domingo, 31 de outubro de 2010

Sobre a Série A3 2011

Para a disputa da Série A3 2011, 5 clubes subiram. Isso porque o Comercial de Ribeirão Preto conseguiu se promover para a Série A2 com uma medida econômica-jurídica; o Comercial está ligado ao grupo Leão & Leão, que possuia o Votoraty FC, estabelecido em Votorantim e que estava na Série A2. O grupo concordou em incoporar o patrimônio do Votoraty ao Comercial, dando a vaga na Série A2 para os comercialinos. Isso abriu um espaço extra na competição, que além dos 4 que subiram normalmente - os finalistas Taboão da Serra e Velo Clube, além de Inter de Limeira e Paulínia - contará com a Santacruzense.

A questão é que mais um clube (no caso, a Inter de Bebedouro) da Segundona pode subir dessa maneira. Isso porque o Atlético Araçatuba pode vir a desistir da competição. Após o rompimento da parceria de Nei Giron, o presidente do time, e o ex-jogador Zinho, que dava suporte ao clube, a situação do Atlético chegou a um ponto em que o clube teve de desistir de disputar a Copa Paulista no 2º semestre desse ano.

A situação do futebol profissional na cidade sempre foi conturbada. A alguns anos, a tradicional Associação Esportiva Araçatuba fechou as portas devido a imensas dívidas, contraídas devido à natural dificuldade de se fazer futebol no interior, e além disso, por gestões incompetentes. Isso motivou a criação do Atlético. Nesses dois processos, uma figura é comun; Nei Giron. Não estamos fazendo juízo de valores, só achamos no mínimo estranho uma pessoa estar envolvida em dois episódios infelizes para o esporte da cidade. E nem estamos fazendo acusações, pois críticas insensatas é com a Veja.

Seja como for, mais informações em breve.

Série A3 2011

A fórmula de disputa da Série A3 do ano que vem já foi definida. Serão 2 grupos de 10 times cada, separados por critérios regionais; 1 grupo será o da Capital e o outro será do Interior. Os 4 primeiros de cada grupo vão para a 2ª fase da competição, enquanto os dois últimos de cada grupo serão rebaixados para a Segunda Divisão. Os grupos ficaram da seguinte maneira;

Grupo 1 (Interior)

Atlético Araçatuba
Batatais
Francana
Lemense
Osvaldo Cruz
Penapolense
São Carlos
Taquaritinga
Santacruzense
XV de Jaú

Grupo 2 (Capital)

Barueri
Flamengo
Grêmio Osasco
Internacional de Limeira
Itapirense
Juventus
Paulínia
Velo Clube
Taboão da Serra
Taubaté

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sobre História


O que História? A resposta dessa pergunta é simples, e ambígua; tudo. Todas as manifestações humanas fazem parte da História. Todos os indivíduos fazem História a todo o momento. Todas as opções escolhidas acarretam em alguma coisa, não só para a pessoa que faz essa opção, mas para as pessoas próximas a ela. E cada um faz História no meio, na realidade na qual está inserido. Todo homem é fruto de seu meio, o que envolve uma série de coisas, como o momento e o lugar em que vive. Mas em alguns momentos da História, escolhas de alguns indivíduos influenciam a vidas de milhões.


O futebol, como um espelho da sociedade na qual está inserido, reflete este aspecto da História. No campo, as decisões de poucos indivíduos influenciarão a vida de centenas de milhares de pessoas, de diferentes maneiras. Muitos podem dizer que o futebol não influencia em nada na vida, mas desde a comeroração do título de uma Copa do Mundo à um engarrafamento devido a uma partida que será disputada nas redondezas, o futebol influencia, com diferentes graus de intensidade.


