domingo, 11 de novembro de 2012

Segunda Divisão Paulista 2013 - Taboão da Serra


O CATS é um clube relativamente novo, sendo fundado em 85, mas só foi se profissionalizar em 2004. Logo em seu ano de estreia, conquistou a saudosa B2 do Paulista. Apesar de jogar profissionalmente a pouco tempo, o CATS possui grande tradição em várias modalidades esportivas, da natação ao futsal.

De fato, os êxitos que a equipe colecionou em 8 anos de profissionalismo são admiráveis, no entanto, sempre que a equipe ameaça alçar voos maiores, acaba caindo para o ponto em que começou, e esse é o caso para 2013. Depois de conquistar a Segunda Divisão em 2010, o clube permaneceu apenas 2 anos na A3, para voltar para a B1. A equipe está novamente na última divisão do estado, e procuraremos abordar o 2012 do Cão Pastor, para ver a quantas anda o Tricolor do José Feres.




Fundação; 12/12/1985

Cidade; Taboão da Serra (244, 719 habitantes)

Estádio; Municipal Vereador José Feres (capacidade para 7,000 viventes)

Títulos; Paulista B2 (2004) e Paulista da Segunda Divisão (2010)


O ano já começou difícil para o Taboão da Serra; na primeira competição oficial de 2012, a Copa São Paulo, a equipe venceu apenas um jogo, contra o CSA, perdendo para São Caetano e Coritiba, com direito a um inapelável 7 x 0 aplicado pelos paranaenses. Isso tudo jogando em casa, pois a cidade era uma das sedes do certame. A diretoria assumiu a responsabilidade do desastre, o que era o mínimo que se poderia esperar.

Nesse clima, o CATS iria para a A3, sem esconder que o objetivo seria manter por lá, à exemplo de 2011, quando na maior parte do tempo, brigou contra o rebaixamento. Com uma folha salarial de aproximadamente R50 mil mensais, uma classificação para a 2ª fase da competição seria um feito digno de nota.

O Taboão nunca contou com investimentos lá muito altos, o que certamente torna seus feitos ainda mais dignos de nota, mas em contrapartida, o coloca como um clássico io-io. Fazendo um exercício de comparação, o adversário do Taboão na final de 2010, o Velo Clube, já está na A2, brigando por vaga na A1, além de realizar bons papéis na Copa Paulista. É claro que a equipe de Rio Claro está inserida em um contexto diferente, mas ao a compararmos com o  Taboão, caímos naquela máxima de que chegar ao topo é mais fácil do que se manter lá. Dos outros promovidos para a A3 de 2011, a Santacruzense também foi pra A2, a Inter de Limeira se mantêm na A3, a Inter de Bebedouro é um dos times que voltou pra B, enquanto o Paulínia se licenciou (aos que estranharam a quantidade de times que subiram, isso ocorreu devido ao licenciamento do Atlético Araçatuba e à “fusão” – isso até hoje gera debate – do Votoraty com o Comercial de Ribeirão Preto, ambos até então na A3).

Assim sendo, olhemos para a A3 2012. O clube teve de começar a participação tardiamente, pois como já dissemos, os investimentos não eram muitos. A direção preferiu acertar as finanças primeiro, para não ter problemas na competição. Até aí, tudo bem, afinal, é algo sensato. Mas a situação estava tão difícil que até o sensato se revelou insuficiente, e essa (necessária) contensão de gastos cobrou seu preço. Se for pra ser rigoroso, não há muito o que se olhar; o clube foi o lanterna da competição, e com apenas 3 vitórias na competição, em momento algum brigou por algo de brilho, aliás, nem a briga pela permanência foi muito boa. O time certamente mostrou tenacidade, mas ela não foi vista em Taboão da Serra, pois o José Feres foi interditado, forçando o CATS jogar da 2ª rodada em diante em outras praças, mais notadamente o Antônio Soares de Oliveira, em Guarulhos, casa do Flamengo e da ADG.

