domingo, 12 de agosto de 2012

Segunda Divisão Paulista 2012 - Balanço sobre o final da 2ª fase e Perspectivas para a 3ª etapa

No nosso último post sobre a Segunda Divisão Paulista, tecemos algumas considerações sobre os clubes, e demos nossa opinião sobre quais passariam ou não de fase, e indo além disso, quais equipes brigariam pelo acesso, nessa que é a divisão mais dura do Campeonato Paulista, quiçá, de todos os campeonatos do Brasil.

A 2ª fase acabou, não sem nos reservar surpresas, o que é muito bom, diga-se de passagem. Indo nesse sentido, falaremos sobre nossos palpites da 2ª fase, e faremos novos palpites para a disputa da 3ª, usando como critérios o desempenho visto até o momento.

Como já é de praxe, gostaríamos da participação do máximo possível de pessoas, para que o debate possa ser extremamente rico e construtivo. Sendo assim, vamos lá;

Grupo 8

1º Votuporanguense  (13 pontos)
2º Guarujá  (11 pontos)
3º Jaboticabal - classificado como um dos melhores 3º colocados - (10 pontos)  
4º Manthiqueira (0 ponto)

Cravamos que o Votuporanguense passaria em 1º, e o fez. O CAV não passou o trator como na 1ª fase, o que até era esperado, mas de todo jeito, foi muito bem, perdendo apenas 5 pontos dos 18 disputados, marcando 12 gols e sofrendo apenas 3. Oscilações são naturais, mas não podem ser muito grandes, e se o clube manter esse ritmo, mostrou futebol pra subir.

A partir disso, cravamos que Manthiqueira e Guarujá brigariam pelo 2º posto. Na verdade, não houve briga; o Manthiqueira foi simplesmente inexistente, perdendo todos os jogos disputados. Sua defesa, com 19 gols sofridos, foi a pior da 2ª fase.

Sobre o Guarujá, o time esteve longe de dar show, mas foi bem consistente, com um desempenho sólido em casa (cujo pior resultado foi um empate sem gols com o Votuporanguense), e fora, em que foi derrotado apenas 1 vez (2 x 0, para o mesmo Votuporanguense). É bem provável que chegue longe, mas não vemos o clube brigando na última fase pelo acesso.

Pra fechar com esse grupo, o Jaboticabal. A classificação do clube já nos surpreendeu (lembrando que dissemos que não passariam de fase), e as vitória contra o até então invicto Votuporanguense (1 x 0) e a goleada contra o Manthiqueira (4 x 0) foram o ápice da campanha na 2ª fase. Esses resultados certamente darão um gás para a disputa do restante da competição, mas assim como o Guarujá, não consideramos o Jotão um postulante ao acesso.


Grupo 9 

1º Fernandópolis  (11 pontos)
2º Olímpia  (8 pontos)
3º Sumaré - classificado como um dos melhores 4º colocados - (8 pontos)
4º Jabaquara  (5 pontos)

Apostamos que essa chave seria equilibrada, e de fato, foi o que aconteceu. Acreditávamos que o Olímpia seria o primeiro, mais pelo fato do Fernandópolis, até aquele momento, ser o segundo em quase todos os critérios conhecidos. Mas novamente, fomos surpreendidos.

O Fefecê terminou como primeiro, com uma campanha no mínimo surpreendente, pois venceu todos os jogos fora de casa, e conquistou apenas 2 pontos em casa, sendo o ponto baixo de suas apresentações no uma derrota de 3 x 0 para o Jabaquara. Não achamos provável que o clube vá repetir essa campanha nas próximas fases, sendo o mais seguro contar com o desempenho em casa. Mas ir longe sem segurança é algo que faz falta no futebol atual. Ainda que achemos legal, isso pode matar algum torcedor...

Em relação ao Olímpia, não só apontamos que o clube ficaria em 1º, como seria um dos cotados para o acesso. E nessa fase, o time fez muita força pra queimar nossas línguas. O desempenho foi extremamente inconsistente, pois o clube não venceu sequer um dentro de casa, e ainda que tenha ido bem fora, não o fez com o brilhantismo do Fernandópolis. Como já dissemos, oscilações são esperadas, afinal, a competição é longa, mas fazer isso como o Olímpia fez é extremamente perigoso. Caso queira brigar pelo acesso, é bom ser mais consistente.

Admitimos que não acreditávamos que o Sumaré fosse se classificar, mas uma coisa nós acertamos; os clube nem de longe deu show, e junto do Sport Barueri, passou de fase com o saldo de gols negativo (-1). Acreditamos que o time carimbou a classificação quando conseguiu vencer o Olímpia fora de casa (1 x 0). Agora, na 3ª fase, se quiser algo mais, terá de melhorar o ataque, que com 5 gols marcados, é o pior entre os classificados.

