quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Segunda Divisão Paulista 2012 - Sobre a 3ª fase

Certo, a 3ª e antepenúltima fase da Segunda Divisão Paulista começou a um tempo, mas cá estamos, para fazer uma análise da situação de momento da competição. Quando fizemos o texto sobre a conclusão da 2ª fase, tecemos algumas considerações sobre a 3ª, e hoje, dá pra dizermos se elas são acertadas ou não. Restam mais 3 jogos, mais 9 pontos em disputa, logo, muita coisa pode acontecer ainda. Assim sendo, falemos sobre as possibilidades de cada um dos 16 clubes que chegaram até aqui;

Grupo 14

Osasco
Nacional
Votuporanguense
Sport Barueri

Osasco; Nenhum time cresceu como o Osasco na competição. De candidato á eliminação na 1ª fase, o clube passou, e bem. Na 2ª fase, quando considerávamos que aquele lugar era mais do que satisfatório, o time passa com uma campanha satisfatória. Para os que achavam que o OFC deu sorte, o empate fora de casa contra a Votuporanguense, em 1 x 1, mostra que o time veio para ficar. Se o acesso vier, não será dos mais improváveis, pois a equipe esta jogando bem, mas com certeza será o menos cotado. O único fato a se lamentar é que o clube parece não conseguir fazer frente ao clube da cidade, o Grêmio Osasco, quando falamos de apoio da população. Infelizmente, são frequentes os jogos em que menos de 100 pessoas estão presentes. Com certeza isso pode comprometer as coisas em alguma escala.

Nacional; Podemos dizer que o fantasma da péssima campanha de 2011 foi exorcizado, mas não completamente; isso só virá caso o clube suba. Desde que caiu, em 2009, o Naça é cotado como um dos favoritos ao acesso. É consenso que tradição não falta à equipe da Barra Funda, e o futebol apresentado até aqui foi suficiente para levar o clube longe, mas não o credencia como um dos favoritos ao acesso. A equipe costumava perder muitas chances, mas em alguns jogos, a equipe sofre uns apagões, e essas chances não são criadas com naturalidade. A defesa é a força do time; com 12 gols sofridos, é uma das melhores da competição, mas que vacilou no empate em casa contra a Votuporanguense, quando o NAC estava fazendo 2 x 0, ainda no primeiro tempo. Só resta mais uma partida no Nicolau Alayon, o clube terá de fazer um bom resultado em pelo menos um jogo fora para almejar uma classificação.

Votuporanguense; Tendo em vista a campanha do time na 1ª fase, quando atingiu 100%, era esperado que o ritmo caísse em determinado momento. Estranho seria se o time continuasse passando o trator geral. Seja como for, o time está entre aqueles que podem ser considerados como um dos favoritos não só ao acesso, mas ao título. O ataque, com 39 gols marcados até aqui (e que possuí o artilheiro da competição, Romário, com 13), vai bem, mas a defesa é a maior força do time, com apenas 15 gols concedidos. Além disso, outra força do time é o estádio Plínio Marin, em que a equipe perdeu apenas 2 pontos, em um empate contra o Osasco (1 x 1), já nessa fase. E é justamente isso que credencia o CAV à classificação, mesmo estando em 3º no grupo; restam mais dois jogos em casa. Se o clube fizer bons resultados em casa, poderá passar.

Sport Barueri; Definitivamente, o Sport Barueri caiu muito. Gostávamos do fato da equipe atacar ao ponto de fazer 6 e levar 4, mas ultimamente, o desempenho tem sido mais regular, em todos os sentidos. Na 3ª fase mesmo, passou na bacia das almas, pelo índice técnico (um dos melhores 3º colocados), sendo um dos poucos que avançou com saldo negativo. Para atenuar isso, o clube tem um retrospecto relativamente bom em casa, na Arena Barueri, muito mais pelo conhecimento do campo do que pelo apoio da torcida, efetivamente.

Grupo 15

Sumaré
Fernandópolis
Grêmio Mauaense
Joseense

Sumaré; Afirmamos de maneira categórica que o Sumaré não conseguiria grande coisa nessa fase, afinal, passou entre os melhores 3º colocados, com os mesmos 8 pontos do Olímpia, mas foi o único que chegou até aqui com saldo negativo (-1), em suma, não passaria e ponto. Ledo engano. O empate em casa contra o Joseense dava indícios de que estávamos certos, mas a categórica vitória fora de casa contra o Fernandópolis (3 x 1) e o empate fora de casa contra o Mauaense (1 x 1) colocam o clube na liderança do grupo. O clube tem mais 2 jogos em casa (que valem mais pelo fator "conhecimento do campo" do que "apoio de torcida" - dentre os 16 participantes dessa fase, é o que possuí a pior média de público), e se conseguir bons resultados, se classifica, mas ainda não o colocamos como favorito ao acesso...sabemos que corremos risco de queimar a língua de novo, mas até aí, faz parte.

Fernandópolis; A 1ª colocação na última fase foi uma exceção. Olhando a campanha do até Fefeçê aqui, o time foi segundo em tudo, e até o momento, está em segundo em vários campos conhecidos; até entre os artilheiros o Fernandópolis está em 2º (Rudimar, 10 gols). O time começou bem, com um empate fora em 1 x 1 com o Mauense, mas a inesperada derrota ante o Sumaré colocou algumas interrogações nas cabeças de seus torcedores, e ainda que tenha se reabilitado contra o Joseense (2 x 1), só resta mais um jogo em casa, que com apoio da torcida, que frequentemente chega na casa dos 1,000 expectadores por jogo (a maior entre os membros do grupo) deverá ser "o" jogo...pelo menos até a próxima fase. Ainda assim, acreditamos que o clube passa de fase, muito pelo que seus rivais (não) vêm mostrando.

