, e veremos se o novo Grêmio Prudente conseguirá superá-los...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Desprestensão...

No mundo do futebol, existem algumas coisas que se não são estabelecidas, fazem parte do senso comum, pelo menos. Algumas delas são os requisitos para a fundação de um clube. São necessários uma série de patrimônios, materias e imaterias. Entre os materias, podemos colocar o espaço próprio, no caso, uma sede administrativa, um ponto de encontro para as pessoas envolvidas com o clube, nem que for uma casa, um puxadinho serve. Tão, ou até mais importante que a sede, é o campo em si, afinal, se não fosse isso, onde o time jogaria? Entre os patrimônios materias, podemos colocar o material para o jogo; uniformes, caneleiras, luvas, bolas, o básico. Quanto aos imateriais, todo o clube tem um distintivo. Alguns, não bastando 1, possuem 2. Mas 1 é suficiente. Além disso, cores próprias, que possam tornar o clube notável, diferenciável, e elas podem ser tanto as cores da localidade do clube, ou uma homenagem a sabe-se lá ao que, de lugar distante à figura célebre do cenário do momento. Ah, e claro, o hino. Ah, o hino, música que serve para enaltecer o clube. Na maioria dos casos, o hino é composto ao mesmo tempo que o clube é fundado, mas existem excessões.

Por exemplo, todos os clubes do Rio possuiam hinos próprios, bem formas e coisa e tal. Um belo dia, a pedido das rádios da cidade, o compositor Lamartine Babo escreveu o hino de todos os clubes do Rio que estavam na 1ª Divisão. As músicas que Lamartine Babo escreveu ficaram tão populares que acabaram por ser reconheçidas como o hino dos clubes, não de maneira oficial, pra variar, o que é estranho, pois até a diretoria dos clubes os aceitam. Eventualmente, alguns são modificados, como o do Botafogo, que depois de uma briga com o Fluminense, foi reconheçido campeão carioca de 1907, o que forçou a mudança na letra (que de “Campeão desde 1910” ficou “Campeão de 1907”, o que fez com que a rima se perdesse). Mas existem os mais radicais, como a Portuguesa. A Portguesa sempre teve a fama de time simpático, querido pelos paulistanos, e isso se refletia em seu hino, de clima bem amistoso. A diretoria da Lusa, querendo dar uma levantada no brio de jogadores e torcedores, encubiu um ilustre torcedor, no caso Roberto Leal, a escrever algo que tivesse espírito combativo. Leal assumiu a missão, e podemos dizer que cumpriu com louvor, pois o novo hino teve uma aceitação bacana, mas não substituiu o antigo, pelo menos não para os torcedores.

Mas quando alguém escreve uma música para o clube sem a intenção dela se tornar um hino? É o caso de Antonello Venditti, torcedor da AS Roma. Pra começo de conversa, quem é Antonello Venditti? É um cantor e compositor italiano, muito popular por lá, que ao longo da carreira demonstrou preocupação com causas socias. Mas nos países que não falam italiano, ele é mais conhecido por sua obra “musical futebolística”, ou melhor, obras, mais especificamente, duas; “Roma, Roma, Roma” e “Grazie Roma”.

Ele compôs as duas no mesmo momento; quando a Roma ganha seu segundo título nacional, depois de um jejum de 40 anos. Ele só escreveu para extravassar, para comemorar. Mas as músicas fizeram muito sucesso, até mesmo fora da capital, o que á algo notável se considerarmos o forte regionalismo italiano. A primeira tornou-se o hino oficial do clube, sendo tocada antes de todo o jogo. A segunda é uma espécie de “2º hino”, sendo tocado no estádio toda vez que a Roma vence.

Cremos que a chave do sucesso das canções é o grau de emotivadade que carregam. Como já salientamos, foram 40 anos sem ganhar o campeonato nacional. Pra não dizer que nesse meio tempo a Roma não ganhou nada, foram 4 Copas da Itália, o que podemos dizer que é pouco. O grau de emoção nas músicas é surpreendente, sendo que muitos podem achar piegas (a própria palavra é brega e piegas, mas não conseguimos pensar em outra melhor), e ainde que exalte alguma grandeza, fundamentalmente é o retrato do sentimento de um torcedor pelo clube, coisa que só poderia ser obtida com a “não-intenção” de escrever a música como um hino formal. Seja como for gostamos da ideia, e a incentivamos, somente para os outros, pois não temos nenhuma vocação musical...

Para quem quiser ver, colocaremos alguns links aqui. Não encontramos muitas traduções, então pegamos emprestado as do Cifra Club, do Terra. Não somos os maiores conhecedores de italiano do mundo, mas cremos que estão boas. Seja como for, aí vão;


Roma, Roma, Roma http://letras.terra.com.br/antonello-venditti/41692/traducao.html

Grazie Roma http://letras.terra.com.br/antonello-venditti/578120/traducao.html


Cremos ser uma boa colocar algo da torcida cantando isso, então aí vai;

http://www.youtube.com/watch?v=KRFs3vuqopM

http://www.youtube.com/watch?v=9i6F1YHYbSg&feature=related