Em algumas situações, a história de uma pessoa se confunde, se une, com a de algo, um momento, uma instituição, ou num clube de futebol. Marcos no Palmeiras, Rogério Ceni no São Paulo, até Harlei no Goiás, a sua vida futebolística se confunde com a História recente desses clubes. Mas hoje nenhum deles será abordado, não por não serem importantes, mas porque há um figura, mais emblemática, se assim podemos dizer. Não é muito conhecido do público brasileiro, talves os mais estudiosos o conheçam. Trata-se de Brian Clough. Clough era um técnico inglês, e sua vida se confunde com a do Nottingham Forest. No caso dos brasileiros, os clubes em que atuam são grandes clubes, com expressão nacional. O Forest não tinha muita expressividade, e seu perído aúreo se deu com Clough, assim como o apogeu deste ocorreu durante sua estada em Nottinghamshire.


Os dois estavam buscando espaço. Clough considerava-se o maior técnico da Inglaterra. Afinal, ele e seu auxiliar Peter Taylor levaram um clube pequeno, o Derby County, a um título do Campeonato Inglês. Já o Forest tinha vencido alguns campeonatos, mas eles datavam do começo do século. A direção do Forest resolveu chamar Clough após seu fracasso no Leeds, onde ficou no comando técnico (sem seu auxiliar) por apenas 44 dias. Pouco tempo no cargo é explicavel. Clough era defensor de um futebol jogado de uma maneira bonita, e o Leeds era o oposto disso, vencendo por um jogo extremamente ríspido e catimbeiro. As críticas que Clough fazia eram nesse sentido, e todas elas eram públicas e pesadas. Tendo isso dito, é compreensível que jogadores que Clough tenha xingado de criminosos dissimulados não quissessem jogar por ele. Essa era uma marca de Clough; ser marrento, desbocado e passional, cabendo a Taylor ser racional. Clough, quando começou sua carreira como técnico, no Hartlepools, conseguiu derrubar o presidente do clube. O time nunca esteve tão bem, e constantemente o técnico esbarrava no presidente. Então, Clough pediu demissão. A diretoria, temerosa de que o clube novamente caísse no esquecimento, demitiu o presidente. Mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, e foi exatamente assim que ele perdeu seu cargo no Derby, quando o presidente venceu na disputa.


Nisso, ele e Peter Taylor se unem novamente e assumem um time pequeno, no caso, o Forest. Essa união iria durar de 75 a 93, e levaria a 1 Campeonato Inglês, 4 Copas da Liga Inglesa, e mais importante, 2 Copas dos Campeões da Europa (a atual Liga dos Campeões). Tal feito não foi repetido por grandes forças do futebol inglês da atualidade, como os londrinos Arsenal e Chelsea.


Mas o Forest nunca foi um clube muito rico, e quando o futebol inglês começou a ser regulamentado a partir do capital, o Forest caiu para a 2ª Divisão, mesmo com Clough no comando. Atualmente, o Forest continua na 2ª Divisão, depois de uma passagem pela 3ª. Clough morreu em 2004, os 69 anos, amargurado por ter rompido com seu companheiro Peter Taylor nos anos 80, e não ter tido a oportunidade de reatar a amizade, pois Taylor faleceu em 90, com 62.


Os homens são fruto de seu tempo, e fazem História com as condições que estão dadas. Qual a chance disso acontecer novamente? Nenhuma. A experiencia pode se repetir (uma pessoa fazer um time pequeno ser vencedor), mas os mesmos indivíduos, o mesmo espaço, a mesma realidade, essa não vai se repetir. Pode vir a ocorrer um fato semelhante, mas não 100% idêntico. Mas que o futebol precisa de mais folcore e figuras atípicas, isso precisa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Castigo




Quando um time começa a claudicar numa disputa, os alarmes vão sendo ligados, até chegar ao ponto extremo; a concentração. Quando um time está numa "concentração", a equipe ficará lá, isolada do mundo, apenas treinando. Sério, é o que o jogador de futebol menos gosta, dos mais encapetados aos santos, todos tem o que fazer além de jogar futebol.

Nesse começo de temporada européia, vários clubes estão indo mal, mas focarei num só; o Bayern de Munique, Alemanha. O Bayern é uma equipe estranha, diga-se de passagem. A maiora dos clubes alemães tem torcida em sua cidade e região, não importando em que divisão estejam. O Schalke 04, de Gelsenkirchen, é o time mais popular da Alemanha, é verdade, superando o Bayern, mesmo estando a mais de 60 anos sem conquistar o Campeonato Alemão. Mas não é hegêmonico, como o Bayern é na Bavária (ainda que na cidade de Munique, o rival 1860 tenha mais torcida).