Grêmio Mauaense; 3 jogos, 3 empates. Cravamos que se o time acertasse seus problemas, teria chance, mas não é isso que tem acontecido. A principal deficiência da equipe na 2ª fase foi não ter conseguido fazer resultados em casa, e na 3ª isso está se repetindo. A proximidade com a capital, o desconhecimento de sua existência por parte da população, além do fato dos jogadores serem todos do São Bernardo FC, colabora para que a arquibancada do Pedro Benedetti (sim, o estádio possui apenas 1 arquibancada) não fique muito cheia. Com 2 empates em 1 x 1 contra Fernandópolis e Sumaré, nem o precioso ponto obtido fora de casa contra o Joseense foi tão precioso assim. A defesa, assim como na fase anterior, está se postando bem, o problema é o ataque que não está conseguindo resolver. Resumindo, agora a Locomotiva do ABC está em situação complicada.

Joseense; Na 1ª fase, o Joseense foi uma das equipes que apresentou um dos melhores desempenhos de todos os tempos, com um ataque eficiente (23 gols marcados) e uma defesa sólida (7 sofridos). Era plausível supor que o time iria bem na 2ª etapa. A equipe foi líder, mas de maneira mais discreta, mas de todo jeito, foi líder. Agora na 3ª e antepenúltima fase, o clube simplesmente não engrenou, com 2 empates e 1 derrota. Um empate fora contra o Sumaré pode ser tido como um bom resultado, mas ficar na igualdade com o Mauaense é de se colocar um pé atrás, e uma derrota fora de casa com o Fernandópolis é algo até esperado, mas nunca bem quisto. Apesar de possuir um dos artilheiros da competição (Luis Guilherme, 9 gols), o ataque não tem sido tão produtivo quanto nas fases anteriores, com apenas 2 gols marcados, e a defesa já sofreu 3 gols em 3 jogos. Pra piorar, contando com a 2ª fase, já são 8 jogos sem vitória. Oscilações são esperadas, especialmente em uma competição tão longa, mas agora não é mais hora pra isso. O clube ainda tem chances de classificação, mas está complicado.


Grupo 16

Novorizontino
José Bonifácio
Guarujá
Américo

Novorizontino; Líder, e até o momento, possui a melhor campanha entre os 16 classificados. Um sempre bom empate fora de casa contra o forte Américo, uma vitória em casa contra o não menos forte José Bonifácio (2 x 0), justificando nossos palpites. Mas a vitória fora contra o Guarujá (2 x 0) parece confirmar os prognósticos daqueles que o colocam como um dos favoritos ao acesso. A defesa do Tigre ainda não foi vazada, e com 4 gols marcados até o momento, vai fazendo seu papel. Além disso, vêm sendo apoiado em peso pela cidade, que estava com saudades do time, afastado do profissionalismo a mais de 10 anos, e com mais 2 jogos em Novo Horizonte, a classificação está mais do que encaminhada. Há gente que vai mais longe, credenciando o time não só ao acesso, mas ao título, e podemos dizer que estamos nesse grupo.

José Bonifácio; Com 6 pontos, não só é o 2º melhor do grupo como o 2º melhor da 3ª fase. Assim como nas fases anteriores, a força da Serpente do Vale tem sido seu estádio, o Antônio Pereira Braga. O outro grande trunfo do time é seu ataque, que não passou em branco em nenhum jogo em casa, o que vêm se mantendo nessa etapa, um pouco mais comedido, é verdade (duas vitórias - Guarujá e Américo - pelo placar simples). Vencer todos os jogos em casa e conseguir uns pontos fora é o suficiente para se passar dessa fase, mas caso o clube passe, terá de alcançar vitórias fora, e essa, definitivamente, não é a especialidade do José Bonifácio (lembrando que a única vitória fora foi contra uma claudicante Matonense).

Guarujá; Esse é o 2º ano do Guarujá em seu retorno ao profissionalismo, e com certeza, atingir a 3ª fase pode ser encarado como um grande sucesso. O passo inicial na 3ª fase foi uma derrota fora de casa ante o José Bonifácio pelo placar mínimo, algo esperado até. A vitória em casa contra o Américo (2 x 0) mostrou  algo que vimos em todo o campeonato; um ótimo desempenho em casa, com 6 vitórias e 3 empates. Entretanto, a derrota de 2 x 0 em casa pro Novorizontino pesou, e perder uma longa invencibilidade em casa nunca é bom, ainda mais em um momento decisivo. Com 2 jogos fora de casa, vai ser complicado pra ADG chegar mais longe.

