sexta-feira, 28 de junho de 2013

Camisas - União de Tambaú

Pois é, fazia tempo que não escrevia. Com tanta coisa acontecendo, fica difícil parar um pouco, algo necessário, diga-se de passagem, para dar uma matutada. Seja como for, estou pensando um artigo, uns balanços e algumas perspectivas sobre a Segunda Divisão, que farei o possível e o impossível para não protelar, como o que se viu naquele sobre a A2.

Dito isso, voltemos à rotina por aqui. Consegui pegar umas camisas faz um tempo, e essa é uma das mais especiais, e enigmáticas, diga-se, e explico isso depois.


Quem está acompanhando as divisões de acesso paulista a pouco tempo, provavelmente não conhece esse clube; trata-se do EC União, de Tambaú. Apesar de ter relativamente poucas participações nos campeonatos organizados pela FPF (13 no total, de maneira ininterrupta entre 77 e 88), é um clube muito tradicional, sendo um dos poucos que são centenários. Aqui, merece um capítulo à parte; em 2010, muito se falava no centenário do Corinthians, além é claro do Noroeste. Contudo, foram poucos os que se lembraram do União (da minha parte, sequer sabia). Quem quisesse fazer piadas clubistas, bastava dizer que tanto o Norusca como o União tinham estádio próprio (não é o caso aqui, pois afinal de contas, o SCCP possuí o Alfredo Schürig, a popular Fazendinha. A capacidade é razoável -18 mil pessoas - o que não faz jus ao tamanho da agremiação. Fundado em 25/09/1910, numa reunião no prédio do jornal "O Tambaú", sempre mandou seus jogos no simpático Alfeu Cerquetani, com capacidade aproximada para 6 mil viventes. Uma curiosidade é que o estádio fica muito, mas muito próximo mesmo (pra ser mais exato, na mesma rua) do estádio do rival EC Operário, o Alfredo Guedes.


Sobre a camisa, eu não sei se ela é um modelo de jogo. Não consegui determinar o período em que a camisa foi feita, e chuto no final dos 80 e começo dos 90. Peço que quem chegou a acompanhar a equipe, diga se o clube chegou a usar esse modelo.

No mais, fico por aqui. Em breve (pelo menos assim o espero) haverá algo novo por aqui. Até lá

terça-feira, 18 de junho de 2013

Sobre Libertadores (competições Sudacas em geral), Altitude e Colonização Espanhola

Entra ano, saí ano, começa/acaba uma Libertadores (ou Sul-Americana), e sempre, em algum momento, teremos essa discussão; a de jogar na altitude. Isso sempre foi discutido, mas desde que o Brasil perdeu para a Bolívia em La Paz, pelas Eliminatórias para a Copa de 94, o assunto ganhou força. De fato, é complicado jogar lá. Aliás, é complicado fazer uma porção de coisas a mais de 2,000 metros de altura. Todos, de jornalistas à especialistas de mesa de bar, discorrem sobre o tema. Mas nunca vi uma indagação sequer à razão original de tudo; por quê cazzo alguém resolveu construir cidades em locais de tão difícil acesso? Isso não vai alterar muita coisa na organização da Conmembol, nem fará com que o Real Potosí desça até Santa Cruz de la Sierra para mandar suas partidas continentais ao nível do mar, mas de todo jeito, julgo ser interessante saber.

Para começo de conversa, quando os espanhóis chegaram aqui, em 1492, o país passava por um momento complicado; os mouros, povo de cultura influenciada pelo islã acabava de ser expulso da Espanha, e os reis católicos teriam que lidar com uma região com uma influência muçulmana. Desafio em tanto. Enquanto isso, Colombo chegava no pedaço de terra que viria a ser conhecido como América (mas que o próprio acreditou ser a Índia). A Coroa Espanhola, procurando expandir seus domínios, além de cumprir sua missão como um reinado cristão, espalhando a fé católica pelo mundo, decide fazer das novas possessões uma extensão do que vivia na Europa.