O Bayern começou o ano muito mal, estando abaixo do 15º posto, algo incocebível para seu treinador, o holandês Louis Van Gaal. Van Gaal é conhecido pela sua extrema falta de humro, bom ou ruim. Sério, ele não dá um sorriso, sequer um sorriso sarcástico ou irônico. É uma máquina. E como toda máquina provida da capacidade de pensar, ele é implácavel e impiedoso com os humanos. Mas ele se superou dessa vez.

Desde que o Bayern é Bayern, uma coisa é certa; ele particpará do maior festival do mundo; a Oktoberfest. Se a que a gente tem aqui em Blumenau é grande, a de lá é colossal. E isso é uma das propagandas do time para atrair jogadores, pois lá eles terão todos os prazeres que não só o jogador de futebol, mas a humanidade, deseja; cerveja em doses cavalares, pessoas do sexo oposto, como podemos dizer, "ansiosas por novas amizades", trajes típicos, música alegre, chucrutes, entre outras coisas.



Da direita para a esquerda; Miroslav Klose, Luca Toni e Franck Ribery, vulgo Quasímodo



Não preciso dizer qual foi a idéia do treinador; ele concentrou o time no mês de Outubro. Os jogadores estão desesperados, e já refletiram isso em campo; em 2 jogos, foram 6 gols marcados e apenas 2 sofridos, além de terem mudado da água para o vinho (ou melhor, para a cerveja) em apenas 2 semanas. Talvez eles ainda tenham esperança de participar do festival, mas com o histórico de Van Gaal, toda esperança é vã. Ficam aqui 2 lições; 1ª- de que no Bayern de Van Gaal, se você for marrento que nem alguns Meninos da Vila, você não irá usufruir das benesses da boleiragem e 2ª- caso joguem bem, verão que uma máquina também tem sentimentos.



Só mesmo o Kaiser, Franz Beckenbauer, para humanizar Van Gaal

Um pouco mais sobre Mercantilização

"Gostaria de destacar as particularidades de um campeonato de futebol, aquele de ..., o qual melhor definiria como um torneio de trabalhos forçados. Entre campeonato e copa, de 29 de agosto a 19 de dezembro (mais precisamente: em menos de quatro meses) as equipes que avançarem na copa vão disputar cerca de 27 jogos. Este número [...] de compromissos seguidos é mais adequado a equipes profissionais, nas quais os jogadores contam com o apoio de um staff de especialistas em medicina, nutrição e psicologia. [...] Daqui a não muito tempo, os campos estarão extremamente pesados por causa das chuvas.


Jogar a cada três dias não é fácil. [...] Em muitas partidas se veem situações de pouco brilhantismo, imprecisão e um lógico desgaste atlético. Ainda que nossas equipes não disputem a L..., sempre se vai a campo para vencer. E os eventuais vacilos da equipe são sempre reportados à diretoria e à cidade.


Não nos esqueçamos que, além do cansaço físico, existe também o psicológico. Os atletas que vão a campo são garotos de 18 a 20 anos, [...] Outro aspecto não menos importante é que, no momento em que são feitos os calendários do campeonato de ..., esquece-se que os dirigentes, massageadores, jogadores e técnicos pertencem ao mundo dos amadores.


Ou seja: disputar uma partida no meio da semana traz alguns problemas com o trabalho (é preciso pedir alguns dias de férias, alternar o turno, pedir um favor a algum colega etc). Além disso, alguns atletas frequentam a escola, muitos deles em fase de exames vestibulares. Para que se chegue a uma partida em condições decentes, muitas vezes são realizados treinos matutinos; isso significa que, não raro, esses meninos são obrigados a renunciar à escola de duas até três vezes por semana.


Certo de que, nos próximos anos, ter-se-á mais atenção no momento em que forem formatados os calendários do campeonato de ..., deixo as minhas mais cordiais saudações e o desejo de sorte para a sequência de sua difícil tarefa de dirigente.