Américo;  O Américo vinha bem no Campeonato. Apoiado por sua torcida, que frequentemente está na casa do milhar lá no Joaquim Justo, a equipe foi bem na 1ª fase, mas não tão bem assim na 2ª, quando passou por índice técnico, como um dos melhores 3º colocados. Agora, na 3ª, a situação está complicada, pois a equipe conquistou apenas 1  ponto em 3 jogos. Muitos podem dizer que a equipe fez apenas 1 jogo em casa, o que de fato, é correto, mas ultimamente, o time não vêm correspondendo à esse apoio. Na 2ª fase, a única vitória foi um WO contra o Atlético Mogi, e se desconsiderarmos isso, a última vitória em casa foi no distante 17/06, um 4 x 0 contra o Radium. Também é certo que o desempenho fora não foi de todo ruim, mas olhando pro agora, a equipe não conseguiu fazer frente ao Guarujá e ao José Bonifácio longe de casa. Se a toada continuar assim, será difícil o Américo ir para a 4ª fase.


Grupo 17

Tupã
Olímpia
São Vicente
Jaboticabal




Tupã; Dissemos que o Tupã, juntamente do Olímpia, passaria de fase, mais provavelmente em 2º, brigando com o São Vicente, mas com leve vantagem para os litorâneos. Bem, o clube é líder, mas dado o equilíbrio do grupo, isso é bem menos expressivo do que em situações razoavelmente normais. A equipe começou confirmando dois prognósticos ao vencer o Jaboticabal por 2 x 1 fora de casa; 1º, que passaria de fase com relativa tranquilidade e 2º, de que o Jotão havia chegado longe demais. Mais 2 jogos foram disputados, e não é mais possível afirmar isso. Mesmo sendo um dos clubes mais apoiados por sua torcida, empates em casa ante o São Vicente (2 x 2) e Olímpia (0 x 0) colocaram o time em uma liderança relativa e não muito expressiva. Pra ser mais exato, o clube não foi brilhante em nenhum momento, primando mais por uma regularidade mais do que discreta. Existem chances de passar de fase, e elas estão calcadas em uma vitória no próximo jogo em casa (contra o Jaboticabal) e fazer bons resultados fora, o que venhamos e convenhamos (indo pro caminho das obviedades no futebol), é algo bem mais fácil falar do que fazer.

Olímpia; Apesar de estar em 2º, acreditamos que a equipe possui mais chances de se classificar tranquilamente que o Tupã, simplesmente por quê está usando a receita mais simples no futebol; vencer em casa e buscar o máximo possível de pontos fora. Até o momento, são 7 vitórias no Tereza Breda, com destaque para um inapelável 3 x 0 contra o Novorizontino. Mas é bom a equipe abrir o olho, pois vale lembrar que a equipe foi derrotada por Fernandópolis (2 x 1) e Sumaré (1 x 0), quando este último não vinha em um bom momento técnico. Ainda assim, é uma das favoritas a passar de fase. A defesa, que foi furada apenas 1 vez nessa 3ª fase, não necessita de maiores cuidados, mas o ataque, um dos melhores de toda a competição, nessa fase marcou apenas 1 gol. Se quiser que conquistar o tão sonhado acesso, terá de melhorar.

São Vicente; Poucos diriam que o alvinegro litorâneo chegaria até aqui. Pra ser mais exato, quem quer que acompanhasse a Segundona, afirmava que eram Jabaquara e Portuguesa Santista que iriam longe. Nem do Guarujá esperavam muito. Seja como for, o time da primeira cidade do Brasil está aí firme, mas não muito forte. Cremos que o time chegou mais longe do que esse esperava, mas existem uma série de fatores relevantes que o colocam como candidato a morrer na praia (não, isso não foi uma piada, não foi intencional ou planejado. Não somos bons em trocadilhos, reconhecemos isso, e por isso mesmo evitamos usá-los). Único de seu grupo com saldo de gols negativos (-1, devido aos 4 tentos concedidos), o São Vicente não mostrou um ataque envolvente ou uma defesa extremamente segura. No máximo, foi de regular pra baixo. Se passar, surpreenderá.


Jaboticabal;  Se ainda há um certo debate sobre se o São Vicente chegou mais longe do que se esperava ou não, é consenso que o Jatão foi muito além do que se esperava. Por ter passado no índice técnico na 1ª fase, esperava-se que a equipe ficasse na etapa anterior. Mas eis que o time aplica uma goleada de 4 x 0 sobre o Manthiqueira, e surpreendentemente vence a Votuporanguense pelo placar mínimo, e com mais alguns resultados básicos, passa de fase, pra novamente ser cotado pra ser eliminado. O jogo de estreia na 3ª fase, uma derrota em casa pro Tupã, pareceu confirmar os prognósticos, assim como uma esperada derrota para o Olímpia pareceu estar dentro dos conformes das previsões dos palpiteiros de plantão. A vitória em casa contra o São Vicente (2 x 0) deixa o time à apenas 2 pontos do líder Tupã, mas com apenas mais um jogo em casa à se disputar, e o time venceu apenas 3 jogos fora de casa, todos contra times bem inferiores (Taquaritinga, Matonense e um ruim Manthiqueira na 2ª etapa). Entretanto, se o clube passar, afirmamos categoricamente que o clube sobe...e tenho dito.




domingo, 12 de agosto de 2012

Segunda Divisão Paulista 2012 - Balanço sobre o final da 2ª fase e Perspectivas para a 3ª etapa

No nosso último post sobre a Segunda Divisão Paulista, tecemos algumas considerações sobre os clubes, e demos nossa opinião sobre quais passariam ou não de fase, e indo além disso, quais equipes brigariam pelo acesso, nessa que é a divisão mais dura do Campeonato Paulista, quiçá, de todos os campeonatos do Brasil.