Agora, o Jabaquara. Depois de anos, passou da 1ª fase, e contando com jogadores experientes como Rodrigão e Rubens Cardoso, além do comando do promissor Paulinho Kobayashi, muito se esperava do Jabuca. Entretanto, como pontuamos, o clube teria de melhorar alguns aspectos caso quisesse se classificar, sendo a defesa o principal deles. No frigir dos ovos, o time sofreu os mesmos 7 gols que o Fernandópolis, entretanto, ataque que foi tão produtivo na 1ª fase, marcou apenas 5 vezes, sendo que 3 delas foram no mesmo jogo, um 3 x 0 contra o mesmo Fernandópolis, na casa do rival, o que mostra que a equipe tinha potencial. Agora é esperar 2013.


Grupo 10

1º Novorizontino  (14 pontos)
2º Osasco  (11 pontos)
3º Américo  (8 pontos)
4º Atlético Mogi  (0 ponto)


Lembramos bem que apontamos Novorizontino e Américo como favoritos, enquanto Osasco e Atlético correriam (bem) por fora. Taí, fomos surpreendidos novamente, dessa vez pelo Osasco. Mas cada coisa à seu tempo.

Confirmando seu papel de favorito, o Novorizontino venceu todas dentro de casa e fez o básico fora para se classificar, sofrendo apenas 1 gol, sendo a melhor defesa dessa etapa, junto com o Tupã. E o Novorizontino não vive só de se defender, e os 10 gols marcados são marca disso. O Tigre está recebendo muito apoio da cidade, e o colocamos como um dos favoritos ao acesso.

Agora sim, falemos sobre o Osasco. A princípio, achávamos que a classificação para a 2ª fase algo que ia além da estrutura do time, e que ficaria por aí mesmo. Mas o futebol sempre nos prega peças, que mesmo sabendo que ele não é uma ciência exata, teimamos em analisá-lo como tal. O único time a bater o OFC foi o Novorizontino, e o Américo só conseguiu empatar em casa com a Águia. O desempenho do time foi bom, e se continuar assim, um improvável acesso pode vir. Porém, temos de ressaltar (mais uma vez) que não se mantêm um ritmo elevado de maneira constante, e além disso, o Osasco possui simplesmente a pior média de público da competição (menos de 50 pessoas por jogo).

Aquele que encarávamos como o favorito à 2 vaga, o Américo foi não fez nada demais, sem mostrar a regularidade vista na 1ª fase. Apesar de contar com grande apoio, a equipe venceu apenas 1 jogo em casa. A outra vitória veio fora de casa contra um periclitante Atlético Mogi, de quem recebeu uma forcinha pra assegurar a classificação, o que falaremos mais tarde. No mais, 2 empates, ambos em casa, e 2 derrotas, fora. Se quisesse brigar pelo acesso, a equipe teria de melhorar o desempenho visto na 1ª fase,  e se levarmos em consideração o desempenho visto na 2ª etapa, o buraco será mais fundo. A cidade de Américo Brasiliense torce que o time melhore.

Por fim, o Atlético Mogi. Como esperávamos, o clube não brigou pela classificação, mas não esperávamos que o desempenho fosse tão ruim. O ataque, com 3 gols marcados, foi simplesmente o pior da fase, e a defesa, com 18 gols sofridos, foi a 2 pior. Quando se pensa que não pode ser pior, o Atlético toma uma atitude lamentável; não joga com o Américo, na última rodada. A classificação já estava perdida, mas deixar de jogar é no mínimo anti-ético, pois desrespeitou os torcedores que foram ver a partida, além de prejudicar outras equipes que poderiam se classificar. Se o Atlético Mogi não tivesse condições de participar, que desistisse no começo do campeonato, seria triste para seus torcedores, é verdade, mas seria infinitamente mais digno.


Grupo 11

1º Tupã  (13 pontos)
2º Grêmio Mauaense  (10 pontos)
3º Primavera  (7 pontos)
4º Guariba  (4 pontos)

Dissemos que esse grupo seria equilibrado, mas não foi bem isso o que vimos, e os clubes que passaram, ainda que tenham superado inapelavelmente seus rivais, não o fizeram de uma maneira que pudéssemos colocá-los na fase final brigando pela A3.

O líder foi o Tupã, que ao contrário da 1ª fase, venceu todos os seus jogos em casa, e tirando uma sapatada fora de casa contra o eliminado Primavera, não passou grandes sustos. O futebol apresentado foi consistente, mas isso não basta. Temos de lembrar que o clube foi superado em casa e fora por rivais como Votuporanguense e Fernandópolis, que são postulantes ao acesso, principalmente o primeiro. A equipe tem de conseguir mais do que fazer frente a rivais como esses; têm de superá-los, se quiser subir, o que não foi visto até aqui.

