segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A "Anti-Torcida"


Uma coisa muito comum no futebol são as torcidas organizadas. São grupos de torcedores que se reúnem em um grupo com algum interesse em comum além do clube, o que explica o fato de existirem várias torcidas para apenas uma equipe, e por conta dessas diferenças que vão além do clube, muitos desses grupos são rivais, o que podemos dizer, no frigir dos ovos, não faz lá muito sentido, e isso ocorre em vários países. Mas indo para o comum, toda torcida organizada existe basicamente para apoiar o clube.

Porém, há uma exceção. Em nossas pesquisas extremamente alternativas, descobrimos o caso de uma torcida organizada que existe basicamente para torcer contra o time de sua cidade, trata-se do Heia Bortelaget, que existe unicamente para aporrinhar o Rosenborg em seu estádio, o Lerkendal. A "anti-torcida" foi fundada em 92, por estudantes de engenharia da cidade de Trondheim, sede do time. E foi nesse ano que o Rosenborg deu início a sua hegemonia na Noruega; graças a uma boa organização fora de campo, uma excelente geração de jogadores e o dinheiro ganho nas frequentes participações na Liga dos Campeões, o clube conquistou nada menos que 14 campeonatos nacionais consecutivos, isso sem falar em Copas e participações de destaque em competições internacionais.

Nesse período, o Heia Bortelaget acompanhou o crescimento do clube; já são cerca de 2,600 membros. Pode não parecer muito, mas estamos falando de um grupo que torce contra o maior clube da cidade, e que por muito tempo, foi o maior do país. E fazem isso sem ter preferência por outro clube, tanto que escolheram o rosa como símbolo da organização, isso por quê nenhum clube do país usa essa cor. Além disso, em caso de vitória do time visitante, a torcida premia o capitão da equipe adversária com um troféu. O mesmo se dá com o juiz que toma decisões desfavoráveis ao Rosenborg, e no troféu do juiz há a inscrição "Obrigado por ter coragem aqui no Lerkendal", afinal, na visão do Heia Bortelaget, marcar um pênalti contra o time da casa é um momento, e momentos raros devem ser lembrados de maneira especial. A torcida canta muito, sejam músicas próprias, sejam músicas das torcidas visitantes, que levam certo tempo para serem aprendidas, isso quando são (mas se essa é a dinâmica, podemos deduzir que o Heia possui um grande repertório).

Eles têm tudo para serem odiados pelos torcedores do Rosenborg, mas não é o que acontece. Os torcedores os vêm de maneira bem humorada, e que agregam algo para o folclore da equipe. De fato, torcer contra o Rosenborg é sinônimo de sofrimento. Por exemplo, entre 94 e 98, nenhum troféu foi entregue a capitães adversários, e além disso, o clube norueguês chegou a eliminar o Milan da Liga dos Campeões em pleno San Siro. Seja como for, podemos dizer que os torcedores do Rosenborg estão mais do que certos, pois o Heia Bortelaget não contribui apenas para o folclore do futebol norueguês, mas para o folclore futebolístico mundial.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Jabaquara


Era consenso; esperava-se mais do Jabuca em 2011. Uma eliminação na 1ª fase, atrás de um rival regional (Guarujá), que acabava de voltar ao profissionalismo, definitivamente não fazia parte dos planos de diretoria e torcida. Assim como não estavam nos planos eliminações precoces em 2010, 2009, 2008, 2007...Há um bom tempo o Jabaquara não apresenta um bom desempenho na Segundona, o que normalmente, não traria boas expectativas para esse ano.