A 2ª fase acabou, não sem nos reservar surpresas, o que é muito bom, diga-se de passagem. Indo nesse sentido, falaremos sobre nossos palpites da 2ª fase, e faremos novos palpites para a disputa da 3ª, usando como critérios o desempenho visto até o momento.

Como já é de praxe, gostaríamos da participação do máximo possível de pessoas, para que o debate possa ser extremamente rico e construtivo. Sendo assim, vamos lá;

Grupo 8

1º Votuporanguense  (13 pontos)
2º Guarujá  (11 pontos)
3º Jaboticabal - classificado como um dos melhores 3º colocados - (10 pontos)  
4º Manthiqueira (0 ponto)

Cravamos que o Votuporanguense passaria em 1º, e o fez. O CAV não passou o trator como na 1ª fase, o que até era esperado, mas de todo jeito, foi muito bem, perdendo apenas 5 pontos dos 18 disputados, marcando 12 gols e sofrendo apenas 3. Oscilações são naturais, mas não podem ser muito grandes, e se o clube manter esse ritmo, mostrou futebol pra subir.

A partir disso, cravamos que Manthiqueira e Guarujá brigariam pelo 2º posto. Na verdade, não houve briga; o Manthiqueira foi simplesmente inexistente, perdendo todos os jogos disputados. Sua defesa, com 19 gols sofridos, foi a pior da 2ª fase.

Sobre o Guarujá, o time esteve longe de dar show, mas foi bem consistente, com um desempenho sólido em casa (cujo pior resultado foi um empate sem gols com o Votuporanguense), e fora, em que foi derrotado apenas 1 vez (2 x 0, para o mesmo Votuporanguense). É bem provável que chegue longe, mas não vemos o clube brigando na última fase pelo acesso.

Pra fechar com esse grupo, o Jaboticabal. A classificação do clube já nos surpreendeu (lembrando que dissemos que não passariam de fase), e as vitória contra o até então invicto Votuporanguense (1 x 0) e a goleada contra o Manthiqueira (4 x 0) foram o ápice da campanha na 2ª fase. Esses resultados certamente darão um gás para a disputa do restante da competição, mas assim como o Guarujá, não consideramos o Jotão um postulante ao acesso.


Grupo 9 

1º Fernandópolis  (11 pontos)
2º Olímpia  (8 pontos)
3º Sumaré - classificado como um dos melhores 4º colocados - (8 pontos)
4º Jabaquara  (5 pontos)

Apostamos que essa chave seria equilibrada, e de fato, foi o que aconteceu. Acreditávamos que o Olímpia seria o primeiro, mais pelo fato do Fernandópolis, até aquele momento, ser o segundo em quase todos os critérios conhecidos. Mas novamente, fomos surpreendidos.

O Fefecê terminou como primeiro, com uma campanha no mínimo surpreendente, pois venceu todos os jogos fora de casa, e conquistou apenas 2 pontos em casa, sendo o ponto baixo de suas apresentações no uma derrota de 3 x 0 para o Jabaquara. Não achamos provável que o clube vá repetir essa campanha nas próximas fases, sendo o mais seguro contar com o desempenho em casa. Mas ir longe sem segurança é algo que faz falta no futebol atual. Ainda que achemos legal, isso pode matar algum torcedor...

Em relação ao Olímpia, não só apontamos que o clube ficaria em 1º, como seria um dos cotados para o acesso. E nessa fase, o time fez muita força pra queimar nossas línguas. O desempenho foi extremamente inconsistente, pois o clube não venceu sequer um dentro de casa, e ainda que tenha ido bem fora, não o fez com o brilhantismo do Fernandópolis. Como já dissemos, oscilações são esperadas, afinal, a competição é longa, mas fazer isso como o Olímpia fez é extremamente perigoso. Caso queira brigar pelo acesso, é bom ser mais consistente.

Admitimos que não acreditávamos que o Sumaré fosse se classificar, mas uma coisa nós acertamos; os clube nem de longe deu show, e junto do Sport Barueri, passou de fase com o saldo de gols negativo (-1). Acreditamos que o time carimbou a classificação quando conseguiu vencer o Olímpia fora de casa (1 x 0). Agora, na 3ª fase, se quiser algo mais, terá de melhorar o ataque, que com 5 gols marcados, é o pior entre os classificados.

Agora, o Jabaquara. Depois de anos, passou da 1ª fase, e contando com jogadores experientes como Rodrigão e Rubens Cardoso, além do comando do promissor Paulinho Kobayashi, muito se esperava do Jabuca. Entretanto, como pontuamos, o clube teria de melhorar alguns aspectos caso quisesse se classificar, sendo a defesa o principal deles. No frigir dos ovos, o time sofreu os mesmos 7 gols que o Fernandópolis, entretanto, ataque que foi tão produtivo na 1ª fase, marcou apenas 5 vezes, sendo que 3 delas foram no mesmo jogo, um 3 x 0 contra o mesmo Fernandópolis, na casa do rival, o que mostra que a equipe tinha potencial. Agora é esperar 2013.


Grupo 10

1º Novorizontino  (14 pontos)
2º Osasco  (11 pontos)
3º Américo  (8 pontos)
4º Atlético Mogi  (0 ponto)


Lembramos bem que apontamos Novorizontino e Américo como favoritos, enquanto Osasco e Atlético correriam (bem) por fora. Taí, fomos surpreendidos novamente, dessa vez pelo Osasco. Mas cada coisa à seu tempo.

