segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Guia da Segunda Divisão Paulista 2013 - AD Guarulhos

Ainda falta um tempo considerável para a competição, o que pode dar margem de tempo relativamente grande para as equipes se prepararem, e muitas adiarão a preparação até o mais tardar possível (mas ainda assim, antes do estágio em que a preparação tardia não comprometa - ainda mais - o desempenho da equipe), principalmente para economizar, em uma divisão em que o dinheiro é escasso. Apesar desse espaço de tempo, as equipes que escolherem se preparem depois largarão atrás das que já estão em atividade desde finais do ano passado.

Esse é o quadro geral dessa competição, e dito isso, abordaremos o representante de Guarulhos na competição, o AD Guarulhos (que por muito pouco não contou com a companhia do Flamengo, quase rebaixado na A3), que é um dos times que mais disputou a competição, se não o que mais disputou, com 23 participações. A do ano passado não foi das melhores, mas antes disso, cá estão os dados gerais da equipe;




Nome: Associação Desportiva Guarulhos (fundada em 01/12/1972)

Cidade: Guarulhos (1, 222, 357 habitantes)

Estádio: Antônio Soares de Oliveira (capacidade para cerca de 15, 000 torcedores)


O AD é um caso à parte nas divisões de acesso do futebol paulista. Poucos clubes permaneceram ativos por tanto tempo (só se licenciou uma vez, em 2003, para voltar logo no ano seguinte), sem contar com muito apoio, e principalmente, montando times base com jogadores nascidos na cidade, o que a bem de verdade, não é tão difícil como em outras localidades, pois vale lembrar que Guarulhos é a 2ª cidade mais populosa a possuir um representante na competição (o Nacional é da capital, logo...).

Só que a campanha do ano passado foi decepcionante, se comparada com a vista em 2011, em que o time chegou relativamente longe, mais especificamente, na 2ª fase, onde foi eliminado com um futebol aquém do visto na etapa anterior. Em 2012. nem isso; o time ficou ainda na 1ª fase, com a 3ª defesa mais vazada do grupo, que sofreu 18 gols em 10 partidas (só não foi pior que a do péssimo Suzano - 26 gc - e a do atípico Barueri, com 20 gols contra, mas que marcou 22, sendo o melhor ataque do grupo).

Foi decepcionante, mas levando-se em consideração que os recursos não eram muitos, não foi de todo o ruim. O clima era de otimismo para a outra competição do ano. Aos que pensaram que seria o sub-20 da Segunda Divisão, declaramos que estão enganados. A base do time do AD foi para a disputa dos tradicionais Jogos Regionais, algo que nem de longe é incomum para os clubes da 4ª Divisão do Paulista. Só para constar nos autos, o Guarulhos optou por disputar o sub-17, onde ficou na 1ª fase.

Já nos Jogos Regionais, a seleção da cidade obteve a medalha de bronze, nada mau. Devemos considerar que 4 jogadores do plantel do ADG, além do técnico, Olavo da Silveira, foram "convocados" para a seleção guarulhense, o que a bem de verdade, não é muito, mas isso apenas em uma primeira análise. Poucos são os times que possuem uma ligação tão estreita com o futebol amador (com exceção do Água Santa de Diadema, que até uns 2 anos atrás, era um clube amador) como o Guarulhos, tanto é verdade que o próprio treinador teve sua formação no futebol amador de Guarulhos, e o ADG foi sua primeira equipe profissional. Certamente uma boa parte da seleção medalha de bronze nos Jogos Regionais integrarão a equipe. Sobre contratações, a diretoria afirmou que irá esperar o final da A3 para trazer reforços vindos de fora da cidade.

Ainda que o elenco não esteja fechado, o time já começa a treinar com os jogadores disponíveis, ou seja, os que integram as categorias de base, além de grande parte do elenco que estava no time em 2012, tanto na Segunda Divisão como nos Jogos Regionais. A nosso ver, é uma tética correta a da diretoria, em montar um elenco com raiz guarulhense, o que pode fortalecer o vínculo do time com a cidade, angariando mais apoio (basta lembrar que o time foi fundado como "Vila das Palmeiras", e só em 94 adotou o nome da cidade, justamente para criar um vínculo de identificação com a cidade).