As autoridades reais não só recomendavam, mas praticamente obrigavam que todas as cidades fossem construídas em lugares de difícil acesso em uma invasão, e cujo o clima fosse o mais parecido possível ao conhecido no Velho Mundo. A América deveria ser uma espécie de Nova Espanha, fortalecendo o nacionalismo, que era muito incipiente à época, especialmente na Espanha, que havia pouco tempo era uma região dividida entre duas forças antagônicas. Isso explica, indiretamente, o planejamento dessas cidades. A Coroa tudo regulava, e mandou diretrizes bem específicas para os colonos, que iam da localização da praça central, passando pelo ângulo que as vias deveriam sair dessa praça, até mesmo à largura das ruas, entre outras coisas. A intenção desses atos, e de muitos outros, é que o poder real se fizesse presente em um local distante, se auto afirmando em um momento que a afirmação do "ser" espanhol era extremamente importante, dado que ainda havia muita influência dos mouros entre os súditos oriundos do sul do país. Para efeito de comparação, no caso da presença portuguesa na América, a influência foi bem diversa. Desde o primeiro momento, Portugal procurava apenas lucrar, e mandou para a América pessoas que teriam chance de trazer um retorno para a Coroa Lusitana. Esses primeiros colonos tinham como objetivo tão somente lucrar, e quando fosse possível, retornar para Europa. Assim sendo, o governo só trabalhou na regulamentação do campo monetário. Cabe salientar que ao contrário da Espanha, Portugal havia consolidado seu território e uma cultura relativamente homogênea pelo menos um século antes da chegada na América, logo, a noção do "português" estava bem mais sedimentada. Na arquitetura, basta comparar alguma das primeiras cidades brasileiras, como Ouro Preto, com o centro antigo de Lima, por exemplo. Na cidade brasileira, não houve nenhuma tentativa de terraplanagem, as ruas são sinuosas, e as casas estão dispostas de qualquer maneira, conforme o gosto dos moradores. No caso espanhol, o fenômeno inverso se aplica; tudo é plano, as casas estão alinhadas e as ruas estão em ângulos retos. Sem querer fazer um juízo de valores, não houve plano melhor e plano pior, por mais que possa parecer que isso tenha sido levantado. Ambas as propostas permitiram que os europeus se fixassem por aqui, e alcançassem seus objetivos imediatos. Para todos os efeitos, a ambição da "Nova Espanha" se esvaiu com o passar do tempo, dado uma série de circunstâncias.

Seja como for, se olharmos para as primeiras cidades construídas, praticamente todas seguem esse roteiro. Abaixo da Linha do Equador, os lugares que tinham o clima mais parecido com o europeu são os que estão à milhares de metros acima do nível do mar. A primeira foi a Cidade do México, que passou formalmente para o domínio espanhol em 1521 (antes disso, era a capital asteca, Tenochtitlan), que está nos 2,241 metros. Outros exemplos dizem respeito a Quito (fundada em 1534, tem lá os seus 2,850 metros), Bogotá (fundada em 1538, fica 2, 625 mais perto das estrelas que as demais cidades do mundo - conforme o próprio motto da cidade) e La Paz (fundada em 1548, a 3,640 metros acima do nível do mar). Isso por quê falamos de capitais. No caso das bolivianas Potosí e Oruro, fundadas em 1545 e 1606, e que ficam a 4, 067 e 3, 706, respectivamente, estas foram centros de mineração, de onde a Coroa Espanhola tirou sabe-se  lá quantas toneladas de minérios, sobretudo de prata. Outras cidades fundadas ainda no século XVI, como Tegucigalpa (capital de Honduras), estão à poucos metros acima do nível do mar, mas no período, eram de difícil acesso, rodeadas por uma mata nativa que até meados do séc. XX permanecia pouco alterada.

A única exceção é Lima, no Peru, que fica no litoral, mas vale dizer que Lima só foi colocada como sede por um fator imprevisto. Os espanhóis tinham escolhido Jauja, que fica a 3, 300 metros acima do nível do mar, como sede. Contudo, os cavalos que trouxeram não conseguiram se adaptar ao local. Vale lembrar que no processo de conquista, o cavalo era uma peça muito importante, pois os nativos acreditavam que cavalo e cavaleiro eram uma única criatura, o que dava uma vantagem psicológica muito grande aos espanhóis. Vantagem tão grande e tão importante que os levaram a mudar os planos, indo para um lugar que contrariava suas diretrizes originais.