Confirmando seu papel de favorito, o Novorizontino venceu todas dentro de casa e fez o básico fora para se classificar, sofrendo apenas 1 gol, sendo a melhor defesa dessa etapa, junto com o Tupã. E o Novorizontino não vive só de se defender, e os 10 gols marcados são marca disso. O Tigre está recebendo muito apoio da cidade, e o colocamos como um dos favoritos ao acesso.

Agora sim, falemos sobre o Osasco. A princípio, achávamos que a classificação para a 2ª fase algo que ia além da estrutura do time, e que ficaria por aí mesmo. Mas o futebol sempre nos prega peças, que mesmo sabendo que ele não é uma ciência exata, teimamos em analisá-lo como tal. O único time a bater o OFC foi o Novorizontino, e o Américo só conseguiu empatar em casa com a Águia. O desempenho do time foi bom, e se continuar assim, um improvável acesso pode vir. Porém, temos de ressaltar (mais uma vez) que não se mantêm um ritmo elevado de maneira constante, e além disso, o Osasco possui simplesmente a pior média de público da competição (menos de 50 pessoas por jogo).

Aquele que encarávamos como o favorito à 2 vaga, o Américo foi não fez nada demais, sem mostrar a regularidade vista na 1ª fase. Apesar de contar com grande apoio, a equipe venceu apenas 1 jogo em casa. A outra vitória veio fora de casa contra um periclitante Atlético Mogi, de quem recebeu uma forcinha pra assegurar a classificação, o que falaremos mais tarde. No mais, 2 empates, ambos em casa, e 2 derrotas, fora. Se quisesse brigar pelo acesso, a equipe teria de melhorar o desempenho visto na 1ª fase,  e se levarmos em consideração o desempenho visto na 2ª etapa, o buraco será mais fundo. A cidade de Américo Brasiliense torce que o time melhore.

Por fim, o Atlético Mogi. Como esperávamos, o clube não brigou pela classificação, mas não esperávamos que o desempenho fosse tão ruim. O ataque, com 3 gols marcados, foi simplesmente o pior da fase, e a defesa, com 18 gols sofridos, foi a 2 pior. Quando se pensa que não pode ser pior, o Atlético toma uma atitude lamentável; não joga com o Américo, na última rodada. A classificação já estava perdida, mas deixar de jogar é no mínimo anti-ético, pois desrespeitou os torcedores que foram ver a partida, além de prejudicar outras equipes que poderiam se classificar. Se o Atlético Mogi não tivesse condições de participar, que desistisse no começo do campeonato, seria triste para seus torcedores, é verdade, mas seria infinitamente mais digno.


Grupo 11

1º Tupã  (13 pontos)
2º Grêmio Mauaense  (10 pontos)
3º Primavera  (7 pontos)
4º Guariba  (4 pontos)

Dissemos que esse grupo seria equilibrado, mas não foi bem isso o que vimos, e os clubes que passaram, ainda que tenham superado inapelavelmente seus rivais, não o fizeram de uma maneira que pudéssemos colocá-los na fase final brigando pela A3.

O líder foi o Tupã, que ao contrário da 1ª fase, venceu todos os seus jogos em casa, e tirando uma sapatada fora de casa contra o eliminado Primavera, não passou grandes sustos. O futebol apresentado foi consistente, mas isso não basta. Temos de lembrar que o clube foi superado em casa e fora por rivais como Votuporanguense e Fernandópolis, que são postulantes ao acesso, principalmente o primeiro. A equipe tem de conseguir mais do que fazer frente a rivais como esses; têm de superá-los, se quiser subir, o que não foi visto até aqui.

O vice-líder foi o único representante do ABC nessa fase, o Grêmio Mauaense. Dissemos que a equipe tinha de melhorar sua defesa, especialmente em casa, e de fato, foi o que houve (sofreu 5 gols). Entretanto, a equipe venceu apenas um jogo em Mauá, somando um empate e uma derrota, e o ataque, prolífico na 1ª fase, agora foi mais econômico, com 6 gols marcados. Pra lutar pelo acesso, ainda é pouco. A esperança é de que haja espaço pra melhoras.

Mesmo com um relativamente bom desempenho fora de casa, em que conquistou 4 dos 9 pontos disputados, o Primavera sofreu em casa, sem nenhuma vitória. As derrotas contra Tupã e Guariba (ainda que o time de Indaiatuba tenha compensado, vencido o GEC fora de casa) pesaram, sobretudo se levarmos em consideração que o clube foi bem em seus domínios na 1ª fase. Nem o fato de ter o melhor ataque do grupo (7 gols) ajudou a equipe.

Antes do campeonato começar, o Guariba era colocado como um dos favoritos ao acesso, afinal, tinha se reforçado bem, além de ter contratado um técnico que é conhecedor das divisões de acesso, no caso, Douglas Neves. A equipe teve um desempenho seguro na 1ª fase, sem brilho, é verdade, mas seguro, mas toda essa segurança não foi vista nessa etapa. Sem nenhuma vitória em casa, os torcedores do GEC só puderam comemorar uma vitória fora contra o Primavera. A equipe teve a pior defesa (-7 gols) e o pior ataque (4 gols) do grupo, fazendo de 2012 um ano pra se esquecer.