Mas a esperança é a última que morre, e pelo menos esportivamente, pode-se ver sinais de que algo diferente pode acontecer esse ano. A preparação já começou no último dia 24, sob o comando de Paulinho Kobayashi. Além disso, muito da base virá do time vice-campeão do Paulista sub-20 da Segunda Divisão do ano passado. Administrativamente, porém, o negócio é outro. Fazemos esta afirmação partindo do princípio que se o clube não foi bem nos últimos anos, a tem sua parcela de responsabilidade, e mesmo com a chance de algo promissor acontecer, se não há competência e seriedade por trás, tudo irá por água a baixo (e antes que alguém pense que isso foi uma anedota que partiu do princípio de que o clube é de Santos, dizemos que não, não foi. Não é engraçada, ou infame, o bastante, para ser feita voluntariamente pela nossa equipe).

Resumindo; o Jabaquara é uma incógnita. A única certeza é de que o Jabuca chegou onde chegou no passado pela força da paixão de seus torcedores. Hoje, o clube chegou onde chegou justamente pela falta de apoio da cidade, e com a falta de competência de dirigentes. Com certeza, um dos clubes fundadores da FPF merece mais que isso...

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Portuguesa Santista


Definitivamente, 2011 foi um ano frustrante para a Briosa. A equipe somou 64 pontos nas 4 fases da competição, atrás apenas do promovido Capivariano, mas não ficou com o acesso. Ainda havia a esperança de que o tão sonhado acesso viria nos tribunais, isso por quê a Portuguesa entrou com recurso contra o Barretos (entenda-se, na partida entre Barretos e Olímpia, o Barretos colocou o atleta Elvis em campo, que estava com o contrato irregular; o contrato venceu um dia antes do jogo. O Barretos alegou que foi um erro de digitação, pois o contrato devia vencer no mês seguinte), mas o STJD e a FPF deram ganho de causa ao clube do interior, e a Portuguesa jogará a Segundona em 2012.

A Briosa está em uma situação financeira, e sofreu muito com administrações incompetentes. Em novembro passado, o clube elegeu um novo presidente, José Ciaglia, e como todo presidente, prometeu fazer a Portuguesa voltar à elite. Mas afinal de contas, que presidente não prometeria isso no dia em que assume? Mas ao que parece, a torcida deposita confiança em Ciaglia, pois quando fazia parte da diretoria, a Briosa teve seus últimos brilhos (3º lugar no Paulistão de 2003 e participação na Copa do Brasil no ano seguinte). Além disso, a parceria com a Vieira Sports será mantida.

Mas nem tudo são flores em Santos. A diretoria resolveu esperar o resultado do julgamento para montar o time, pois dependendo do resultado, teria de montar ou uma equipe padrão A3 ou uma B1 (lembrando que a 4ª Divisão possui limite de idade para os atletas; apenas 3 por jogo podem ter idade acima de 23 anos.). E até o momento, não sabemos quem é o treinador do clube. Ano passado, o último foi Evaristo Piza, mas ao que tudo indica, não permanecerá em 2012. Isso com certeza vai atrapalhar a preparação da equipe.

No meio dessas incertezas, um ponto já está definido; a aposta da equipe será na base. As categorias de base eram geridas por uma empresa autônoma, mas a Portuguesa está disposta entrar em um acordo para voltar a gerir as categorias de base, cujo objetivo não é ser campeão, mas sim revelar jogadores, que possam trazer benefícios esportivos, e sobretudo, financeiros, para a Briosa. De todo o jeito, estamos no aguardo, e qualquer notícia nova, colocaremos nos comentários do post. Até breve.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - União Mogi


Em 2011, o União não fez campanha boa, frustrando as expectativas de sua torcida e de sua diretoria, que pelo menos num primeiro momento, possuíam grandes planos. O que se viu foi um time com desconexo, que teve cerca de 3 treinadores diferentes, e conquistou apenas 2 vitórias e 2 empates em 14 jogos, marcando 13 gols e sofrendo 28. A campanha foi tão abaixo do esperado que culminaram em mudanças na presidência do clube, saindo Cícero Buark e entrando Alberto Claro.

