O CATS é um clube
relativamente novo, sendo fundado em 85, mas só foi se profissionalizar em
2004. Logo em seu ano de estreia, conquistou a saudosa B2 do Paulista. Apesar
de jogar profissionalmente a pouco tempo, o CATS possui grande tradição em
várias modalidades esportivas, da natação ao futsal.
De fato, os êxitos que a
equipe colecionou em 8 anos de profissionalismo são admiráveis, no entanto,
sempre que a equipe ameaça alçar voos maiores, acaba caindo para o ponto em que
começou, e esse é o caso para 2013. Depois de conquistar a Segunda Divisão em
2010, o clube permaneceu apenas 2 anos na A3, para voltar para a B1. A equipe
está novamente na última divisão do estado, e procuraremos abordar o 2012 do
Cão Pastor, para ver a quantas anda o Tricolor do José Feres.
Fundação; 12/12/1985
Cidade; Taboão da Serra
(244, 719 habitantes)
Estádio; Municipal Vereador
José Feres (capacidade para 7,000 viventes)
Títulos; Paulista B2 (2004)
e Paulista da Segunda Divisão (2010)
O ano já começou difícil
para o Taboão da Serra; na primeira competição oficial de 2012, a Copa São
Paulo, a equipe venceu apenas um jogo, contra o CSA, perdendo para São Caetano
e Coritiba, com direito a um inapelável 7 x 0 aplicado pelos paranaenses. Isso
tudo jogando em casa, pois a cidade era uma das sedes do certame. A diretoria
assumiu a responsabilidade do desastre, o que era o mínimo que se poderia
esperar.
Nesse clima, o CATS iria
para a A3, sem esconder que o objetivo seria manter por lá, à exemplo de 2011,
quando na maior parte do tempo, brigou contra o rebaixamento. Com uma folha
salarial de aproximadamente R50 mil mensais, uma classificação para a 2ª fase
da competição seria um feito digno de nota.
O Taboão nunca contou com
investimentos lá muito altos, o que certamente torna seus feitos ainda mais
dignos de nota, mas em contrapartida, o coloca como um clássico io-io. Fazendo
um exercício de comparação, o adversário do Taboão na final de 2010, o Velo
Clube, já está na A2, brigando por vaga na A1, além de realizar bons papéis na
Copa Paulista. É claro que a equipe de Rio Claro está inserida em um contexto
diferente, mas ao a compararmos com o Taboão, caímos naquela máxima de que chegar ao
topo é mais fácil do que se manter lá. Dos outros promovidos para a A3 de 2011,
a Santacruzense também foi pra A2, a Inter de Limeira se mantêm na A3, a Inter
de Bebedouro é um dos times que voltou pra B, enquanto o Paulínia se licenciou
(aos que estranharam a quantidade de times que subiram, isso ocorreu devido ao
licenciamento do Atlético Araçatuba e à “fusão” – isso até hoje gera debate –
do Votoraty com o Comercial de Ribeirão Preto, ambos até então na A3).
Assim sendo, olhemos para a
A3 2012. O clube teve de começar a participação tardiamente, pois como já
dissemos, os investimentos não eram muitos. A direção preferiu acertar as
finanças primeiro, para não ter problemas na competição. Até aí, tudo bem,
afinal, é algo sensato. Mas a situação estava tão difícil que até o sensato se
revelou insuficiente, e essa (necessária) contensão de gastos cobrou seu preço.
Se for pra ser rigoroso, não há muito o que se olhar; o clube foi o lanterna da
competição, e com apenas 3 vitórias na competição, em momento algum brigou por
algo de brilho, aliás, nem a briga pela permanência foi muito boa. O time
certamente mostrou tenacidade, mas ela não foi vista em Taboão da Serra, pois o
José Feres foi interditado, forçando o CATS jogar da 2ª rodada em diante em
outras praças, mais notadamente o Antônio Soares de Oliveira, em Guarulhos,
casa do Flamengo e da ADG.
