É fato sabido que a diretoria do Palmeiras anunciou que encerraria as atividades de seu time B, e a bem de verdade, essa notícia não causou lá muita comoção. Contudo, não dá para negar a importância do Palmeiras B, primeiro (e agora último) time do gênero, além do fato de ter sido um tradicional frequentador das divisões de acesso do futebol paulista. A meu ver, um de seus momentos mais marcantes foi
aquele jogo contra o time principal pela Copa São Paulo de 2005.
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Mais uma vez a máquina estava indisponível,
forçando o uso do celular, que não decepcionou |
Infelizmente, vi muitos times acabarem, mas nenhum deles anunciou com antecedência que iria abandonar as disputas. Assim sendo, não dava para negar que era algo especial, então, lá fui eu pra Javari, onde o time mandou suas partidas nos últimos tempos. O adversário seria o Sertãozinho, e muita coisa estava em jogo. Era a última rodada da 1ª fase da A3, e ainda faltava definir quem iria para a 2ª fase e quem seria rebaixado, além é claro daqueles que não almejavam mais nada. A partida em questão não era "somente" a última do Palmeiras B, mas estava valendo a vaga para o Touro dos Canaviais, além de mais um rebaixamento para a agremiação do Palmeiras, o que vêm se tornando pitoresco.
Tudo isso contribuía para que o ambiente pudesse ganhar um ar melancólico, ainda por cima pelo fato de tal partida ter tido apenas 58 pagantes, com renda total de pouco mais que R$ 700. Dentre estes 58, lá estavam os companheiros Folego, Colucci, Pucci, Professor Cosme, Orlando e Fernando (os dois últimos membros do
Jogos Perdidos), esperando uma vitória do Palmeiras. Por quê? A decisão do Palmeiras B acabar é irreversível, e caso permanecesse na A3, deixaria como legado uma 5ª vaga para acesso na Segunda Divisão, afinal, a A3 2014 não poderia ficar com 19 clubes. Dos males, o menor.
Sobre o jogo em si, o Sertãozinho começou melhor, mas em uma rápida troca de passes, Juninho marcou em um belo chute cruzado, aos 7 min. A partir daí, a partida ficou equilibrada, e o Sertãozinho empatou oas 25, com Piter, em um lance que não vi, pois estava acompanhando os demais resultados e a classificação, mas quem viu afirma que foi frango do arqueiro Geovanni. Pouco tempo depois, ainda no primeiro tempo, nos 38, Chico de pênalti, virou para o Palmeiras, e assim com um 2 x 1, a partida foi para o intervalo, e um clube qualquer da Segundona sonhava com uma chance a mais.
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Ingresso do jogo... |
O 2° tempo parecia que ia começar de maneira tão equilibrada quanto o 1º acabou, mas um lance fortuito tratou de acabar com essa impressão. Um descabeçado mete a mão na bola de maneira totalmente desconexa, e o árbitro apontou para a marca do cal, de maneira relutante, e depois de muitos berros, e o tiro foi desferido por Pedrão, aquele mesmo, aos 3 minutos. Até aquele momento, era o melhor jogo da rodada. Quem quer que pensasse que o Palmeiras B iria tirar o pé, por uma parte significativa do time não ter ideia do que faria após a A3, estava se enganando. O time teve brio, sempre buscando o resultado, que veio com o 3º gol, marcado por Marcos Paulo, 7 minutos após o empate do Sertãozinho. O time não queria cair, prova disso é que Geovanni, sempre que seu time ia ao ataque, perguntava para nós qual era a situação de momento. Jogadores perguntando resultados para o público presente...coisas da Javari vazia. Naquele momento, o Palmeiras B permanecia, e quem cairia seria o tradicional América, que faria companhia ao São Vicente (que bateu e voltou), Barretos (que bateu por pouco mais tempo, e também vai voltar) e pelo União São João (que ao que tudo indica, não vai voltar - para o topo - tão rapidamente). Da parte do Sertãozinho, o clube grená estava ficando de fora da 2ª fase, lugar que até algumas rodadas atrás era seu, de maneira inquestionável, mas que com algumas pixotadas, a situação periricava. Deixou de periricar com o gol de Adriano, quase o final do jogo, depois de um abafa lascado, além da bola ter rebatido em um sem número de jogadores antes de entrar nas redes.
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...e a FPF ainda mata o fã de futebol. Os vinte mangos
cobrados na entrada devem ter colaborado
para afasta o público. |
Logo após que os jogadores do Palmeiras levaram a bola para o meio de campo, Geovanni nos perguntou "e agora?", e respondemos "está caindo, só vai sair se vencer", e teve como tréplica uma careta, afinal, o jogo já nos 43. Ainda deu tempo entre um entrevero envolvendo Pedrão e um reserva do Palmeiras, que há de se admitir, tinha cojones, pois era muito mais baixo que o 11 do Sertãozinho, além estar com o braço quebrado. O resultado de tudo isso é que depois de algumas desinteligências, Pedrão, e mais algum, que eu não consegui perceber quem era, foram expulsos. Nem com os acréscimos o time teve forças para buscar o resultado.
Assim acabava o Palmeiras B, com um empate com gosto de derrota. Da parte do Sertãozinho, a equipe vai continuar no certame, e agora irá dividir o grupo 1 com São Bento, Inter de Limeira e Itapirense. Em relação à Segundona, esta terá apenas 4 vagas para acesso. Não sou bom com epílogos, mas é estranha a sensação de que não irá mais se ver uma equipe, ainda que esta encarne uma outra com muita visibilidade. Acho que é uma boa deixa para acabar isso agora.
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