Com o 2011 perdido, já começou-se a planejar o 2012, tanto que já em agosto foi definido o treinador da equipe, Alexandre Gaia, que chegou junto com uma nova parceria (Fusa Sports) com o clube. Quando tudo parecia que ia se encaminhar bem, as coisas não se revelaram tão fáceis, pois a preparação que devia começar no final de novembro e começo de dezembro foi adiada para janeiro. Além disso, havia uma pendenga administrativa, pois a diretoria do União deixou o controle da categoria profissional com a empresa já mencionada e a base ficou com outra parceira. Mas isso não era muita coisa perto da notícia de que a parceria ia acabar antes mesmo de começar, o que deixa o União sem jogadores, sem treinador e com uma multa contratual de rescisão. Muito disso foi motivado pelo fato dos dirigentes do União terem encontrado cerca de 188 processos judiciais contra Antônio Carlos, mandatário da Fusa. Por sua vez, Carlos alega que esses processos são contra pessoas homônimas, e que não possui nenhum problema com a Justiça.

Seja como for, o União procura um novo investidor para poder disputar o campeonato, coisa que a diretoria garante que ocorrerá, mesmo que para isso tenham de se manter de maneira autônoma, o que até mesmo na diretoria, gera a crença de que a equipe não disputará o acesso, isso se a equipe disputar a Segundona.

Com tantas polêmicas, é mais do que óbvio que a torcida está insatisfeita, e tal insatisfação chegou ao ponto da ação; já foi feita uma reunião entre torcedores e dirigentes, propondo a mudança no estatuto do clube, visando incluir o direito a voto de sócios - torcedores e sócios - contribuintes, com o argumento de que tal medida tornaria o clube mais democrático. Uma comissão para a elaboração do estatuto foi formada em 2010, mas ao que tudo indica, a mudança estatutária ocorrerá. Mas de todo o jeito, é bom esperar. A torcida está em cima, cobrando, enquanto a SAU (Sociedade Amigos do Mogi, entidade criada por torcedores do clube visando trabalhar de maneira autônoma pelo clube) está trabalhando na construção do CT do clube, que deve ter sua primeira etapa concluída em 07/09/12, dia do aniversário de 99 anos do clube.

De todo o jeito, esperamos que o União dispute o campeonato, afinal, é uma equipe quase centenária, muito tradicional, que está passando por um mau momento. Mas se conseguir montar um time, a sorte deverá caminhar de mãos dadas com o clube, pois os atletas terão de superar a falta de entrosamento (para ficar em apenas um obstáculo), e há o fato de que outras equipes já começaram a se preparar. Se todos os projetos que os torcedores se concretizarem, poderemos ver um clube forte. Até lá, não temos certeza do que veremos...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Imperador do Migué

Esse é um texto que faz parte do projeto em parceria que estamos tocando com a Sal Produções. Em breve, haverá um site, mas enquanto este não fica pronto, será usado um blog, onde colocaremos conteúdo. Sobre o post em si, lendo apenas o título, é possível imaginar que falaremos do Adriano. Não, ainda que o título se encaixe perfeitamente nele, não é sobre o jogador do Corinthians que falaremos. O alvo desse post é um jogador clássico, que ficou famoso justamente por não jogar; Carlos Kaiser, que viveu cerca de 20 anos no universo do futebol com apenas uma arma; sua lábia. Aí vai o link; http://www.salproducoes.com.br/site/?p=235 . Em breve, mais novidades.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Grêmio Prudente


Como todos sabem, o Grêmio Prudente voltou a sua cidade natal, Barueri, depois de uma série de episódios polêmicos, e disputará o a Série A2 do Paulista e a Série B do Brasileiro. Mas a cidade de Presidente Prudente não ficará a ver navios, e terá um novo representante no futebol profissional; o Grêmio Prudente. Sim, sabemos, o nome é igual, e o escudo é bem parecido, mas foi com a intenção de usar os vínculos já estabelecidos. Não foram muitos, é verdade, mas isso não quer dizer necessariamente que são fracos. O objetivo é representar a cidade com o mesmo brilho que equipes como a Prudentina e o Corinthians tiveram em seus melhores anos. Depois desses clubes terem deixado o profissionalismo, a cidade nunca mais teve um representante de impacto; foram 6 nos últimos 10 anos. O clube usará da vaga do antigo Oeste Paulista, campeão da Segundona em 2007 (e sobre a qualidade do distintivo, foi o melhor que pudemos encontrar).