Grupo 12

1º Nacional  (13 pontos)
2º José Bonifácio  (9 pontos)
3º Cotia  (8 pontos)
4º Desportivo Brasil  (2 pontos)


Aqui aconteceu o que mais ou menos nós esperávamos. O Nacional liderou, contando com seu forte sistema defensivo, que sofreu apenas 2 gols. Entretanto, a capacidade bisonha de perder gols ficou evidenciada nessa fase, quando apenas 5 foram marcados. Melhor dizendo, mais grave que o desperdício de chances, foi a falta de criação dessas, o que levou o Naça a arrancar mais vitórias que o tolerável no sufoco.

Logo atrás da equipe da capital, veio o José Bonifácio, que fez uma campanha semelhante à vista na etapa anterior. A força da Serpente do Vale está em casa, com 2 vitórias e um questionável empate contra o lanterna Desportivo Brasil. Seu desempenho fora foi razoavelmente bom (2 empates), mas o time passou um risco desnecessário ao empatar em casa com o DB, afinal, o rival era o lanterna da chave, e caso o Cotia vencesse no Nicolau Alayon o já classificado Nacional, o José Bonifácio teria grandes problemas. A esperança é o ataque, o melhor do grupo, com 10 gols, e que não passou em branco em nenhuma partida, mas a defesa, com 7 gols sofridos, é motivo de cuidados. A nosso ver, chegar na 3ª fase era o mínimo esperado para esse time, e daí pra frente, o que vier será lucro.

Em 3º, o Cotia, que com apenas 2 anos de vida, realizou boas campanhas no certame, e a classificação não veio por pouco. Mesmo contando com a força de sua torcida, a equipe perdeu 4 pontos em casa, e somou 2 derrotas fora, e as únicas vitórias foram contra o Desportivo Brasil, o que poderia ser um indício de que se a equipe passasse, não iria muito longe.

Por sua vez, o Desportivo Brasil foi menos longe do que se esperava, mas não haverão motivos para se lamentar muito. É sabido que o objetivo do clube é tão somente formar atletas, visando uma futura negociação. Com certeza, a A3 é uma janela maior, mas tem os campeonatos de base da FPF, e o chamariz mesmo é a Copa São Paulo de Futebol Jr. Os dois empates com o José Bonifácio representaram o melhor que essa equipe ofereceu.


Grupo 13

1º Joseense  (9 pontos)
2º São Vicente  (8 pontos)
3º Sport Barueri - classificado com um dos melhores 3º colocados - (8 pontos)
4º Pirassununguense  (7 pontos)

Apontamos que Joseense e Sport Barueri passariam, enquanto São Vicente e Pirassununguense ficariam de fora, mas as coisas se revelaram mais complicadas que o previsto.

O Joseense, pelo que mostrou na 1ª fase, confirmou os prognósticos de nossos estudiosos, se bem que nem de longe a equipe encantou, como na etapa anterior. A falta de apoio em casa pesou, resultando em apenas 1 vitória contra o Pirassununguense, e fora de casa, fez até menos que o básico, com 1 vitória, 1 empate e 1 derrota. Em outros grupos, equipes foram eliminadas com esse retrospecto, mas o equilíbrio visto aqui nivelou, e muito as coisas. E é bom a equipe se acertar, pois se mostrar novamente o futebol visto na 1ª fase, briga pela promoção, mas se a equipe jogar o que jogou nessa etapa...

Logo atrás, aquele que nós descartamos. Como na 1ª fase, o ataque do São Vicente foi o destaque, com 9 gols marcados, o melhor do grupo. Assim como o Joseense, a equipe do litoral foi muito irregular em casa, fazendo o básico (e olhe lá) fora. O ponto alto foi a vitória contra o Sport Barueri fora de casa, um grande 4 x 0. Acreditamos que a equipe cumpriu suas expectativas, e não acreditamos que possa ir além disso.

Em 3º, veio o Sport Barueri, a equipe menos sensata do certame, pelo menos na 1ª fase, pois na etapa em questão, eles foram mais comedidos, a ponto de serem ameaçados por uma eliminação. O desempenho foi rigorosamente o mesmo que o do São Vicente, perdendo nos critérios de desempate, e junto do Sumaré, passou de fase com um saldo negativo (-2, com 9 tentos sofridos), o que não seria um problema se o ataque repetisse a marca vista antes, se bem que 7 gols marcados não é uma marca de todo ruim. Como a equipe é a que mais oscila no campeonato, é difícil dizer o que ela fará na 3ª fase, mas podemos adiantar que se o ataque não voltar a funcionar, o time fica (pois a defesa é um caso perdido).

E em último veio o Pirassununguense, que paradoxalmente, foi a equipe que teve o melhor desempenho em casa, com 2 vitórias, mas o único revés, o 2 x 0 conta o Sport Barueri, foi de suma importância. Talvez isso seja reflexo da empolgação da torcida, que voltou a ver a equipe depois de 5 anos afastada, e que se classificou na base da empolgação. Como nem tudo são flores ao contrário dos rivais, o Ceapê foi praticamente inoperante fora de casa, conquistando apenas 1 ponto, e nesse cenário, não há empolgação que resolva.


