Em todos os esportes
coletivos, entre as equipes que participam de determinado campeonato, existem
aqueles que podem ser considerados grandes, e por tabela, existem os tidos como
pequenos. Tradição, torcida e
títulos, estes são os elementos que fazem de um time grande, e o credenciam à mais conquistas. Sobre os clubes pequenos, eles possuem tudo o que um grande
possui, só que em menores proporções. Mas isso não impede que em determinadas
oportunidades, esses clubes considerados pequenos surpreendam e conquistem
títulos jamais imaginados. E olhando para trás, poucos foram os anos como 2004,
quando vimos uma série de eventos do tipo pelo mundo. E o número é de surpresas tão grande que teremos de fazer vários textos. Hoje, vamos abordar a epopeia do Esporte Clube Santo André na Copa do Brasil daquele ano.
Copas nacionais são
prolíficas em surpresas, em todo mundo. É onde mais se vê aquela história de
“Davi contra Goliás”, o “Milhão contra o Tostão” (não nos lembramos ao certo,
mas isso não era slogan político? Se for, saibam que o usamos de maneira involuntária, e se não
for, apenas encarem como um verbete ruim). Muito por quê na maior parte do
mundo as copas são os únicos torneios que permitem encontros entre grandes e
pequenos, pois não são todos os países que possuem Estaduais. Seja como for, na
edição de 2004 vimos algo realmente surpreendente. De um lado, um
clube de massa, ou melhor, da massa, afinal possui a maior torcida do Brasil
(um adendo; isso é somente um número, e ainda que queira dizer muita coisa,
acaba não dizendo o principal), no caso, o Flamengo. Do outro, o Santo André, equipe
relativamente nova (até então possuía 37 anos, considerando a fundação do Santo
André FC), com uma torcida majoritariamente regional. Até então, o Ramalhão, no começo dos anos 2000, tinha conquistado o acesso para a 1ª Divisão do Paulista em 2001 e para a 2ª
do Brasileiro em 2003. O ECSA só conseguiu a vaga na Copa do Brasil por ter
conquistado a Copa Paulista do ano anterior.
O plantel do Santo André era composto por atletas experientes, como Sandro Gaúcho e Romerito, e vários moleques da base, base esta que mostrou para que viria quando conquistou a Copa São Paulo de Futebol Jr. em 2003, eliminando Cruzeiro, Vasco e superando o Palmeiras na final. Atletas como o goleiro Júnior Costa, o defensor Makanaki, os meia Tássio e o atacante Nunes foram promovidos para o time principal muito rapidamente. Pra ser mais exato, eles entraram em campo na tarde do mesmo dia. Sim, depois de jogar contra o Palmeiras pela manhã, muitos deles foram enfrentar o Santos pelo Campeonato Paulista na mesma tarde.
Apesar desses sucessos recentes, pouco se esperava do time do ABC na competição nacional.O que se viu, porém, foi
algo completamente diferente do esperado, com o Santo André chegando na final
com autoridade, eliminando equipes como Atlético – MG e Palmeiras. Para a final, a imprensa de todo o país
já dava o título para o Flamengo, e possivelmente, isso contagiou o elenco
e a diretoria do rubro-negro, que estavam entrando em um clima de oba-oba,
esquecendo-se que o Ramalhão, apresentando um futebol extremamente eficiente, eliminou
equipes que eram consideradas favoritas ao título. Entretanto, o resultado da
primeira partida indicava que todos que apostavam no Flamengo estavam certos,
pois um empate em 2 x 2 em São Paulo forçava o Santo André a vencer o jogo ou a
alcançar um empate de mais de 2 gols, e isso em um Maracanã lotado.
Apesar de quase todos
dizerem que não conseguiriam, jogadores e torcida acreditavam no inacreditável,
e acabaram participando daquilo que era inimaginável; o Santo André, contando
com os gols de Sandro Gaúcho e Élvis, as orientações de Péricles Chamusca, e
mais 300 andreenses nas arquibancadas, calaram 70 mil rubro-negros, causando o
maior choque do ano. Chegaram a fazer um documentário sobre esse episódio, e o
título tem um nome mais do que justo; “O Maracanazzo de um Santo”.
Foi um tempo muito bom! Em 2004 chegamos ao título da Copa do Brasil, em 2008 tivemos um ano perfeito com o titulo da A2 e o vice campeonato Brasileiro e o time B chegando na semi-final da Copa Paulista marcando mais de 120 gols no ano. Em 2010 conseguimos uma campanha perfeita um vice paulista!!!É muita alegria!!! depois falam de quem torce para time pequeno só sofre!!!
ResponderExcluirPois é. Ainda que o Ramalhão não esteja lá muito bem hoje, é algo que não vai durar para sempre (pelo menos assim espero). Se a torcida continuar se mobilizando, a tendência é de que o Santo André volte pro topo. Até mais parceiro e obrigado por passar aqui.
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