Como é um clube novo, começará da base da pirâmide; a Série B Paulista. Mas ao contrário de outros clubes que voltam para primeiro ver como é a disputa, para no ano seguinte buscarem algo mais, o objetivo do Grêmio é claro; acesso. E o clube contará com o apoio de muitas empresas e da prefeitura da cidade, que usará da lei do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), visando angariar ainda mais apoio. Além disso, já foi apresentado um plano de sócio-torcedor.

O elenco já foi apresentado, e será comandado pelo treinado Jorge Saran, com passagem pelo Noroeste de Bauru. Outro que tocará o projeto será Adriano Gerlin, que era dirigente e jogador no antigo Oeste Paulista. Gerlin, com 37 anos, voltará a jogar, e já está treinando com o elenco principal. Outro que tinha parte no projeto era o também prudentino Antonio Carlos. Não se sabe se ele continuará de maneira oficial na equipe, pois assumiu o comando técnico do Audax-SP, mas de todo o jeito, ele mantêm o apoio. As expectativas são boas, pois o clube começou a se planejar cedo, e contará com boa infra-estrutura e muito apoio financeiro. Porém, isso não basta para a Segundona, ajuda, e muito, mas não basta. O time têm de conquistar o cidadão prudentino, ainda receoso com a recente trajetória do futebol profissional da cidade, e a cobrança será alta, muito maior do que a que seus concorrentes terão. Resumindo, são obstáculos perigosos, mas contornáveis, e veremos se o novo Grêmio Prudente conseguirá superá-los...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Desprestensão...

No mundo do futebol, existem algumas coisas que se não são estabelecidas, fazem parte do senso comum, pelo menos. Algumas delas são os requisitos para a fundação de um clube. São necessários uma série de patrimônios, materias e imaterias. Entre os materias, podemos colocar o espaço próprio, no caso, uma sede administrativa, um ponto de encontro para as pessoas envolvidas com o clube, nem que for uma casa, um puxadinho serve. Tão, ou até mais importante que a sede, é o campo em si, afinal, se não fosse isso, onde o time jogaria? Entre os patrimônios materias, podemos colocar o material para o jogo; uniformes, caneleiras, luvas, bolas, o básico. Quanto aos imateriais, todo o clube tem um distintivo. Alguns, não bastando 1, possuem 2. Mas 1 é suficiente. Além disso, cores próprias, que possam tornar o clube notável, diferenciável, e elas podem ser tanto as cores da localidade do clube, ou uma homenagem a sabe-se lá ao que, de lugar distante à figura célebre do cenário do momento. Ah, e claro, o hino. Ah, o hino, música que serve para enaltecer o clube. Na maioria dos casos, o hino é composto ao mesmo tempo que o clube é fundado, mas existem excessões.

Por exemplo, todos os clubes do Rio possuiam hinos próprios, bem formas e coisa e tal. Um belo dia, a pedido das rádios da cidade, o compositor Lamartine Babo escreveu o hino de todos os clubes do Rio que estavam na 1ª Divisão. As músicas que Lamartine Babo escreveu ficaram tão populares que acabaram por ser reconheçidas como o hino dos clubes, não de maneira oficial, pra variar, o que é estranho, pois até a diretoria dos clubes os aceitam. Eventualmente, alguns são modificados, como o do Botafogo, que depois de uma briga com o Fluminense, foi reconheçido campeão carioca de 1907, o que forçou a mudança na letra (que de “Campeão desde 1910” ficou “Campeão de 1907”, o que fez com que a rima se perdesse). Mas existem os mais radicais, como a Portuguesa. A Portguesa sempre teve a fama de time simpático, querido pelos paulistanos, e isso se refletia em seu hino, de clima bem amistoso. A diretoria da Lusa, querendo dar uma levantada no brio de jogadores e torcedores, encubiu um ilustre torcedor, no caso Roberto Leal, a escrever algo que tivesse espírito combativo. Leal assumiu a missão, e podemos dizer que cumpriu com louvor, pois o novo hino teve uma aceitação bacana, mas não substituiu o antigo, pelo menos não para os torcedores.