Um profissional da área."



Pergunta, de que lugar essa carta é? Pode parecer que é de qualquer lugar do interior do Brasil. Mas não é. É do interior do Itália. Sim, a Itália, país membro da União Européia, além de contar com uma das ligas de futebol mais ricas do mundo. Times como a Juventus de Turim, a Internazionale e o Milan, de Milão, além de outros que estão num escalão inferior, mas ainda alto, como Fiorentina (Florença), Genoa (Gênova), Napoli (Nápoles), Lazio e Roma (ambas da capital), são conhecidos no mundo inteiro, não a toa algumas finais da Supercopa da Itália são disputadas na China. Lá, o bolo é ainda maior que no Brasil, mas sua divisão é ainda mais cruel. Por exemplo, Ibraihmovic, jogador do Milan, tem um salário de 9 milhões de euros (mais uma vez, nosso teclado não tem o símbolo do euro), enquanto o recém promovido Cesena possui uma folha salarial de 8 milhões, para os seus quase 30 jogadores. E estamos falando da 1ª Divisão. Tal abismo tende a ficar mais profundo conforme nós descemos. A carta acima é de um jogador da 4ª Divisão (extraída do blog Quattro Tratti, especializado em futebol italiano).


A Itália é um país cheio de contradições (como quase todos no planeta). A região Norte e Central é a mais rica do país, e não coincidentemente, lar da maioria dos times citados. O Centro-Sul, mais o Sul do país, icluindo as ilhas da Sardenha e da Sicília, são as mais pobres, não muito diferentes das periferias latino americanas, e são controladas por bandidos, no caso, a Máfia, que são extremamente cruéis, usando de suas armas, "prestígio" e ternos Armani. A desiguladade da divisão da renda se reflete no futebol, além de uma questão própria da Itália; o regionalismo. Lembrando, a Itália tem aproximadamente 150 anos como país unificado, o que é algo considerado recente na História. Isso explica algumas coisas. Como um time como a Salernitana, da 4ª Divisão, pode ter a capacidade de quase encher seu estádio, que tem capacidade para 37,000 espectadores. Bem, o Santa Cruz também fez o mesmo na Série D do Brasileiro, e além disso, a equipe de Salerno já esteve na Série A. Mas a maioria de seus clubes possui uma grande torcida, regional, é verdade. Enquanto isso, as equipes do Norte começam a conquistar torcedores em pontos cada vez mais distantes, homogeinizando padrões e aumentando a renda, enquanto os clubes regionais definham.


O capitalismo precisa lutar contra algumas tradições que podem servir de entrave a sua circulação, e o regionalismo e tradicionalismo no futebol são alguns deles. No caso do Brasil, que é um país de dimensões continentais, existem uma série de clubes considerados grandes, e somado a falta de competência das administrações, e também da sorte inerente ao jogo, podem aspirar ao título nacional. Na Itália, e em outros países europeus, isso não acontece. A briga fica entre aqueles times do primeiro escalão, e eventualmente, um do segundo chega. Isso acaba tornando a disputa do campeonato previsível, diminuindo seu prestígio, consequentemente, visibilidade, e consequentemente, lucro. Por isso a proposta dos grandes times da Europa de acabar com as ligas nacionais e criar uma liga comum européia. Isso poderia ser sinônimo de lucros a curto-médio prazo, e depois? É típico do capitalismo; em busca do lucro, demanda vários recursos, e quando estes começam a ficar escasos, tem de usar seus próprios recursos, como uma cobra, que morrendo de fome, começa a comer o próprio rabo. Isso explica a dívida de 778 milhões de euros do Manchester United.


Estamos vendo um momento crítico desse modelo de futebol, e o seu resultado é previsível, mas as consequências desse resultado, estas, no momento, são obscuras.