As coisas chegaram em um ponto em que o ponto de maior destaque na campanha da A3 teve lados positivos e negativos, aos extremos. Se a vitória de 4 x 2 contra a Francana em pleno Lanchão dava sinais de que pelo menos a permanência na 3ª Divisão poderia se concretizar, os bastidores dessa vitória mostravam o contrário. Algumas fontes afirmam que houve uma discussão entre o presidente do time, Eduardo Nóbrega, e o técnico do time, Moisés Macedo. Nessa discussão, Macedo foi demitido. Ainda que esse não seja o cenário ideal, é algo que ainda ocorre no futebol brasileiro. Mas o técnico ser demitido no ônibus, no meio da viagem antes de um jogo fora de casa revela no mínimo um destempero da direção, que se é péssimo em qualquer hora, se potencializa antes de uma dura e decisiva partida. Quem comandou a equipe na já referida vitória foi o diretor técnico, Anderson Nóbrega, irmão do presidente. Mesmo com a vitória, afirma-se que houve uma briga entre dois atletas do clube, um sendo oriundo da base, e outro um jogador já experiente.

Bem, vamos confessar que tivemos problemas quanto às fontes. Melhor explicando; algumas fontes apontavam que a direção do CATS tomou uma decisão ainda mais estranha que a demissão de Macedo, no caso, recontratá-lo para guiar o elenco já no próximo compromisso. Contudo, outras fontes afirmam que foi Anderson Nóbrega quem conduziu o escrete taboense até o final do certame. Seja como for, isso evidencia o esculacho com que a competição é tratada e abordada, complicando todo e qualquer veículo que queira cobri-la. Assim sendo, quem quer que tenha essa informação, pedimos que registre nos comentários, pois essa será uma maneira de manter o debate acerca das divisões de acesso, ajudando na manutenção do patrimônio que esses clubes representam.

Dito isso, continuemos. O clube não teve forças para se manter na A3, e acabou caindo com 2 rodadas de antecedência, e o jogo que decretou o rebaixamento foi dramático. O clube dependia de um milagre para se manter, e o jogo que poderia dar uma sobrevida era contra o Juventus, na Javari, o que tornava essa tarefa, no mínimo, ingrata. Mas em campo, o CATS surpreendeu o Juventus de Ferreira e aos 20 do primeiro tempo já tinha feito 2 x 0, e com o Juventus descontando ainda no 1º tempo o Taboão da Serra ia pro vestiário com uma vantagem, que se não era das mais confortáveis, era uma vantagem, situação que o time pouco conheceu na campanha. No início do 2º tempo, o 3º gol do Taboão da Serra dava a impressão de que pelo menos aquela batalha seria vencida, impressão que até os 30 do 2º estava bem firme. A partir daí, o time da Mooca começou uma reação poucas vezes vista no futebol, e em pouco mais de 15 minutos, virou o jogo, e decretou o rebaixamento do CATS, que venhamos e convenhamos, àquela altura era iminente.

Mais uma campanha decepcionante e mais uma vez a diretoria assumiu a responsabilidade pelo descenso, prometendo humildade para aprender com os erros. Nesse cenário, ingressaria no sub-20, pois o clube não disputaria a Copa Paulista, e o resultado não foi nada animador, ocupando o 8º e ultimo lugar do Grupo 4, que justiça seja feita, era um grupo difícil, com São Paulo, Grêmio Barueri, Grêmio Osasco, Guarani, São Bento e Capivariano.

Por esses fatores, não é muito difícil afirmar que 2012 foi um ano difícil para a torcida do Cão Pastor, e já temos indícios de que 2013 já não terá o melhor dos começos para a agremiação. Pela primeira vez nos últimos 7 anos, a cidade de Taboão da Serra não será uma das sedes da Copa São Paulo, e por mais que a diretoria tenha tentado, não conseguiu inscrever o clube na competição. Agora, o Taboão da Serra só voltará à campo de maneira oficial em meados de abril, maio, quando começará a Segunda Divisão Paulista.

Da parte da diretoria, houveram eleições, que embora tenham alterado quadros da direção, representará uma continuidade. Sai Eduardo Nóbrega e entra seu irmão, Anderson, que como já dissemos, comandou o time em uma (ou mais) parte (s) do campeonato. Anderson terá um mandato de 10 anos (?!?!) à frente do Taboão da Serra, e terá alguns desafios pela frente, como conseguir algum lugar para jogar, ou conseguir que a prefeitura faça os ajustes necessários no Feresão, e fazer com o que o clube segure o rojão quando ascender para uma divisão mais alta, caso não queira que o CATS entre nas páginas de times licenciados de um futuro Almanaque do Futebol Paulista. 

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