Mas quando alguém escreve uma música para o clube sem a intenção dela se tornar um hino? É o caso de Antonello Venditti, torcedor da AS Roma. Pra começo de conversa, quem é Antonello Venditti? É um cantor e compositor italiano, muito popular por lá, que ao longo da carreira demonstrou preocupação com causas socias. Mas nos países que não falam italiano, ele é mais conhecido por sua obra “musical futebolística”, ou melhor, obras, mais especificamente, duas; “Roma, Roma, Roma” e “Grazie Roma”.

Ele compôs as duas no mesmo momento; quando a Roma ganha seu segundo título nacional, depois de um jejum de 40 anos. Ele só escreveu para extravassar, para comemorar. Mas as músicas fizeram muito sucesso, até mesmo fora da capital, o que á algo notável se considerarmos o forte regionalismo italiano. A primeira tornou-se o hino oficial do clube, sendo tocada antes de todo o jogo. A segunda é uma espécie de “2º hino”, sendo tocado no estádio toda vez que a Roma vence.

Cremos que a chave do sucesso das canções é o grau de emotivadade que carregam. Como já salientamos, foram 40 anos sem ganhar o campeonato nacional. Pra não dizer que nesse meio tempo a Roma não ganhou nada, foram 4 Copas da Itália, o que podemos dizer que é pouco. O grau de emoção nas músicas é surpreendente, sendo que muitos podem achar piegas (a própria palavra é brega e piegas, mas não conseguimos pensar em outra melhor), e ainde que exalte alguma grandeza, fundamentalmente é o retrato do sentimento de um torcedor pelo clube, coisa que só poderia ser obtida com a “não-intenção” de escrever a música como um hino formal. Seja como for gostamos da ideia, e a incentivamos, somente para os outros, pois não temos nenhuma vocação musical...

Para quem quiser ver, colocaremos alguns links aqui. Não encontramos muitas traduções, então pegamos emprestado as do Cifra Club, do Terra. Não somos os maiores conhecedores de italiano do mundo, mas cremos que estão boas. Seja como for, aí vão;


Roma, Roma, Roma http://letras.terra.com.br/antonello-venditti/41692/traducao.html

Grazie Roma http://letras.terra.com.br/antonello-venditti/578120/traducao.html


Cremos ser uma boa colocar algo da torcida cantando isso, então aí vai;

http://www.youtube.com/watch?v=KRFs3vuqopM

http://www.youtube.com/watch?v=9i6F1YHYbSg&feature=related

domingo, 15 de janeiro de 2012

Segunda Divisão Paulista 2012 - Primavera




Ano vai, ano vem, e o Primavera está lá, firme e forte para mais uma tentativa de acesso para a A3. O Fantasma da Noroeste sempre ensaia algo grandioso, e quando todos pensam que agora vai, acaba não indo. Mas esse ano, algo estranho está acontecendo em Indaiatuba, ou melhor, não está acontecendo.

Depois de ficar na 1ª fase no ano passado, uma revolução se fazia necessária. Foram dados alguns passos, mas momentos críticos merecem atitudes críticas, e os torcedores estão esperando passos nesse direção. Não estamos dizendo que eles não serão dados, mas que até o momento, não muita coisa foi feita. No final do ano passado, o técnico Ivo Secchi foi contratado, mas para exercer a função de diretor técnico. Secchi tem passagem pela equipe, não de muito brilho, mas nem de longe ruim.