Mercantilização

Recentemente, o empresário Sony Douer confirmou que o Guaratinguetá sairá da cidade homônima e irá para Americana. Isso tudo envolve uma grande polêmica. Primeiro; o time foi criado por entusiastas do futebol, desolados com o fim da Esportiva de Guaratinguetá, e pela prefeitura. Em 2004, o já citado empresário chega com a proposta de gerir o futebol profissional do time. Os resultados vieram rápido, e com o auxílio de Carlos Arini, diretor de futebol, que re-chegou ao Santo André, montava bons times, sendo que o ápice foi a campanha do Paulistão 2008, em que a equipe liderou a fase de pontos, mas acabou caindo nas semi-finais para a Ponte Preta. Apesar do rebaixamento no estadual do ano seguinte, de maneira inesperada conseguiu o acesso da Série C para a Série B. A torcida começava a crescer e a construir uma tradição na região, que já conta com o São José e com o Taubaté.


Torcedora mirim do Guará desolada


Bem, querendo mais apoio financeiro, o empresário começou a pedir mais recursos, a prefeitura e os empresários locais não cederam. Aí entra o 2º ponto da questão. A prefeitura da cidade de Americana, tendo notícias disso, fez uma oferta de R$10 milhões para tirar o time de Guaratinguetá, oferta que foi aceita por Sony. O problema é que a cidade já tem um time, o tradicional Rio Branco, que está afundado em dívidas, muitas dessas dívidas contraídas no mandato do presidente Chico Sardelli, tido como um dos piores da história do clube. Sardelli é vice-presidente da FPF, além disso, foi candidato a deputado estadual, mesmo sendo um recordista de faltas no congresso, pois entre 2007 e 2010, compareceu a somente 18 sessões. No mandato no Rio Branco, logo após o time ter conquistado o acesso a elite do Paulista como vice da Série A2 de 2009, ele arquitetou a saída da empresa Talent's Sport, que montou o elenco do acesso, para poder ficar com o dinheiro das cotas televisivas inteiramente para si. Resultado; montou um time medíocre, que foi rebaixado de maneira vergonhosa. Com tudo isso, ele deixou o Rio Branco na mão, com uma montanha de dívidas. Pra se ter idéia, o clube teve de leiloar sua sede social, e leilou a um preço de pinga, pois a gestão Sardelli deixou ela às traças, ou melhor, aos mosquitos da dengue que habitavam as picinas. E depois de ter deixado o Tigre nessa situação, arquitetou a vinda do antigo Guaratinguetá e atual Americana.

Só que a população está extremamente insatisfeita com isso. Não por causa da situação do Rio Branco, já que infelizmente com o passar dos anos e com as campanhas ruins (fruto de administrações incompetentes e corruptas) deixou de dar valor ao time, exceto por uma minoria abnegada. Mas sim por que a cidade tem gravissímos problemas de infra estrutura, sendo que não pode se dar ao luxo de pagar R$10 milhões por um time. Enquanto a população perde, alguém ganha com isso tudo, de Sony a Sardelli.

Mas essas pessoas nem esperaram o ano acabar para fazer isso. O finado Guará, mesmo depois de confirmada a transferência para Americana (já mostrou novo distintivo e camisa), continuará a mandar seus jogos em Guaratinguetá. Nisso, a torcida começou a se manifestar; queimou camisas do time e comemorou os gols do adverários (no caso, o ICASA do Ceará, que também tem uma história complicada, mas já acertada). Equanto isso, em Americana, com o perigo do Rio Branco fechar, a torcida e a atual diretoria começaram a se articular e conseguiram uma parceria para disputar a Série A2 ano que vem. E voltando para Guaratinguetá, a um forte movimento de refundar o time, renegando o projeto do Mantiqheira, pois o novo-velho time carregaria as mesmas características do recém finado.