Ainda nesse campo, mas falando em âmbito esportivo, a diretoria afirma que a maior parte dos atletas são jovens com pouca experiência, e à medida que participem das competições, poderão concretizar seu potencial, e é justamente essa a expectativa para 2013. Seria injusto afirmar que esse seria o único trunfo e esperança do ADG, mas com certeza, é o principal, e seria interessante ver essa política dar bons resultados.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Guia da Segunda Divisão Paulista 2013 – Olímpia


É sabido que o Olímpia é um dos mais tradicionais clubes do interior do estado, fazendo  parte do seleto grupo dos quais disputaram a elite do Paulista. De uns anos para cá, o Olímpia tenta, infrutiferamente, recuperar um pouco do brilho do passado. Em 2012 mesmo, ficou naquele “tão perto, mas tão longe”... reconhecemos, isso foi algo confuso, mas explicaremos mais tarde. No ano passado, colocamos a equipe entre as favoritas ao acesso, mas para esse ano, a trataremos como incógnita, e o por quê disso virá um pouco após os dados da equipa;



Nome: Olímpia Futebol Clube

Fundação: 05/12/1946

Estádio: Tereza Breda (capacidade para 15,000 pessoas)

Cidade: Olímpia (50,024 habitantes)

Títulos: Série A2 (90) e Série A3 (2000 e 2007)


Em 2012, o Olímpia vinha pra disputa com muito otimismo, afinal, tinha uma parceria estável (no caso, com a Brumed Sports), e viu a ascensão do GAPO (Grupo de Apoio ao Olímpia), uma organização de torcedores, cujo objetivo, como o próprio nome diz, é apoiar o time. Ações de marketing, como uma atualização no distintivo, foram feitas, além de um programa de sócio torcedor. Analisando o cenário de maneira sensata, dava pra colocar o OFC naquele grupo de equipes que fariam uma bela campanha, sem poder descartar a possibilidade de acesso.

Aí entra aquele “tão perto, mas tão longe”. O time ficou sob o comando de Léston Júnior, que conseguiu montar um time coeso na defesa, que até o início da 4º fase, tinha sofrido apenas 11 gols. Além disso, a equipe pôde contar com os gols de Eder e Lucas, que marcaram 11 e 6 tentos, respectivamente, ao longo da competição. Esses números mostram que o Galo era uma equipe eficiente, e vendo os jogos, isso era nítido, mas ainda assim, não passava a confiança que uma Votuporanguense, ou atém mesmo do Fernandópolis. Cabe afirmar que exceto nos 3 x 0 aplicados ante o Novorizontino na 1ª fase, o clube não encantou em nenhuma oportunidade. De fato, a Segunda Divisão não é o campeonato com as partidas plasticamente mais bonitas, e o que conta é avançar (que o diga o São Vicente), e nessa toada, o time chegou até a 4ª fase, aonde 6 jogos ( até mesmo menos, caso o time vá bem) podem levar à tão sonhada A3.

Podemos dizer que se o time mantivesse a consistência vista nas 2 primeiras fases, as coisas poderiam ter sido ainda melhores, mas o que se viu foi uma queda extremamente brusca no desempenho da equipe, o que cai naquilo que todo mundo fala antes da competição; oscilações são naturais, mas o time não pode permitir que elas sejam muito bruscas. Basta avaliar a 3ª fase, em que o time avançou aos trancos e barrancos, quando acabou ganhando a vaga devido a uma punição aplicada ao Tupã, e a já referida 4ª etapa, quando conquistou apenas 2 pontos naquelas 6 derradeiras partidas (só pra pontuar, foram 2 empates ante o mesmo Novorizontino; 2 x 2 em Olímpia e 1 x 1 em Novo Horizonte).

Em miúdos, não foi de todo o ruim. Com um pouco mais de organização, e com muito mais estabilidade, o tão sonhado acesso poderia se concretizar. Esse cenário é o ideal, e que até o começo do ano, não vinha se formando. A nosso ver, isso ocorria devido à instabilidade política da diretoria, que passou por um racha; o GAPO, junto dos irmãos Silva, Milton e Airton, e o presidente e vice, Valter Bitencourt e Jesus Ferezim. O Olímpia começou o ano sem saber quem seria sua diretoria, e o GAPO até mesmo cogitou a possibilidade de não continuar no clube. No final das contas, por volta desse mês de fevereiro, as coisas já tinham se definido, com as renúncias de Bitencourt e Ferezim, com os irmãos Silva assumindo esses cargos, com a permanência do GAPO.