Finalizando, é algo interessante de se saber, nada mais. Pretendia fazer algo mais nessa semana, e possivelmente o farei, mas acompanharei, e tentarei participar, das manifestações por aqui. Se tiver chance, vá pra rua. Até lá.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Mais considerações

Faz tempo, eu sei, desde que prometi que teceria mais alguns comentários sobre a A2 e a A3 do Paulista. Faltou tempo, e não minto, faltou saco pra tal empreitada. Passada a tribulação, e recuperado o ânimo para apreciar isso aqui, vamos aos finalmentes, mas começando de um outro jeito.

Faz certo tempo que a A3 acabou, com o título merecido do São Bento, que voltará para a A2 esperando reeditar seu passado de glórias, quando Sorocaba era uma rota praticamente obrigatória no planejamento de viagens para a A1. Sendo derrotado em apenas 4 dos 25 jogos da competição (somando os 19 da 1ª fase com os 6 da 2ª), o clube prezou pela regularidade. Pra ser mais exato, dos 4 que subiram, 3 ocuparam as 4 primeiras posições na 1ª fase; o próprio São Bento, Batatais (3º) e Itapirense (4°). O 2º colocado, no caso, o Flamengo de Guarulhos, perdeu a chance do acesso por apenas 1 ponto, no caso para o Marília, que havia sido o 6º na fase anterior.

Da parte dos outros clubes que subiram, é interessante ver o Batatais,que ficou com o vice e conseguiu o acesso de maneira inesperada até (pelo menos para mim, que não o colocava entre os favoritos à subir). Ainda que tenha desperdiçado a chance de ser campeão (havia a possibilidade de vencer o São Bento em Sorocaba, mas é certo que a chance de ouro estava dentro do Oswaldo Scatena - que foi desperdiçada com um revés por 3 x 1). Não foi brilhante, mas sofrer apenas 28 gols ao longo de toda a competição é algo digno de nota. Menos gols ainda sofreu o Marília...ou melhor, sofreu apenas um gol a menos. Seja como for, a maior parte dos anos desse século não têm sido muito amigáveis ao torcedor do MAC. Depois de ver seu clube sair da A1 e deixar de disputar competições nacionais, esse acesso pode representar algo mais. No mais, também é interessante ver a ascensão da Itapirense, que voltou ao profissionalismo em 2005, e 9 anos após o retorno, já está na A2. Não sou o maior conhecedor do futebol de Itapira, mas acho que nenhuma equipe da cidade chegou tão longe.

Estes ocuparão na A2 as vagas que foram deixadas por Noroeste, São Carlos, Santacruzense e Juventus, cada qual com um quadro próprio (o que é natural, diga-se de passagem). Sobre o Noroeste, bem, gosto de compará-lo com a Portuguesa do ano passado; da Barcelusa à rebaixada no Paulista. Explico melhor; o Norusca venceu a Copa Paulista (erguendo a taça na casa do rival, no caso o Audax - que veja só, subiu), garantiu uma vaga na Copa Paulista, e na A2 garantiu uma vaga na A3. Ironicamente, o Norusca só entrou na zona de descenso na última rodada. Da parte de São Carlos e Santacruzense, os dois beiraram o rebaixamento ano passado, logo, se não houvessem mudanças drásticas, a lógica seria implacável. Evidentemente, a lógica prevaleceu (no caso da Santacruzense, a situação era bem mais periclitante, dado que o clube passava - ou melhor, passa - por sérias dificuldades econômicas). Por fim, o Juventus. O torcedor juventino viveu um desastre, no mínimo. Como todo clube promovido, a principal meta é não cair, mas esperava-se ao menos que o clube brigasse por alguma coisa, uma classificação para a 2ª fase, por exemplo. Mas o que se viu foi um elenco fraco de dar dó, e quando se viu que a molecada da base tinha algum potencial, era tarde demais. A se lamentar também a perca do grande Sérgio Mangiullo, torcedor emblemáticos do Juventus.

Ainda na A2, menção honrosa à permanência do Rio Branco, menção mais honrosa ainda ao Capivariano, que não só foi digno, como brigou pelo acesso até o final, e só não levou no saldo de gols (afinal, não tinha como superar o Comercial depois dos 7 x 0 que este aplicou na Portuguesa). Menção nada honrosa à Ferroviária, que só escapou do rebaixamento no saldo de gols (-5 contra -6 do Noroeste). Que olhem os exemplos de São Carlos e Santacruzense para não caírem no mesmo erro.