Tamanha quantidade de mudanças de sede já começou a constrangir Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol. Recentemenet, foi feito um acordo entre a Rede Globo e os 4 grandes em relação as cotas televisivas, relegando os clubes do interior e aos menos fortes da capital uma cota paupérrima. Isso é uma contradição bem típica do capitalismo; em sua busca pelo lucro, ele tem de acabar com algumas tradições que vão em choque disso, como no caso do futebol, o regionalismo, um entrave a livre circulação de capital, no caso, os clubes empresas, especializados em vender jogadores. Só que todas essas mudanças, embora contem com a passividade da FPF, vão enfraquecer o futebol do interior do estado, e com os acordos em benefício dos 4 grandes em SP, e com políticas desse mesmo tipo nos outros estados, os estaduais, tidos como deficitários, mais atrapalham do que ajudam, podem acabar, o que dificultaria em muito a vida desses pequenos clubes empresa, que não teriam mais tanta visibilidade para vender o seu produto, e não poderiam obter o tão sonhado lucro. Esse empase é típico do modelo econômico predatório e repleto de contradições que é o capitalismo. O futebol, como atividade de massas, é um espelho das questões postas na sociedade, e esse é um de seus vários reflexos na sociedade do capital.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ser artilheiro só pode ser algo místico

O artilheiro é o cara que joga, unica e exclusivamente, para fazer gols. Deve, fundamentalmente, empurrar a bola para o fundo das rede adversárias, não importa de que maneira. E ser artilheiro necessariamente não significa ser bom com a bola nos pés.

O futebol é esporte democrático, pois permite que pessoas sem habilidade alguma para prática-lo possam se destacar nele...desde que tal pessoa não escolha ser goleiro. Não precisa ser um virtuoso, sequer regular, é só não fazer presepadas. Mas quando o fazem, serão achincalhados ferozmente. Não importa o quão ruim seja o atacante, desde que ele tenha a capacidade e a coragem de se atirar feito um louco no lance, ele fará o gol.






O Verdadeiro Rei








Por exemplo, o Finazzi já foi artilheiro de um paulista, e pelo América de São José do Rio Preto, que não possuia nenhum esquadrão. Mas por mais que o Engenheiro da Bola seja "bom", ele não se igualará ao Verdadeiro Rei, aquele que nunca precisou jogar com time amador para atingir 1,000 gols, pois 1º-Foi democrático, jogando em times de todas as regiões do Brasil e 2º-não atingiu os 1,000 gols justamente por isso. Trata-se de Dadá Maravilha, que certa vez disse o seguinte; "fiz mais de 500 gols só correndo e pulando na bola", além de reconheçer uma deficiência; "caso um goleiro leve um gol meu de fora da área, deve ser banido do futebol, porque chuto muito mal. Mas Dadá é Dadá, e ele nunca aprendeu a jogar, pois perdeu muito tempo aprendendo a fazer gols.

Até agora falamos só do Brasil, mas essa é uma tendência mundial. Por exemplo, o maior artilheiro da história do argentino Boca Juniors é Martín Palermo, um homem que já chegou ao cúmulo de errar 3 penâltis num só jogo, além de que em seus quase 36 anos de vida não aprendeu a dominar a bola regularmente, além de não ter aprendido a chutar. Mas se Palermo é perseguido pelo azar, ele também possui uns momentos que fariam qualquer ser questionar a veracidade das Leis de Murphy. Mas nem ele se igualou ao feito de outro homem.

Indo para a Europa (pois não tenho informações de algum jogador que se encaixe nessas características nos outros continentes), o maior expoente disso é Filippo Inzaghi, atacante italiano, que está a 9 anos no Milan. Bem, Inzaghi nunca primou pela qualidade, longe disso. Mas sabia se posicionar, de uma maneira que a bola batia nele e entrava. Com essa técnica de jogo simples, mas genial, Inzaghi é o maior artilheiro da Liga dos Campeões da Europa, com 68 gols, além de ter sido o artilheiro do Campeonato Italiano de 97, com 27 gols em 38 partidas, assim ganhando uma porrada de títulos. Muitos afirmam que ele só faz isso pois joga acompanhado de craques, e que por algum motivo, a bola antes de entrar no gol, invariavelmente bate nele. Inzaghi certamente seria o maior goleador do universo, caso um detalhe não dificultasse as coisas, a regra 11 do código de 17 regras do futebol; o impedimento.