As coisas chegaram em um
ponto em que o ponto de maior destaque na campanha da A3 teve lados positivos e
negativos, aos extremos. Se a vitória de 4 x 2 contra a Francana em pleno
Lanchão dava sinais de que pelo menos a permanência na 3ª Divisão poderia se
concretizar, os bastidores dessa vitória mostravam o contrário. Algumas fontes
afirmam que houve uma discussão entre o presidente do time, Eduardo Nóbrega, e
o técnico do time, Moisés Macedo. Nessa discussão, Macedo foi demitido. Ainda
que esse não seja o cenário ideal, é algo que ainda ocorre no futebol
brasileiro. Mas o técnico ser demitido no ônibus, no meio da viagem antes de um
jogo fora de casa revela no mínimo um destempero da direção, que se é péssimo
em qualquer hora, se potencializa antes de uma dura e decisiva partida. Quem
comandou a equipe na já referida vitória foi o diretor técnico, Anderson
Nóbrega, irmão do presidente. Mesmo com a vitória, afirma-se que houve uma
briga entre dois atletas do clube, um sendo oriundo da base, e outro um jogador
já experiente.
Bem, vamos confessar que
tivemos problemas quanto às fontes. Melhor explicando; algumas fontes apontavam
que a direção do CATS tomou uma decisão ainda mais estranha que a demissão de
Macedo, no caso, recontratá-lo para guiar o elenco já no próximo compromisso.
Contudo, outras fontes afirmam que foi Anderson Nóbrega quem conduziu o escrete
taboense até o final do certame. Seja como for, isso evidencia o esculacho com
que a competição é tratada e abordada, complicando todo e qualquer veículo que
queira cobri-la. Assim sendo, quem quer que tenha essa informação, pedimos que
registre nos comentários, pois essa será uma maneira de manter o debate acerca
das divisões de acesso, ajudando na manutenção do patrimônio que esses clubes
representam.
Dito isso, continuemos. O
clube não teve forças para se manter na A3, e acabou caindo com 2 rodadas de
antecedência, e o jogo que decretou o rebaixamento foi dramático. O clube
dependia de um milagre para se manter, e o jogo que poderia dar uma sobrevida
era contra o Juventus, na Javari, o que tornava essa tarefa, no mínimo,
ingrata. Mas em campo, o CATS surpreendeu o Juventus de Ferreira e aos 20 do
primeiro tempo já tinha feito 2 x 0, e com o Juventus descontando ainda no 1º
tempo o Taboão da Serra ia pro vestiário com uma vantagem, que se não era das
mais confortáveis, era uma vantagem, situação que o time pouco conheceu na
campanha. No início do 2º tempo, o 3º gol do Taboão da Serra dava a impressão
de que pelo menos aquela batalha seria vencida, impressão que até os 30 do 2º
estava bem firme. A partir daí, o time da Mooca começou uma reação poucas vezes
vista no futebol, e em pouco mais de 15 minutos, virou o jogo, e decretou o
rebaixamento do CATS, que venhamos e convenhamos, àquela altura era iminente.
Mais uma campanha
decepcionante e mais uma vez a diretoria assumiu a responsabilidade pelo
descenso, prometendo humildade para aprender com os erros. Nesse cenário,
ingressaria no sub-20, pois o clube não disputaria a Copa Paulista, e o resultado
não foi nada animador, ocupando o 8º e ultimo lugar do Grupo 4, que justiça
seja feita, era um grupo difícil, com São Paulo, Grêmio Barueri, Grêmio Osasco,
Guarani, São Bento e Capivariano.
Por esses fatores, não é
muito difícil afirmar que 2012 foi um ano difícil para a torcida do Cão Pastor,
e já temos indícios de que 2013 já não terá o melhor dos começos para a
agremiação. Pela primeira vez nos últimos 7 anos, a cidade de Taboão da Serra
não será uma das sedes da Copa São Paulo, e por mais que a diretoria tenha
tentado, não conseguiu inscrever o clube na competição. Agora, o Taboão da
Serra só voltará à campo de maneira oficial em meados de abril, maio, quando
começará a Segunda Divisão Paulista.
Da parte da diretoria,
houveram eleições, que embora tenham alterado quadros da direção, representará
uma continuidade. Sai Eduardo Nóbrega e entra seu irmão, Anderson, que como já
dissemos, comandou o time em uma (ou mais) parte (s) do campeonato. Anderson
terá um mandato de 10 anos (?!?!) à frente do Taboão da Serra, e terá alguns
desafios pela frente, como conseguir algum lugar para jogar, ou conseguir que a
prefeitura faça os ajustes necessários no Feresão, e fazer com o que o clube
segure o rojão quando ascender para uma divisão mais alta, caso não queira que
o CATS entre nas páginas de times licenciados de um futuro Almanaque do Futebol
Paulista.
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