Voltando para a A3, no que tange o grupo dos que permanecerão por aqui em 2014, muita coisa aconteceu. Por exemplo, o Flamengo perdeu a chance do acesso, mas viu o despertar de um ícone, o atacante Jackson, que após um jogo em que marcou 5 gols (os 5 x 2 contra a Francana), ganhou o apodo de "Jackson Five". Nessa toada, o atacante converteu outros 15 gols (grande parte deles comemoradas com coreografias isso depois do apelido), e terminou como o artilheiro da A3. Considerando que o Flamengo marcou um total de 49, a importância que Jackson Five para a equipe é óbvia. Achei válida a sacada, mas ao que tudo indica, o pessoal da Rede Vida discorda de mim, dado que preferiam uma alcunha em bom português (o que no frigir dos ovos, revela um certo desconhecimento de cultura pop). Da Rede Vida, e das transmissões em geral, essas quero destacar mais tarde. Também quero destacar a campanha do Joseense, que de candidato ao rebaixamento, acabou fazendo uma campanha mais do que digna, e brigou até o final por uma classificação para a 2ª fase. Aproveitando o gancho, dos clubes que subiram da Segunda Divisão, apenas o São Vicente não conseguiu permanecer na A3. Apesar de terem conseguido ao menos ficar, ainda assim me decepcionei um pouco com Votuporanguense e Novorizontino, mas como já foi dito, o objetivo principal foi obtido.

Dos rebaixados para Segunda Divisão de 2013, São Vicente, Palmeiras B, Barretos e União São João não demonstraram em momento algum que poderiam ter um destino diferente. Destes, o único que não jogará a B ano que vem é o Palmeiras B, que foi dissolvido pela matriz (contei sobre o último jogo da equipe, é só clicar aqui). O Barretos, que subiu de maneira polêmica, volta à Segundona em menos tempo que eu esperava (achava que o time ficaria na A3 um tempo até conseguir galgar o acesso para a A2). Da parte do São Vicente, estes romperam com a parceira (ou foi a parceira quem rompeu com o clube. Pessoalmente, acredito que foi um processo mútuo), que havia montado o elenco que foi vice-campeão da Segunda Divisão de 2012. Já o União São João será membro do grupo daqueles que jogaram todas as divisões do Paulista, mas pela porta dos fundos. Talvez a queda tenha sido mais acentuada pelo fato de que o União já alcançou a 1ª do Brasileiro. É um choque muito grande, de fato, e torço para que se recuperem disso.

Dito tudo isso, fico por aqui. Reconheço que isso aqui saiu muito, mas muito tempo depois dos fatos descritos. Seja como for, há mais por vir. Até lá.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

RNK Split

Como puderam perceber, o blog ficou meio esvaziado ultimamente. Bem, peço desculpas, e tentarei passar aqui com a regularidade devida. Seja como for, andei pesquisando, de maneira aleatória, diga-se. Fiquei dando uma olhada naquele site de distintivos, que postei aqui um tempo atrás. Lá havia um clube que não conhecia, mais especificamente o NK Lucko. O desconhecimento era tal que eu ignorava a nacionalidade do mesmo. Como dizem, a curiosidade (e o acaso) é (são) a(s) mãe(s) de todas as descobertas. Pesquisando, vi que era um time croata. Legal, poucas coisas croatas são conhecidas no mundo, especialmente seu futebol.

Mesmo com os feitos da seleção nacional na Copa de 98, pouca gente conhece mais do que os croatas que atuam nas grandes ligas, e a nível local, o Dínamo de Zagreb e o Hajduk Split. Falando em Split, acabei vendo que lá havia um outro clube,  RNK Split, e posso dizer que o clube possuí uma história, digamos, singular.

Fundado em 1912, o que o torna um dos mais antigos não só da Croácia como da Europa Continental. Mas creio que foi o primeiro que se chamava "Anarch" e usava um uniforme todo preto. Ao que tudo indica (as fontes em inglês ou outros idiomas menos inteligíveis que o croata são escassas. E usar o Google Tradutor para uma pesquisa minimamente série é um tiro no pé) foi fundado na parte da cidade que contava com a maior concentração de operários, e consequentemente, de movimentos trabalhistas; os portos da cidade (cabe salientar que Split é uma cidade banhada pelo Mar Adriático, e seus portos são pontos movimentados desde a Antiguidade).