O vice-líder foi o único representante do ABC nessa fase, o Grêmio Mauaense. Dissemos que a equipe tinha de melhorar sua defesa, especialmente em casa, e de fato, foi o que houve (sofreu 5 gols). Entretanto, a equipe venceu apenas um jogo em Mauá, somando um empate e uma derrota, e o ataque, prolífico na 1ª fase, agora foi mais econômico, com 6 gols marcados. Pra lutar pelo acesso, ainda é pouco. A esperança é de que haja espaço pra melhoras.

Mesmo com um relativamente bom desempenho fora de casa, em que conquistou 4 dos 9 pontos disputados, o Primavera sofreu em casa, sem nenhuma vitória. As derrotas contra Tupã e Guariba (ainda que o time de Indaiatuba tenha compensado, vencido o GEC fora de casa) pesaram, sobretudo se levarmos em consideração que o clube foi bem em seus domínios na 1ª fase. Nem o fato de ter o melhor ataque do grupo (7 gols) ajudou a equipe.

Antes do campeonato começar, o Guariba era colocado como um dos favoritos ao acesso, afinal, tinha se reforçado bem, além de ter contratado um técnico que é conhecedor das divisões de acesso, no caso, Douglas Neves. A equipe teve um desempenho seguro na 1ª fase, sem brilho, é verdade, mas seguro, mas toda essa segurança não foi vista nessa etapa. Sem nenhuma vitória em casa, os torcedores do GEC só puderam comemorar uma vitória fora contra o Primavera. A equipe teve a pior defesa (-7 gols) e o pior ataque (4 gols) do grupo, fazendo de 2012 um ano pra se esquecer.


Grupo 12

1º Nacional  (13 pontos)
2º José Bonifácio  (9 pontos)
3º Cotia  (8 pontos)
4º Desportivo Brasil  (2 pontos)


Aqui aconteceu o que mais ou menos nós esperávamos. O Nacional liderou, contando com seu forte sistema defensivo, que sofreu apenas 2 gols. Entretanto, a capacidade bisonha de perder gols ficou evidenciada nessa fase, quando apenas 5 foram marcados. Melhor dizendo, mais grave que o desperdício de chances, foi a falta de criação dessas, o que levou o Naça a arrancar mais vitórias que o tolerável no sufoco.

Logo atrás da equipe da capital, veio o José Bonifácio, que fez uma campanha semelhante à vista na etapa anterior. A força da Serpente do Vale está em casa, com 2 vitórias e um questionável empate contra o lanterna Desportivo Brasil. Seu desempenho fora foi razoavelmente bom (2 empates), mas o time passou um risco desnecessário ao empatar em casa com o DB, afinal, o rival era o lanterna da chave, e caso o Cotia vencesse no Nicolau Alayon o já classificado Nacional, o José Bonifácio teria grandes problemas. A esperança é o ataque, o melhor do grupo, com 10 gols, e que não passou em branco em nenhuma partida, mas a defesa, com 7 gols sofridos, é motivo de cuidados. A nosso ver, chegar na 3ª fase era o mínimo esperado para esse time, e daí pra frente, o que vier será lucro.

Em 3º, o Cotia, que com apenas 2 anos de vida, realizou boas campanhas no certame, e a classificação não veio por pouco. Mesmo contando com a força de sua torcida, a equipe perdeu 4 pontos em casa, e somou 2 derrotas fora, e as únicas vitórias foram contra o Desportivo Brasil, o que poderia ser um indício de que se a equipe passasse, não iria muito longe.

Por sua vez, o Desportivo Brasil foi menos longe do que se esperava, mas não haverão motivos para se lamentar muito. É sabido que o objetivo do clube é tão somente formar atletas, visando uma futura negociação. Com certeza, a A3 é uma janela maior, mas tem os campeonatos de base da FPF, e o chamariz mesmo é a Copa São Paulo de Futebol Jr. Os dois empates com o José Bonifácio representaram o melhor que essa equipe ofereceu.


Grupo 13

1º Joseense  (9 pontos)
2º São Vicente  (8 pontos)
3º Sport Barueri - classificado com um dos melhores 3º colocados - (8 pontos)
4º Pirassununguense  (7 pontos)

Apontamos que Joseense e Sport Barueri passariam, enquanto São Vicente e Pirassununguense ficariam de fora, mas as coisas se revelaram mais complicadas que o previsto.