Agora, os grupos da 3ª fase, com palpites diretos sobre os possíveis classificados, assunto que abordaremos no próximo post;

Grupo 14

Votuporanguense
Nacional
Sport Barueri
Osasco

Achamos que Votuporanguense não só passará, como lutará pelo acesso, enquanto Sport Barueri, Nacional e Osasco brigam pela 2ª posição. Naça e Sport levarão vantagem se repetirem o desempenho da 1ª fase, enquanto o Osasco será o favorito caso mantenha a ascendente.


Grupo 15

Fernandópolis
Joseense
Grêmio Mauaense
Sumaré

Nesse grupo, o Fernandópolis lidera, a não ser que o Joseense mostre de novo o que vimos no começo do campeonato. O Mauaense, se arrumar seus problemas, tem chance, mas como não vimos uma melhora substancial até agora, fica difícil. Já o Sumaré já foi mais longe do que se esperava, e é improvável que consiga mais que isso.


Grupo 16

Novorizontino
Américo
José Bonifácio
Guarujá

Aqui, acreditamos que o Novorizontino passa, e como líder, além de ser um dos favoritos à promoção. Daí pra baixo, o negócio é bem equilibrado. Entre José Bonifácio, Américo e Guarujá, ninguém convenceu muito na 2ª fase, mas acreditamos que o José Bonifácio acompanha o GN para a 3ª fase.


Grupo 17

Olímpia
São Vicente
Jaboticabal
Tupã

As coisas aqui são mais equilibradas, mas apontamos Olímpia e Tupã como classificados, sem descartar completamente o São Vicente, enquanto o Jaboticabal já fez o improvável. O Olímpia, colocado como um dos favoritos ao acesso antes do campeonato, mas se não abrir o olho, ficará pelo caminho. O Tupã já demonstrou ter forças para superar equipes que possuem um nível considerado semelhante ao seu, e se conseguir superar aqueles que são tidos como favoritos à A3, o que tem sido sua principal deficiência, vai longe. O São Vicente foi bem até aqui, mas não teve nenhuma prova de fogo, e agora, saberemos o que a equipe pode realmente mostrar. Sobre o Jotão, achamos que chegou longe demais, e se passar daqui, será uma das maiores surpresas do torneio nos últimos anos.


sábado, 4 de agosto de 2012

Coupe de l'Outre-Mer 2012

Podemos dizer, com toda certeza, que 2012 está sendo um ano pródigo em competições alternativas. Já abordamos aqui a Copa Caribenha, campeonato alternativo, que junta países que estão com seu futebol em desenvolvimento, como Antígua e Barbuda, que nuca conseguiram grande coisa,seleções com alguma tradição, caso da Jamaica, e é claro, times de (falta) de qualidade indiscutível, principalmente Montserrat, última colocada do ranking da FIFA.


Mas hoje abordaremos outro certame tão obscuro quanto; a Copa do Outro Mar, que por motivos de ordem lírica, chamaremos de "Copa do Ultramar". Esse torneio reúne seleções de territórios que são possessões francesas, e assim como o campeonato caribenho, congrega escretes reconhecidos ou não pela FIFA. É uma competição bem similar à Copa Caribenha, mas com uma diferença fundamental; é mundial. Por exemplo, a seleção de Martinica, que fica no Caribe, pode enfrentar o Taiti, arquipélago que fica no Oceano Pacífico. Esse campeonato é organizado pela própria FFF (Fédération Française de Footbal, ou Federação Francesa de Futebol, em bom português). Organizada desde 2008, a competição está em um nível estável, contando regularmente com 8 participantes, divididos em 2 grupos. Os 2 primeiros colocados vão para as finais, e os 2 vice líderes decidirão irão pra decisão de 3º e 4º lugares da competição.


Assim como na Copa Caribenha, o desnível é grande. Há seleções com atletas profissionais jogando em ligas estrangeiras, enquanto outros selecionados só contam com amadores, sem falar que em muitas dessas ilhas o futebol foi introduzido há relativamente pouco tempo. A competição começou a ser disputada em 2010, e tradicionalmente, é sediada em Île-de-France, que abriga Como era de se esperar, procuraremos falar de todas, no limite do possível, é claro. Informações são (extremamente) raras, e tentaremos trazer o máximo possível de conteúdo.


Grupo A

Reunião

Guiana Francesa

Guadalupe

Saint Pierre e Miquelon



Olhando pra esse grupo, logo de cara é possível dizer quem brigará pelo título e quem corre (bem) por fora.  Acreditamos que Guadalupe e Reunião brigarão pelo 1º lugar, enquanto a Guiana Francesa dependerá de um milagre. Sobre Saint Pierre e Miquelon, o mais importante será a experiência em si, pois esportivamente, as chances são mais do que remotas. Uma peculiaridade desse grupo é que nenhuma das seleções são reconhecidas pela FIFA, logo, não disputam as eliminatórias para a Copa do Mundo, o que limita, e muito, o grau de intercâmbio com outras escolas.

Guadalupe possui atletas atuando em equipes das divisões de acesso em toda Europa, e sobretudo, na França. Essa competição é encarada como uma chance do time conquistar algo, pois em tudo quanto é competição, Copa Caribenha, Copa Ouro e essa competição que estamos abordando, o time vai bem, mas falha na hora H, como a Espanha fazia há bem pouco tempo atrás. Garantia que e o time caribenho vem mordido, pois nas duas últimas (2008 e 2010) edições ficou em 3º lugar. 