Porém, até o momento, nada demais aconteceu. O clube ainda não fechou com um técnico, o elenco está sendo montado, houveram mudanças na diretoria e não se sabe se a parceria com o Racing Santander continuará. Essa parceria é um capítulo à parte; ela veio para colocar o Primavera entre as melhores equipes do estado, mas até o momento, não é o que foi visto. E os torcedores ainda reclamam da falta de apoio da cidade para com o clube.

Resumindo; o Primavera não está em seu melhor momento, e olhando pro quadro atual, não há mostras de que isso pode melhorar. Mas o que mais se vê são campanhas de superação, e temos certeza de que a torcida do Fantasma trabalhará nessa direção.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Paralelos

Muito se está investindo para a Copa do Mundo de 2014, até demais, podemos dizer. E a maioria dos investimentos está sendo feita de maneira desconexa, ou se houver alguma lógica, ela deve servira para interesses bem distantes dos nossos.

Faremos um paralelo com um caso bem parecido; o de Portugal. Os lusos sediaram a Euro 2004, fizeram importantes investimentos em infra-estrutura, que ficarão, mas também construiram estádios enormes em localidades sem lá muita tradição futebolística. Esse é o caso de Leiria, que conta com o União de Leiria, equipe simpática, mas que não bate de frente com os gigantes do país, uma equipe sem grandes pretensões, além de representar bem sua comunidade.

Pois bem, a equipe mandava suas partidas no aprazível estádio Dr. Magalhães Pessoa, de propriedade do Estado, que especialmente para a Euro, foi reformado, tornando-se uma arena multiuso com capacidade para 30,000 pessoas, numa cidade com população cerca de 125,000 habitantes. Só que há um problema; o aluguel. O estádio é administrado pela Leirisport, empresa da cidade que possuia um contrato com o União, para a utilização do estádio. "Possuia", como o aluguel era muito caro, houveram uma série de brigas, que quase culminaram na mudança de cidade do clube. Pra ser mais exato, foi o que aconteceu; o União foi para Marinha Grande, o que não foi muito sentido, pois é uma cidade vizinha. Lá mandará seus jogos no Estádio Municipal, com capacidade para 10,000 pessoas. Isso reduziu, e muito, as despesas do clube, mas reduziu também sua média de público, que já não era das mais altas, aproximadamente 2,407, tenderá a cair um pouco. Sobre o estádio Dr. Magalhães Pessoa, já existem projetos na prefeitura de Leiria para colocá-lo em leilão por 63 milhões de euro, pois é um peso para a cidade.

Todos esses problemas ocorreram devido a investimentos sem planejamento, e pensamos, por quê o mesmo não pode ocorrer com o Brasil? De fato, pode ocorrer, mas se houver mobilização antes, durante, e depois da Copa, isso não ocorrerá...e esperamos que haja mobilização

domingo, 8 de janeiro de 2012

La Cantera

Esse é o nome da política do Athletic Bilbao, de apenas recrutar jogadores bascos. Não vamos entrar em mais detalhes sobre isso, afinal, já é mais do que sabido que é um meio de afirmação cultural basca na Espanha, um país cheio de nacionalidades. Até aí tudo certo. Mas parando para pensar, sempre surge aquele raciocínio; "até quando isso vai durar". Não, não viemos aqui falar que o Athletic vai contratar estrangeiros, como faz o seu rival Real Sociedad a aproximadamente 30 anos, o que é algo bem recente, diga-se de passagem.

Esse raciocínio sempre vêm quando ocorrem alguns eventos. Foi assim quando o clube ficou um bom tempo na seca, que ainda dura, já que o clube não conquistou nenhum título desde 84, com a Lei Bosman, que quebraria várias barreiras contratuais, tornando mais fácil (até demais para alguns, ou apenas o necessário para outros), a movimentação de atletas, também quando decidiu-se adotar patrocínios na camisa (vale lembrar que além do Athletic, apenas o Barcelona não usava patrocínio).