Isso porque em 15/03/09, num jogo contra o Siena, pelo Campeonato Italiano, Inzaghi bateu um recorde mundial, que vai demorar séculos para ser batido; o do milionésimo impedimento!!! Para ser um atacante caneludo, o jogador deve ficar constantemente na banheira, o que traz o risco de ficar impedido. No caso de Inzaghi, quando seu time estava com a bola, ele sabia se posicionar, mas quando a equipe vinha no contra ataque, ele não tinha velocidade para acompanhar o time, e como sempre ficava na banheira, acabava não tendo velocidade para sair da condição de impedimento. Não ser veloz é algo natural de sua pessoa, o que se agrava com o peso de seus 37 anos. Mas quando porvetura não conseguia ficar em impedimento, era caixa. Certa vez, o técnico do Manchester United, Sir Alex Fergunsosm afirmou que Inzaghi já nasceu impedido. Corroborando essa tese, para marcar 68 gols na Liga dos Campeões, Inzaghi teve de ficar 288 vezes em impedimento

Defenitivamente, 1,000 impedimentos não são para qualquer um, e o que podemos fazer além de parabenizá-lo? É pensar sobre a mística do futebol, pois em nenhuma outra prática desportiva há alguma brecha para uma esdruxulidade dessas.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Imigração


Clubes de comunidades de imigrantes são comuns. Aqui no Brasil tivemos dois Palestra Italia (SP e MG, atuais Palmeiras e Cruzeiro, respectivamente), inúmeras Portuguesas (duas em SP, a Lusa e a Santista, uma em Londrina, uma Carioca, entre outras), o Matsubara (o nome não esconde sua origem), além dos espanhóis Galícia, da Bahia, e o Hespanha, atual Jabaquara. Em suma, é algo comum, ainda mais num país que passou por forte fluxo migratório como o nosso.

No Brasil, sem problema, pelo menos atualmente, mas não é bem isso o que ocorre em outros lugares. A Europa sempre foi é um caldeirão étnico, e tensões entre determindas etnias foi agravada com o passar do tempo, sobretudo graças a políticas imperialistas. Todas as nações européias estão tendo de resolver questões sobre imigração. E algumas contradições estão começando a aflorar.

Nesse quadro, perguntamos; donde é o Türkiyemspor? Olhando no distintivo do time, fica claro. O Türkyiem é o clube da comunidade turca em Berlin, e apesar de estar nas divisões inferiores do futebol alemão, na 4ª Divisão mais especificamente, vêm se mostrando importante e fonte de inspiração para outros. Fundado em 78, não conseguiu títulos de expressão, 3 Copas de Berlin (88, 90 e 91), torneio que dá o direito à participação na Copa da Alemanha, e uma 5ª Divisão em 2000, lembrando que a partir da 3ª Divisão, as divisões inferiores são regionais, como assim? Bem, temos a 5ª Divisão de Berlin, a 5ª Divisão de Baden, entre outras, cujos vencedores se enfretam e vão para a 4ª Divisão, e irão passar pelo mesmo processo até chegar à 3ª, cujo campeonato é algo mais próximo do que conheçemos aqui no Brasil.

Apesar dessa poucas glórias, o simples fato da comunidade turca ter montado um time atraiu a ira de grupos neo-nazistas, que incessantemente atcam os torcedores turcos, o que diminuiu, e muito, a média de público nos estádios. Mas ainda assim, muitos outros Türkiyemspor surgiram, em Wuppertal, Breuberg, Moenchengladbach, e até mesmo fora do país, como na Australia e nos EUA, mas infelizmente a parte holandesa faliu no começo do século.

Vários jogadores turcos passaram por lá, sendo o mais famoso Ümit Karan, com passagens pela Seleção Turca e pelo Galatasaray. Tal ambiente de luta o fizeram aderir a várias campanhas, de repúdio ao hooliganismo, passando por igualdade étnico cultural, aceitando jogadores de diversas nacionalidades sem disciminação alguma, respeito aos homessexuais, e integração das famílias ao estádio, entre outras coisas.

Um dia, esperamos ver o Turkyiemspor nas Divisões de Elite, e esperamos que esse dia chegue em breve, e que nesse dia não exista mais nazi-fascismo em nenhum lugar do planeta.