Enquanto muitas equipes já começaram a se preparar, o Olímpia vai adotar uma tática, digamos, pouco ortodoxa. Antes mesmo de saberem quem seria o presidente do time, o  técnico já estava definido; Valter Ferreira, treinador que no momento, está à frente do CENE – MS. Até aí, é algo um tanto quanto comum, todavia, Ferreira só assumirá o time em abril, pouco menos de 1 mês do início do certame. Até lá, a preparação da equipe ficará à cargo de auxiliares do técnico, mas há uma lacuna nisso tudo; não achamos dados sobre contratações, até mesmo sobre o plantel como todo. O mais provável é que no momento, a base do elenco virão das categorias amadoras. Se essa for a tônica, não haverão motivos para se animar, dado que o clube foi eliminado na 2ª fase, com duas derrotas para o Assisense, com direito a um inapelável 7 x 2 em Assis. Ainda falta um tempo considerável para o início da competição, mas já é bom ficar esperto.
Mudando de assunto, o Olímpia nos últimos anos vêm se esforçando para atrair o torcedor para o estádio Tereza Breda, e 2013 não foge à regra. A já tradicional eleição para a escolha do melhor horário para os jogos já está sendo feita, e os recentes programas de sócio-torcedor já estão sendo desenvolvidos, e todos esperam que a média de público ultrapasse a casa do milhar.


Agora, com o ambiente político aparentemente pacificado, e com os esforços para se atrair público, poderíamos cravar que o clube iria bem, mas a indefinição técnica não nos permite fazer essa afirmação com muita convicção. Talvez seja só nebulosidade mesmo, e a base do time já esteja bem encaminhada, mas isso só é especulação de nossa parte, e como tal, deixaremos isso de lado. Seja como for, se ano passado apontamos para uma boa campanha, para 2013, no nosso entendimento, o Olímpia vêm como incógnita, mas vale lembrar que grande parte das conquistas do time (especialmente a A2 de 90) se deram em condições extremamente adversas. Resumindo, não sabemos ao certo o que esperar, mas em momento algum o descartaremos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Guia da Segunda Divisão Paulista 2013 – Portuguesa Santista


Se dissermos que 2012 foi o pior ano da história da Portuguesa Santista, acreditem, não estamos exagerando.  Repleto de crises dentro e fora de campo, o simples fato de sobreviver e disputar algo em 2013 já é uma vitória. Normalmente, em uma situação pós-crise, o normal é juntar os cacos e dar tempo ao tempo, contudo, não há margem de tempo quando se está na última divisão do futebol paulista; se 2012 foi um ano horrível, quem 2013 seja maravilhoso e o time dispute a A3 2014. Mesmo que arrume a casa esse ano, caso não suba, outra crise virá, se com as mesmas proporções da vista no ano passado, não é possível saber, mas que virá, virá. Agora que a problemática já foi apresentada, vamos aos fatos;



Nome; Associação Atlética Portuguesa

Estádio; Ulrico Mursa (capacidade para 7,635 espectadores)

Cidade; Santos (419, 757 habitantes)

Títulos; Torneio Início (1926) Fita Azul (1959), Série A2 (1964) e Paulista do Interior (2003)


Sem sombra de dúvidas, a Portuguesa Santista é um dos mais tradicionais times do estado, e talvez, dos que estejam na Segundona, tenha sido o último a brilhar na elite, graças à memorável campanha de 2003, que poderia ter sido ainda mais memorável se a diretoria fosse um pouco mais inteligente. Desfazer-se de parte de seu time na reta final de um campeonato em que as chances de se ganhar não eram desprezíveis é de uma mesquinhez de pensamento que fica difícil medir. Se foi aí que começou a crise, é difícil dizer, mas foi com essa linha de pensamento seguida pela diretoria (o que pode ter vindo de muito antes) que ela surgiu e se intensificou.

Muitos times sofrem uma queda livre, mas não cremos que existam muitos que tenham sofrido uma tão acentuada como a da equipe de Santos. Pode não ter sido abrupta, pois são 9 anos que separam o apogeu do quadro visto atualmente, mas é justamente esse cenário que torna marcante a situação.
Depois de passar perto do acesso em 2011, mais perto dentro do que fora de campo (lembrando; foi o ano da polêmica com o Barretos, que teria colocado em campo um jogador em situação irregular. Foi um episódio bem confuso, que se formos explicar, vai merecer um post inteiro), a Portuguesa ia para 2012 com esperança de sair do quase.

Era certo que a verba continuava curta, mas isso é comum entre os times da Segundona, mas o time ia largar atrás justamente na parte que serve como diferencial nessa divisão; a preparação. Para se ter ideia, somente em abril a diretoria definiu o treinador, no caso, Nenê Belarmino, que chegou a conquistar um acesso com a própria Briosa na metade da década de 90.

Não foi o suficiente para que a equipe apresentasse sequer uma campanha minimamente decente. Foram 10 partidas, e nenhuma vitória, o máximo que conseguiu foi 3 empates em casa, contra o São Bernardo e os rivais regionais São Vicente e Jabaquara, todos em 1 x 1. Ao todo, foram 9 gols marcados e 18 sofridos. A derrota mais pesada foi em ante o Mauaense, um 3 x 0 em Santos. Inesperadamente, a diretoria manteve Nenê Belarmino no comando da equipe por toda a competição, em um possível lampejo de lucidez, pois se o time era fraco, não havia técnico que desse jeito.

