terça-feira, 15 de outubro de 2013

Jaboticabal Atlético - Um possível recomeço?

A Segunda Divisão está em sua reta final, e estamos aguardando a grande final, que envolverá os dois times de melhor campanha na competição; Matonense e Água Santa, que subiram junto de Tupã e Cotia. Ou seja, mais duas semanas de Segundona, e depois, atenções o brioso Sub-20 da categoria, além é claro, para os clubes que participarão (ou não) da próxima edição do certame. Tradicionalmente, a Segunda Divisão começa em meados de abril/maio, mas como ano que vem teremos Copa, não sabemos ao certo o que haverá. Colocando em miúdos, ainda há muito o que se olhar.

Indo nessa direção, fica difícil ignorar o Jaboticabal Atlético. Há um artigo aqui, feito no final do ano passado, que fala da demolição e tombamento do estádio do clube, o Dr. Robert Todd Locke. Resumindo a situação, o estádio foi a leilão, para que o clube arrecadasse verba para que pudesse pagar suas dívidas. Contudo, o processo do leilão não foi dos mais tranquilos, passando por idas e vindas, e até mesmo com um tombamento do estádio. Enquanto a situação permanecia indefinida, o Jaboticabal mandou seus jogos lá em 2012, e especulava-se que a equipe fizesse o mesmo em 2013. Contudo, o estádio foi demolido (especula-se que sob mando de Valdecir Garbim, que adquiriu o imóvel no leilão), o que inviabilizou a participação do Jotão em qualquer competição (já que mandar partidas nas cidades vizinhas fosse algo fora de cogitação para os padrões financeiros do clube). A vara civil da cidade emitiu uma liminar que impede o progresso da demolição do estádio, por julgar que o processo ainda não foi concluído. Enquanto isso, Garbim afirma que pode dispor do terreno como bem quiser, pois o comprou.

A meu ver, esse é o ponto capital; discute-se a demolição, não a posse. Quando o imóvel foi comprado, ele não ainda não tinha sido tombado. Não creio que alguém sem nenhum tipo de envolvimento algum com o clube compraria uma área do tipo  se houvesse um impedimento legal para o usufruto total do bem adquirido, incluindo a possibilidade de reformulação integral do espaço. Da parte do atual proprietário, há de se convir que foi muita imprudência ter demolido o estádio em meio à uma situação jurídica ainda não definida.

E no meio disso tudo, discute-se a possibilidade de reconstrução. Mas em meio a essa discussão, deve-se perguntar; quem vai pagar por isso? Em tese, a responsabilidade, seria do atual proprietário, que ignorou uma disposição legal. Contudo, creio que pode-se alegar que dispositivo que impedia modificações no local (o tombamento) não existia quando o imóvel foi adquirido (não sou advogado, não conheço muita coisa de leis, então, desculpem uma eventual pixotada. Caso algum jurista, ou quem quer que se interesse pelo assunto, queira se pronunciar, sinta-se a vontade). Do outro lado, caso o poder público mantenha sua posição, defendendo a reconstrução e o tombamento do estádio, acredito que deva haver algum tipo de ressarcimento ao lado prejudicado, se assim podemos dizer, e o mais provável é que esse dinheiro virá mesmo do município. Basicamente, a situação longe de ser resolvida.

Ainda assim, uma, uma nova diretoria foi eleita agora em outubro, afirmando que já estão fazendo contatos com possíveis patrocinadores e empresários do ramo, buscando angariar fundos para que o time retorne ao futebol profissional, mas só em 2015 (sobre as categorias de base, não há informações se haverão esforços para que sejam formadas ainda em 2014). Tudo muito legal, mas a pergunta que não quer calar é; onde o time vai jogar? Ninguém tocou nesse assunto ainda. Como já foi dito, o clube não disputou nada esse ano por conta disso, e por não crer ser viável mandar partidas nas cidades vizinhas. Outra opção seria a construção de um outro estádio, mas até o momento, nada foi dito sobre isso. A bem de verdade, isso só é uma especulação de minha parte, e olhando friamente para essa ideia, logo se vê que uma possibilidade remota, mas ainda assim, é uma possibilidade. Mas vai saber...

Nisso tudo, fico com uma sensação estranha ao escrever algo que se limite a um "só nos resta esperar". De fato, vai demorar até que algo conclusivo aconteça nessa história.