Faz tempo que não falo da A2...deixei de fazer isso por quê atualmente, encontrar informações da A2 não é algo que demande lá muito tempo, logo, minhas considerações não iriam colaborar para muita coisa. Mas me deu vontade de abordar o assunto, sendo serviço de utilidade pública ou não.
Pra começar, a final, mais especificamente, a finalíssima. Vi poucos jogos da A2 in loco esse ano, ou pelo menos em menor quantidade do que gostaria, e tinha a oportunidade de ver o último jogo da competição, o Portuguesa x Rio Claro que iria definir o título. Incubi um amigo de ir arranjar os ingressos no sábado imediatamente anterior à final, contudo, ele não conseguiu obtê-los. Nisso, só me restava ir no estádio no domingo, e achei arriscado sair de um lugar distante para me deparar com uma bilheteria vazia. Temi isso devido à minha última experiência com jogos festivos da Portuguesa, pois estava no jogo do acesso para a Série A, contra a Ponte Preta, e o Dr. Oswaldo Teixeira Duarte estava abarrotado àquela altura, com direito à uma banda de fado passando no meio do pessoal. Seja como for, para quem quer que tenha visto o jogo, quer fosse no Canindé, quer fosse pela TV (o que merece um capítulo à parte), viu que o estádio não estava cheio. Fui um completo juvenil e ignorei todo um contexto que rondava a partida, aliás, não só a partida, como a estadia da Lusa no segundo escalão do futebol paulista. Poderia ter ido no setor visitante, mas sei por experiência própria que esse local não é dos maiores, ainda que possua um tamanho considerável. Ainda assim, eu esperava que a torcida do Rio Claro lotasse o local (o que não quer dizer que pouca gente saiu da cidade que dá nome ao clube). Ainda mais, 30 mangos em um ingresso é um tanto quanto pesado para quem quer que não esteja envolvido diretamente no negócio. Seja como for, o que passou, passou.
Dito isso, a finalíssima foi bem, digamos, estranha. Havia a gana dos jogadores de ambas as equipes em procurarem vencer e conquistar o título, mas algo pairava no ar, e era perceptível até para quem não estava lá, que era meu caso. O prélio teve o nível de tensão aceitável para uma final, não ultrapassando isso em momento algum, talvez exceto no gol do Rio Claro. Mas creio ter sido algo breve. Essa final não chegou a ser modorrenta, mas certamente existem outras mais memoráveis. A partida terminou em 1 x 0 para os visitantes, mas que foi insuficiente para que a taça fosse levada para o interior; por ter feito uma campanha melhor ao longo da competição, e por ter vencido a ida por 2 x 1, esse placar ainda permitiu que a Portuguesa fosse campeã. Aí ocorre um fato pouco, ou melhor, nem um pouco, usual; a torcida começa a vaiar. A torcida apoiou a partida inteira, e começou a vaiar logo após o apito final.
Isso até pôde causar estranhamento nos mais incautos, mas era bem explicável; os adeptos não vaiavam o time (ainda que merecessem alguma manifestação do tipo, dado algumas pixotadas), mas a diretoria, com atenção especial ao presidente, Manuel da Lupa. Nessa gestão, que começou em 2005, a Lusa alcançou a Série A do Brasileiro, é verdade, mas sofreu 2 rebaixamentos no Paulista. Também é verdade que desde o começo dos anos 2000 o clube passava por uma situação claudicante, mas isso não quer dizer que dá para isentar de responsabilidade os atuais mandatários.
Nessa A2, tudo o que foi dito no parágrafo anterior, somado ao fato da confirmação da presença da Lusa ter se dado logo após a apoteose do acesso para a 1ª Divisão do Brasileiro, ajude a explicar o que muitos classificaram como "brochante" quando da cerimônia de premiação.
Até mesmo aqui a Portuguesa foi aquela que recebeu mais atenção, marginalizando os outros. Afinal, é um time de primeira do Brasileiro, inserida na segunda estadual. Acho que é algo inconsciente, ou qualquer coisa do tipo.
Em relação ao Rio Claro, para mim, foi uma grata surpresa. Antes do início do certame, não o colocava como favorito ao acesso, sequer como postulante à classificação à 2ª fase. Acreditava piamente que ficaria na zona do agrião, esperando a Copa Paulista e a próxima A2. Se fosse para algum time da cidade conseguir algo, via o Velo como favorito. Mas eis que queimo a língua. Mesmo com o vice, o clube conseguirá uns bons trocados, tão necessários para todos, e irá partir para a competição do 2º semestre com ânimo renovado. Esperemos 2013 então, para que vejamos se a agremiação conseguirá se manter na A1.
Da parte dos outros dois promovidos, o Comercial fez um bate-e-volta, e ano que vem veremos um sempre esperado Come-Fogo. Acho que todo mundo deve concordar que o Bafo selou o acesso nos surpreendentes 7 x 0 contra a Portuguesa em Palma Travassos. Com o saldo de gols construídos lá, só uma hecatombe tiraria a vaga da A1 do lado alvi-negro de Ribeirão Preto. Do outro lado, o Audax, que até bem pouco tempo atrás, era o Pão de Açúcar EC. Será a primeira vez que veremos um clube-empresa, mas empresa mesmo, disputar o Paulistão. Creio que será uma passagem atípica, pois essa passagem será pouco memorável, dado que o clube não tem torcida ou qualquer identificação com alguma coisa. É inegável que em algumas partidas, os atletas e a comissão técnica encarem o adversário como uma formalidade. No caso do Audax, até mesmo os torcedores encararão assim. Pode ser que sejam jogos bons tecnicamente, mas faltará algo no fora das quatro-linhas. Do outro lado, é inegável que o sucesso do clube é resultado de um planejamento sério, feito à longo prazo, com uma competência raramente vista. Administrativamente falando, não lembro de ter ouvido algo como atrasos de salários, assim como outras coisas tidas como comuns. Estruturalmente, as coisas andam no mesmo ritmo. É consenso que qualquer um gostaria de ver um clube mais tradicional, ou até mesmo que a anos esteja pelejando nas divisões inferiores, no lugar do Audax, mas na imensa maioria dos casos, tais clubes não se estruturam, por uma série de motivos que não cabe elencar aqui. Além do mais, o Audax não colabora em nada para o definhamento das equipes tradicionais. Que será chato vê-lo no lugar de uma centena de outros time, isso vai, mas não vai ser a desgraça que muitos imaginam.
Olhando para o texto, ficou maior do que o esperado, e ainda tenho mais considerações. O jeito então será dividir, logo, esperem outra parte. Caso tenha dito algum disparate, ou tenha me esquecido de algo, ou ache qualquer coisa sobre um fato qualquer relacionado direta ou indiretamente com o tema, sinta-se à vontade para comentar. Por hora, me despeço.