O Joseense, pelo que mostrou na 1ª fase, confirmou os prognósticos de nossos estudiosos, se bem que nem de longe a equipe encantou, como na etapa anterior. A falta de apoio em casa pesou, resultando em apenas 1 vitória contra o Pirassununguense, e fora de casa, fez até menos que o básico, com 1 vitória, 1 empate e 1 derrota. Em outros grupos, equipes foram eliminadas com esse retrospecto, mas o equilíbrio visto aqui nivelou, e muito as coisas. E é bom a equipe se acertar, pois se mostrar novamente o futebol visto na 1ª fase, briga pela promoção, mas se a equipe jogar o que jogou nessa etapa...

Logo atrás, aquele que nós descartamos. Como na 1ª fase, o ataque do São Vicente foi o destaque, com 9 gols marcados, o melhor do grupo. Assim como o Joseense, a equipe do litoral foi muito irregular em casa, fazendo o básico (e olhe lá) fora. O ponto alto foi a vitória contra o Sport Barueri fora de casa, um grande 4 x 0. Acreditamos que a equipe cumpriu suas expectativas, e não acreditamos que possa ir além disso.

Em 3º, veio o Sport Barueri, a equipe menos sensata do certame, pelo menos na 1ª fase, pois na etapa em questão, eles foram mais comedidos, a ponto de serem ameaçados por uma eliminação. O desempenho foi rigorosamente o mesmo que o do São Vicente, perdendo nos critérios de desempate, e junto do Sumaré, passou de fase com um saldo negativo (-2, com 9 tentos sofridos), o que não seria um problema se o ataque repetisse a marca vista antes, se bem que 7 gols marcados não é uma marca de todo ruim. Como a equipe é a que mais oscila no campeonato, é difícil dizer o que ela fará na 3ª fase, mas podemos adiantar que se o ataque não voltar a funcionar, o time fica (pois a defesa é um caso perdido).

E em último veio o Pirassununguense, que paradoxalmente, foi a equipe que teve o melhor desempenho em casa, com 2 vitórias, mas o único revés, o 2 x 0 conta o Sport Barueri, foi de suma importância. Talvez isso seja reflexo da empolgação da torcida, que voltou a ver a equipe depois de 5 anos afastada, e que se classificou na base da empolgação. Como nem tudo são flores ao contrário dos rivais, o Ceapê foi praticamente inoperante fora de casa, conquistando apenas 1 ponto, e nesse cenário, não há empolgação que resolva.


Agora, os grupos da 3ª fase, com palpites diretos sobre os possíveis classificados, assunto que abordaremos no próximo post;

Grupo 14

Votuporanguense
Nacional
Sport Barueri
Osasco

Achamos que Votuporanguense não só passará, como lutará pelo acesso, enquanto Sport Barueri, Nacional e Osasco brigam pela 2ª posição. Naça e Sport levarão vantagem se repetirem o desempenho da 1ª fase, enquanto o Osasco será o favorito caso mantenha a ascendente.


Grupo 15

Fernandópolis
Joseense
Grêmio Mauaense
Sumaré

Nesse grupo, o Fernandópolis lidera, a não ser que o Joseense mostre de novo o que vimos no começo do campeonato. O Mauaense, se arrumar seus problemas, tem chance, mas como não vimos uma melhora substancial até agora, fica difícil. Já o Sumaré já foi mais longe do que se esperava, e é improvável que consiga mais que isso.


Grupo 16

Novorizontino
Américo
José Bonifácio
Guarujá

Aqui, acreditamos que o Novorizontino passa, e como líder, além de ser um dos favoritos à promoção. Daí pra baixo, o negócio é bem equilibrado. Entre José Bonifácio, Américo e Guarujá, ninguém convenceu muito na 2ª fase, mas acreditamos que o José Bonifácio acompanha o GN para a 3ª fase.


Grupo 17

Olímpia
São Vicente
Jaboticabal
Tupã

As coisas aqui são mais equilibradas, mas apontamos Olímpia e Tupã como classificados, sem descartar completamente o São Vicente, enquanto o Jaboticabal já fez o improvável. O Olímpia, colocado como um dos favoritos ao acesso antes do campeonato, mas se não abrir o olho, ficará pelo caminho. O Tupã já demonstrou ter forças para superar equipes que possuem um nível considerado semelhante ao seu, e se conseguir superar aqueles que são tidos como favoritos à A3, o que tem sido sua principal deficiência, vai longe. O São Vicente foi bem até aqui, mas não teve nenhuma prova de fogo, e agora, saberemos o que a equipe pode realmente mostrar. Sobre o Jotão, achamos que chegou longe demais, e se passar daqui, será uma das maiores surpresas do torneio nos últimos anos.


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