Na década de 30, adotou o nome atual, Radnicki Nogometni Klub (usando de licença poética, algo Operário Futebol Clube), assim como a cor, que passou do preto para o vermelho. Algumas fontes apontam que o fortalecimento da juventude comunista na região incentivou essa mudança, e aparentemente, o pessoal do clube trocou Bakunin por Marx. Para um clube que não conseguia grandes feitos esportivos, sua popularidade era considerável, ainda se consideramos se o outro clube da cidade, o Hajduk, conquistava feitos bem mais notáveis. Seja como for, os membros do RNK não procuravam atuar apenas no campo teórico, tanto que tentaram enviar membros da associação para a Espanha, para ingressar nas forças anti-Franco na Guerra Civil Espanhola. Contudo, por alguns fatores que não consegui encontrar mais informações, não obtiveram êxito nessa empreitada, mas se eles não conseguiram ir para a guerra, a guerra iria até lá. Naquela época, a Europa não andava muito pacífica, e naquele período estourou a II Guerra Mundial, e os Bálcãs eram uma região estrategicamente importante, dado que permitia um fácil acesso ao Mediterrâneo. Nisso, a população como um todo organizou a resistência ante o invasor, lutando em um sistema de guerrilha que ficou conhecido como partisan. Quando se fala em "população", é que praticamente todos os setores ingressaram direta ou indiretamente na resistência, inclusive os esportistas, o que inclui o RNK e o outro time da cidade, o Hajduk. No final do confronto, a Croácia estava livre dos nazistas, mas não sem sofrer pesadas percas.

Passada a guerra, a vida voltava no limite do possível, já que a Croácia agora estava integrada à Iugoslávia, e assim como no pré-guerra, o RNK continuava nas divisões inferiores, mas alcançaria mais sucesso aqui, com suas 3 participações na 1ª Divisão e e uma semi-final da Copa da Iugoslávia, na década de 60. As coisas não melhoraram com o estabelecimento da Liga Croata, na década de 90. Só em 2011 o clube conseguiu voltar à elite, onde anda realizando boas campanhas, tanto que nessa temporada, ficou em 5º (entre 12 times), e só não foi pra Liga Europa pelo saldo de gols, 2 tentos menor que o do 4º colocado, ironicamente, seu rival citadino.

Ainda que não tenha o mesmo apelo que um St. Pauli ou um Livorno, é um clube legal, e qualquer um que vá fazer alguma coisa qualquer na Croácia um dia desses, se possível tire umas fotos do estádio (o simpático Park Mladezi, ou Parque da Juventude - Parque da Juventude Comunista na época da Iugoslávia - em bom português, com capacidade para pouco mais de 4 mil pessoas), se possível em um dia de jogo e envie para cá, se não for pedir muito.

domingo, 2 de junho de 2013

Real Oviedo

A saga do Real Oviedo foi no mínimo comovente. Não consigo imaginar a sensação que deve vir quando se pensa que o seu time pode desaparecer, tudo por causa de más gestões. Voltando um pouco; o time das Astúrias estava com uma dívida mastodônica, e sem perspectivas de pagá-la. Como na Europa os clubes são empresas, a falência era iminente. Tendo isso em vista, a diretoria do clube decidiu expandir as opções de entrada de capital no clube. Explica-se; o valor das ações diminuiu, logo, não era necessário contar com um grande capital para ser um acionista do clube, e o principal alvo dessa ação eram os torcedores.

Nesse cenário, a torcida começou a se mobilizar, criando fanzines, filmes e tudo quanto é tipo de material, com uma mensagem; nos ajudem a salvar o Real Oviedo, e podemos dizer que deu resultado. A cidade de Oviedo entrou no espírito da coisa toda e passou a apoiar a iniciativa incondicionalmente. De maneira inesperada, pessoas de outros países também ajudaram. Asturianos ilustres, como o piloto da Ferrari, Fernando Alonso, e jogadores que passaram pelo time, como Michu, Cazorla e Mata, todos atuando na Premier League inglesa, também ajudaram.

Tudo isso documentado em um curta metragem, que pode ser visto aqui. Eu não sei como inserir legendas nesse treco, então, terão de se virar com seu inglês e espanhol. Mas a mensagem do filme é clara, e pode ser compreendida de qualquer maneira, independente do idioma falado, assim como a linguagem do futebol.

Para não terminar o texto de maneira brega, simplesmente faço isso; recomendo que você use de pouco mais de 15 minutos de seu dia para ver isso, pois vale a pena.