Recentemente, um jogador negro, Jonas Ramalho, estreiou pelo time. Não que a diretoria do Athletic seja racista, mas com a política da cantera, era uma consequência esperada, assim como não ver muitos atletas negros no Chivas Guadalajara, que só aceita jogadores mexicanos. Ramalho é filho de mãe basca e pai angolano, logo, cumpre os requisitos para ser um atleta do clube, por ter sangue basco e ter sido criado segundo os padrões culturais. Caso de Fernando Amorebieta, filho de bascos, mas nascido na Venezuela, mesmo caso de José Vicente Biurrun, que nasceu em São Paulo.

O País Basco é uma região com cerca de 3 milhões de habitantes, e com um baixo indíce de natalidade. A diretoria do clube estuda criar escolas pela América Latina, já que países como Argentina, Bolívia e Chile. Além disso, o clube fez uma série de parcerias com clubes de menor porte da região, que dão preferência ao Athletic em negociações. O rival Real Sociedad, e o Osasuña, que é de Navarra, que discute-se se é uma zona de influência basca, também são fontes de atletas, ainda que de maneira não lá muito amigável entre os clubes.

O técnico, Marcelo Bielsa, foi escolhido a dedo justamente por isso, por saber fazer um trabalho de base. É consenso que entre ter milhões para contratar vários atletas, ou ter um eficiente centro de formação de atletas, a maioria prefere a segunda opção. Mas o caso do Athletic Bilbao é singular, mas a abertura total ainda não é esperada, sequer cogitada. Conforme dizem os próprios torcedores, enquanto existir torcida e cantera, a importação não será necessária. Não seremos alarmistas em falar que a atual política da cantera irá acabar, mas sim de prestar atenção no processo, pois como tudo na vida, nada é imutável...

sábado, 7 de janeiro de 2012

Parceria

Aqui estamos para anunciar que estamos com uma parceria com a Sal Produções. Quem quiser mais informações, é só entrar no site http://www.salproducoes.com.br. O primeiro passo dessa parceria é a matéria http://www.salproducoes.com.br/site/?p=207, escrita pela gente. Mais informações dessa parceria ainda estão por vir, mas podemos adiantar que será uma expansão desse trabalho que estamos realizando por quase 2 anos, e com 500 postagens, coisa que não esperávamos realizar. Seja como for, desejem-nos sorte, e até a próxima...

Guia da Segunda Divisão Paulista 2012 - Votuporanguense



A Votuporanguense sempre é apontada como uma das favoritas ao acesso, e nesse ano não será diferente. Contando com apoio massivo da cidade e com mais dinheiro que a média, o clube está bem cotado para 2012, mas menos do que nos anos anteriores.

Em 2011, a equipe era cotada como uma das favoritas, não só ao acesso, mas ao título, e ainda que não tenha repetido a campanha de 2010, foi consistente, principalmente nas 2ª primeiras fases, quando a equipe conquistou 8 vitórias, 6 empates e 4 derrotas, marcando 28 gols e levando apenas 10. Porém, nas 2 fases seguintes, o desempenho caiu de maneira drástica; 5 vitórias, 2 empates e 5 derrotas, marcando 18 gols e sofrendo 24.

Tudo por uma questão de tranquilidade. Ano passado, na fase final do torneio, quando o acesso era algo palpável, por razões de desgaste, o técnico Polozzi e vários jogadores deixaram a equipe. Além disso, apesar do aporte de dinheiro, a equipe atrasou pagamentos por um momento. Resumindo, há potencial para vôos maiores, mas para isso, deve-se ter paciência, coisa que os dirigentes de Votuporanga não têm mostrado, o que têm causado certa apreensão na torcida, que pelo menos num primeiro momento, não aprova a contratação do técnico China, que comandou em 2011 o Fernandópolis, maior rival do CAV. Apesar desses contras, como já dissemos, o clube conta com uma média de público de cerca de 2,000 pagantes por jogo, muito acima dos demais clubes, e a base que foi longe ano passado será mantida. Sobre categorias juvenis, não podemos falar muito, pois o clube não participou de nenhum campeonato da categoria. E o CAV possui planos ambiciosos; foram destinados R$5 milhões para uma expansão do estádio Plínio Marim, para um dia, o estádio possuir 16,000 lugares, mais uma sede e CT, com orçamento previsto de R$30 milhões. Mas são planos distantes, mas não nos lembramos de ouvir planos que usassem tanto.