O outro favorito, Reunião, possui uma tradição futebolística considerável; venceu a primeira edição, contra Martinica (1 x 0), e foi vice, também contra Martinica, mas nos pênaltis (5 x 3). Pensando em manter o retrospecto favorável, a seleção do país está se preparando desde o mês passado, disputando amistosos com clubes locais, além do clássico "Titulares x Reservas". Todos os atletas atuam no futebol nacional, que possui uma liga tradicional, organizada mais de 60 anos, com a presença de jogadores e atletas estrangeiros, principalmente dos vizinhos de Madagascar.

Em relação aos nosso vizinhos do norte, a Guiana Francesa nunca obtive grandes resultados. Pra ser mais exato, a maior conquista da seleção é um 4º lugar nessa mesma competição. Um agravante é que tirando esse torneio, o time não atua em competições oficiais desde 2007. Tentando sanar isso, foram marcados amistosos, mais especificamente contra Suriname e Guiana, e vieram duas (esperadas) derrotas; 2 x 1 e 2 x 0, respectivamente. Mas ainda que os membros da delegação afirmem que a equipe se portou bem,   falta tarimba internacional, e não os enxergamos brigando com Guadalupe ou Reunião. As experiências internacionais mais regulares nesse período são as participações anuais do campeão do país na Copa da França.

Sobre Saint Pierre e Miquelon, podemos dizer que é um dos maiores expoentes do futebol alternativo na competição. Ainda que o futebol tenha chegado na ilha (próxima do Canadá), no começo do século passado, uma seleção nacional foi formada apenas nos anos 50 (pelo menos reza a lenda), mas só começou a atuar de maneira relativamente regular só em 2010, e todos os seus jogadores são amadores. Na edição passada, a equipe não marcou nenhum gol, e sofreu 28. Como já foi dito, a expectativa é adquirir experiência internacional, para vislumbrar uma futura melhora.



Grupo B

Martinica

Nova Caledônia

Taiti

Mayotte


Esse grupo, pelo menos em tese, possui um nível mais alto que o outro, mesclando seleções não-FIFA com times que disputam competições organizadas pela entidade máxima do futebol mundial. Martinica e Mayotte possuem filiação apenas na Federação Francesa, enquanto Taiti e Nova Caledônia fazem parte do quadro de membros da FIFA. Apontamos Taiti e Nova Caledônia como favoritos a brigar por algo, com um leve favoritismo para o time da Polinésia Francesa (no caso o Taiti), que venceu seu rival de grupo na Copa da Oceania (um tapa na cara daqueles que achavam que a Nova Zelândia tinha vaga cativa na Copa das Confederações). Mas ao contrário do outro grupo, não dá pra descartar completamente os outros rivais.

Martinica tem história no torneio, com um título (2010) e um vice (2008), além de razoável tradição no futebol caribenho. Entretanto, tirando os resultados da Copa do Ultramar, o time não consegue bons resultados há pelo menos uns 10 anos, quando atingiu as quartas-de-finais da Copa Ouro (quando foi eliminada pelo Canadá nos pênaltis). O último título conquistado não está tão distante, longe disso, foi ano passado, mas superar a Normandia (2 x 1) na Copa Regional das Ligas de 2011 parece ser insuficiente pra encarar os rivais de seu grupo.


Sobre os favoritos, apontamos o Taiti como postulante ao título, e a Nova Caledônia briga por fora. Falando dos taitianos, já dissemos que são os atuais campeões da Oceania, evidenciando um crescimento do futebol na região como um todo, pois há 8 anos, a seleção estava perdendo de 10 x 0 pra Nova Zelândia, e atualmente, além do título continental, o Tefana, clube em que a maior parte dos jogadores atua, chegou na final da Champions League da Oceania. Mas há o outro lado da moeda; os taitianos nunca foram favoritos à nada. Vamos ver como eles lidarão com isso.


Logo atrás vem a Nova Caledônia. A seleção do país está inscrita na FIFA desde 2004, e vêm apresentando um crescimento gradual nos resultados, superando a maior parte dos rivais regionais, com exceção da Nova Zelândia, e mais recentemente, do Taiti. Depois de participações ruins na Copa do Ultramar, em que foi eliminada na 1ª fase, o time coleciona 2 vices da Copa da Oceania, se bem que a edição da OFC Nations Cup de 2008 contava com apenas 4 seleções, e serviria como eliminatória para a Copa do Mundo de 2010, em um sistema de turno e returno. Acabaram longe da Nova Zelândia e foram perseguidos de perto por Vanuatu. Seja como for, foi um grande progresso. Mas a equipe precisa aprender a decidir a seu favor, e vencer algo.


Por fim, mas não menos importante, o selecionado de Mayotte. Assim como Martinica, Mayotte não está filiada à FIFA, logo, não disputa eliminatórias, e a CAF (Confederation of African Football) é bem menos tolerante que a CONCACAF, impedindo-os de disputar a Copa da África. A única competição que o time disputa além da Copa do Ultramar são os obscuros Jogos das Ilhas do Oceano Índico. Além disso, todos os atletas atuam no incipiente futebol nacional. Ou seja, é um time com pouca rodagem, que procurará repetir o desempenho da última edição da Copa, quando alcançou o 4º lugar.



Sabemos que não é muito, mas foi o que conseguimos sobre a competição. Dificilmente ela será televisionada (se alguém souber de algum sinal que transmita esses jogos, nos informe), mas temos certeza de que veremos (veremos?) grandes jogos.