Há muito não se via uma campanha tão desastrosa quanto essa, se é que algum dia se viu algo assim lá pelo Ulrico Mursa. Os dirigentes apontaram a falta de investimento e a preparação tardia como os fatores que levaram à péssima campanha, mas muito se falou que a diretoria estava mais preocupada com o social do clube do que com o futebol. Se de fato foi o que ocorreu, podemos dizer que é algo até explicável, dada a situação presente (se é justificável, são outros quinhentos, vai da opinião de quem olhar à fundo a situação). A Briosa teve de ir aos tribunais para assegurar o usufruto de parte de seu patrimônio, que poderia ser perdido devido a uma acusação de ocupação irregular do terreno. A diretoria do clube conseguiu entrar com um recurso, que adia a questão em mais ou menos, uns 10 anos, período em que todos os recursos que podem ser aplicados se esgotarão. O mais provável é que a diretoria entre em acordo com o outro interessado no terreno, no caso, a UNIFESP, para um uso planejado, algo que contemple as duas partes.

Uma campanha ruim é decepcionante, mas superável. Um problema com o patrimônio do clube é mais complicado, demandando mais habilidade para ser superado, mas houve um outro problema, ainda mais preocupante, e diz respeito às categorias de base. A Portuguesa não participou do sub-20, apenas do sub-17, e foi eliminada na 1ª fase, não brigando pela classificação em nenhum momento, mas pelo menos conquistou 2 vitórias, mas ainda assim, esse não foi o ponto mais baixo da ano. No final do primeiro semestre, a Portuguesa foi acusada de perpetrar maus tratos à jovens que faziam parte de suas categorias de base. Ainda em 2011, o Conselho Tutelar da Zona Leste de Santos, graças à uma denúncia anônima, visitou um imóvel na cidade, onde descobriram que 12 adolescentes estavam alojados em um kit net de 40 metros  em condições precárias, sendo privados até mesmo de comida. A Portuguesa se defendeu, afirmando que repudia todo e qualquer tipo de exploração, rompendo o contrato com a empresa com a qual terceirizou o departamento de futebol amador. Além disso, alega que desconhecia o caso, pois o gerenciamento das categorias de base estava sob responsabilidade de Fernando Cezar de Matos, e os jovens, todos oriundos do Pará, foram trazidos para Santos pelo olheiro Ronildo Borges de Souza, contratado pela empresa que cuidava da base do clube. Contudo, a Justiça condenou todos os envolvidos, e a Portuguesa terá de pagar uma indenização às famílias, mas a diretoria do clube irá recorrer da decisão judicial.

Resolvidas (ou não) as pendengas, ainda assim não se sabia se a Briosa daria o ar de sua graça no futebol profissional, mas ainda em 2012, vimos que já estavam pensando no 2013. A sombra da última campanha ainda era grande, então, por quê esperar que as coisas pudessem ser diferentes agora? O clube firmou uma parceria com uma empresa, a Kourusport. Essa empresa possuía uma parceria com o São Vicente, montando o elenco que conquistaria o acesso para a A3 np ano passado. A parceria com o Alvi Negro não foi renovada, nisso, a empresa migrou para o Rubro Verde da  Baixada, e com ela, trouxe uma parte significativa do vice campeão da Segunda Divisão de 2013. Nomes como o meia Epifanio, autor de 6 gols na campanha do acesso do São Vicente, o goleiro Clebão e o zagueiro Natan, este último inclusive já jogou na Portuguesa antes de ir para o Mansuetto Pierotti. Até mesmo o técnico será o mesmo do São Vicente, Cristiano Troísi que começou no futebol (começou mesmo, pois foi no infantil) e como treinador na própria Briosa.

Sem sombra de dúvida, a base que está sendo montada é competente, e aparentemente, tenta-se resolver os problemas administrativos do clube. É difícil dizer se a torcida está otimista, mas pelo menos está esperançosa, devido aos fatores citados nesse parágrafo. De fato, acreditamos que a campanha do ano passado ficou para trás, mas ainda é cedo para colocar a Briosa entre os favoritos ao acesso. Não é o fato da espinha dorsal do time ter subido ano passado que fará o time subir, mas não podemos negar que é um bom indicativo. Dito isso, cravamos uma boa campanha, mas só falaremos de acesso quando a equipe nos der motivos para isso.