Seja como for, o Votuporanguense conseguiu chegar longe nesses 2 anos que competiu na Série B, mas no final, tropeça nas próprias pernas, coisa que a torcida espera que não aconteça esse ano...

domingo, 1 de janeiro de 2012

Guia da Segunda Divisão Paulista - Palestra de São Bernardo...e Feliz 2012



Ano novo, vida nova, e o futebol vai voltar, logo, veremos a nova edição da maior competição do Brasil; a Segunda Divisão Paulista. E com ela, o já tradicional Guia da Competição. Ano passado, conseguimos tratar de quase todos os clubes (com exceção dos clubes-empresas). Pra começar, abordaremos o Palestra de São Bernardo.

Tradicional equipe do ABC Paulista, o Palestra espera 2012 seja muito, mas muito melhor mesmo, que 2011. No ano passado, a equipe fez uma campanha pífia, sendo o saco de pancadas do seu grupo, conquistando apenas 4 pontos em 14 jogos, e ficaria em último, se o Nacional não tivesse perdido 3 pontos por uma punição. Um indício de uma leva melhora foi visto no Paulista sub-20 da 2ª Divisão, quando o clube passou da 1ª fase, mas foi eliminado pelo maior rival, o EC São Bernardo. Mas deve-se ressaltar que a campanha do sub-20 foi muito mais de superação e vontade do que por qualidade técnica, e que essa competição é bem mais curta que a Segundona. Assim sendo, o clube teve muito tempo para se preparar, tanto que ainda em agosto passado passou a realizar peneiras, visando montar categorias sub-20, sub-17 e sub-15.

Mas de um ano que pouco prometia, o Palestra agora atrai muitas expectativas. O clube firmou uma parceria com o Brescia, da Itália. A diretoria ainda não especificou os detalhes dessa parceria, mas o que sabe até o momento é de que ela prevê um intercâmbio de atletas. Além disso, o clube pretende construir um CT no bairro em que está situado, o Ferrazópolis. Esportivamente, o clube participou de um torneio de pré-temporada, em Camanducaia-MG. As outras equipes eram o Real Madrid de Ibertioga-MG, o Pouso Alegre, além da Seleção de Camanducaia. A intenção, além de se preparar, era pescar algum reforço. O time profissional foi eliminado nas semi-finais do torneio, enquanto o sub-20 chegou na final, se foi campeão ou não, não sabemos, por quê a informação parece ser inexistente. Seja como for, o diretor técnico Flávio Alves e o técnico Daniel Vieira. Vieira é jovem, possui cerca de 30, e chegou a defender as categorias de base do Palestra, assim como também defendeu o rival EC São Bernardo, porém, não jogou muito tempo, devido a uma lesão crônica, que o fez se preparar para ser treinador. O treinador chegou no Palestra em 2010, e em 2011 assumiu o cargo após a saída de Lombardi Jr e Gersinho Leite, fato que o próprio Vieira admite ter colaborado para a péssima campanha.

Mas como já dissemos, são planos, e até o momento, não existem maiores informações dessa parceria com o Brescia. Além disso, muito pode estar sendo feito no esportivo, mas não estamos vendo muita coisa direcionada ao torcedor e ao morador de São Bernardo. Vale lembrar que em uma pesquisa passada, foi apontado que no ABC, o Palestra só possui menos torcedores e simpatizantes que o Santo André. Logo, potencial não falta. Agora é mobilizá-lo, para alcançar o acesso para a A3...