A Nata do Futebol Alternativo


Sério, a Copa do Presidente da AFC (Asian Football Confederation/Federação Asiática de Futebol) é uma das competições mais alternativas do mundo. A AFC organiza competições de clubes em 3 escalões. Tal divisão se fundamenta num coeficiente de pontos, que são atingidos com as vitórias das seleções nacionais e dos clubes. Mas no momento, não há previsão de promoção e rebaixamento, mas a AFC está pensando nisso.
Sobre os escalões, no 1º ficam os clubes de países mais tradicionais no continente, os que quase sempre estão em Copas do Mundo, e que mandam seus clubes para a Liga dos Campeões, como Arábia Saudita, Coréia do Sul, Japão, Irã. e mais recentemente, a Austrália, entre outros que já estiveram em Copas, como os Emirados Árabes e a China. Num 2ª escalão, vemos países como Iraque, Índia, Hong Kong, Vietnã, Líbano, entre outros, que participam da Copa da AFC. Será que é possível imaginar algo mais alternativo que o campeonato vietnamita?

Aí é que entra o título do post. A Copa do Presidente congrega clubes de paíse como Nepal, Sri Lanka, Mianmar, Tadjikistão e Camboja, só para ficar no básico. E países como o Afeganistão, Macau e Laos estão entre os cotados. Mas o que marcou foi o pedido dos clubes da Palestina, que já serão integrados no próximo ano, e surpreendentemente, o pedido da Coréia do Norte de incluir seus clubes na competição, visando desenvolver seu futebol, especialmente após o fraco desempenho ma Copa do Mundo de 2010.

Pra falar a verdade, o mundo inteiro está olhando para lá, depois que o filho de Kim Jong-Il foi promovido a general, numa manobra parecida com a que o próprio Jong-Il fez quando o governo norte-coreano planejava o fazer sucessor de seu pai, Kim Sung-Il. Politicamente, ninguém sabe o que vai acontecer por lá. Esportivamente, também não. Sobre a Palestina, nínguém sabe como os times vão jogar lá, pois o governo de Israel constantemente faz restrições ao povo palestino (quer um exemplo? http://futebolinteriorano.blogspot.com/2010/06/intercambio.html).

Voltando à competição, as maiores potências são o Dordoi-Dinamo, do Quiguistão, time ligado a rede Dordoi, a maior rede de mercados abertos da Ásia, com dois títulos (2006-07) e quatro vices (05, 08, 09 e 10), além do Regar TadAZ, do Tadjiquistão, com três títulos (05, 08 e 09) . O campeão desse ano foi o Yadanabon, de Mianmar, depois de vencer o Dordoi por 1 x 0, com um gol de Kone aos 54 do 2º tempo, num jogo disputadissímo...e igualmente feio.
Esperamos ansiosamente pela disputa de 2011!!!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mais Já???

Este ano, tivemos a ressureição do Cameponato do Nordeste, com a promessa de que seria a salvação dos times da região, mas foi bem isso o que aconteceu. A CBF colocou as datas da competição no meio da Copa do Mundo, o que obviamente gerou uma concorrência desleal para os nordestinos. Além disso, a CBF nem queria ressucitar a competição. Só o fez porque devia algo lá, mas no momento não temos a informação específica.
E tal esculhambação se refletiu na competição. Clubes que estão na Série A e B, até na C e na D, mandam times mistos para a competição, e só colocam os principais quando já estão sem chances nos nacionais, como é o caso do Santa Cruz. A competição vale pouco esportivamente, não clasifica para Copa do Brasil, Sul-Americana ou o raio que o parta, e o prestígio de ser campeão de uma competição esvaziada não é muito. A competição tem um viés financeiro, como já foi dito, e deveria compensar, pois levava-se em conta as médias das últimas competições, no começo da década, em que jogos do Treze da Paraíba e do Confiança do Sergipe colocavam 10,000 pessoas no estádio. Hoje, a média de público é de 2,000. Nem as apaixonadas torcidas de clubes de massa, como Bahia, Fortaleza, ABC, entre outros, se empolgaram com a competição.
O potencial era gigantesco, mas a desorganização e a má vontade da CBF mataram a competição, que sequer tem calendário para o ano que vem. Que nem disse o presidente da Federação Baiana, morte anunciada é morte concretizada.