Acordar sozinho em um domingo de manhã é sinônimo de que se permanecerá só à manhã inteira. Poucos viventes levantam cedo nesse dia, e se levantam, é pra ficar a sós consigo mesmo. No meu caso, e no de tantos outros, há o futebol das divisões de acesso, que aqui em SP, ocorre nesse horário. Também há os campeonatos de várzea, e aqui no ABC esse horário é tradicional desde tempos imemoriais. Mas, no meu caso, eu trabalharia à tarde (todas as pessoas que trabalham aos domingos merecem uma homenagem por isso), e a preguiça falou mais alto. Ficar em casa seria o programa da vez, mas manhã de domingo sem futebol é estranha, mas só as divisões de acesso tem jogos à esse horário (ps: vi depois que haveriam jogos do Brasileirão nessa faixa), e os campeonatos estrangeiros que são televisionados pra cá estão em intertemporada. Situação difícil...mas há outros países no mundo, e é inconcebível que todos parem ao mesmo tempo. Então lá fui eu procurar uma transmissão por streaming e eis que encontro uma partida do Campeonato Tailandês: Army United x Port FC, no Thai Army Sports Stadium. Nunca vi nenhum jogo de nenhum time do sudeste asiático, e como não tinha o que fazer, dediquei quase 2 horas da minha vida à isso, e a fazer observações sobre tudo lá (pelo menos tudo à que me propus prestar atenção) e eis aí o resultado dessas observações:
- O estádio está bem ocupado, mas não cheio. É difícil tentar adivinhar a quantidade de público, pois é impossível ver os torcedores no mesmo lance de arquibancadas da equipe de transmissão.
- O que se vê, no entanto, é animador: número razoável de torcedores, fazendo muito barulho, e muitos até mesmo fantasiados...pelo menos acho que sejam fantasias...
- A presença feminina é relativamente alta, maior até que em alguns jogos que vi aqui no país. Haviam até torcedores do Army United fantasiadas de alunas de colégio militar.
- técnicos de bermuda...pode parecer pouco, mas nunca havia visto isso. Talvez seja por conta do calor senegalense que deve estar fazendo lá, e isso à noite.
- Tem gente usando cachecol na arquibancada...geralmente esticam, mostrando o nome do time, ou colocam sob o pescoço, sem amarrar ou enrolar...agora me pergunto: por quê fazer um cachecol na Tailândia?
- Há noção de tática aqui: o jogador que passa procura se projetar à frente. Pode parecer (na verdade é) algo básico, e até mesmo óbvio, mas em muitos campeonatos isso não acontece.
- Passados 15 min, deu pra perceber algumas coisas do jogo: o nível técnico não é ruim, equivale a uma boa partida entre times médios do paulista, ou até mesmo da Série B do Brasileiro. O Army tem um jogo de passes longos, por terra ou por ar, e correria, enquanto o Port prefere colocar a bola no chão. A princípio, os visitantes estão bem melhor, o que causa estranhamento, ao se ver a classificação do campeonato; o Army tem 20 pontos, enquanto o Port está com apenas 8, 1 posição acima da zona de rebaixamento.
- Fim de primeiro tempo: 0 x 0, sendo que os visitantes criaram mais chances
- Passados 15 min do 2º tempo, o jogo ficou mais aberto, e o Army United melhorou muito, procurando manter a posse de bole, mas sem deixar de apostar nos passes longos. Bem, melhorou, mas não a ponto de justicar a diferença vista na tabela, enquanto o Port teve uma queda sensível.
- O time da casa saiu na frente com um golaço de falta do número 13 (não conheço o alfabeto local, e como não há relatos ou súmulas em inglês, ele é o numero 13 e ponto).
- Depois do gol o jogo seguiu em banho maria: o Army, aparentemente, jogou menos que podia, e o Port não conseguiu fazer uma boa jogada sequer, justificando sua colocação na tabela.
- No frigir dos ovos, foi um bom jogo, e tentarei ver mais partidas do Tailandesão...