sábado, 9 de abril de 2011

O 1º do mundo



A notícia é velha, sim, é verdade, mas vimos que pouca gente a conhecia, e agora ela parece estar mais forte do que nunca. No Pará, mais especificamente na cidade de Marabá, teremos um clássico municipal entre dois times em franca ascensão. O Águia de Marabá, que já ensaia conquistar o 1º título paraense e que ano passado quase subiu pra Série B do Brasileiro, dividirá a atenção da cidade com o Gavião Kyikatejê.




O Kyikatejê é um time criado por índios da tribo de mesmo nome, o que não exclui outros povos indígenas da região, além de não indígenas, como Gil Bala, de Belém, que depois de ir pro Gavião se tornou "Gil Flecha". Depois de conquistar uma série de títulos amadores, decidiram-se pela profissionalização. O presidente Pepkrakte Konxarte diz que é a 1ª, e até hoje, única, equipe indígena profissional do mundo. De sua fundação até o presente, o clube conta com o mesmo treinador; Zeca Gavião, que é o 1º, e até o momentp, único, técnico indígena do país. Em seu primeiro ano, o clube ficou em 7º na 2ª Divisão Paraense, mas ano passado, o clube quase conquistou o acesso para a 1ª Divisão, chegando em 3º.


O nome do clube vem de um hábito do povo Kyikatejê-gavião, que coloca penas de gavião em suas flechas. Também são conhecidos por suas famosas corridas com toras, que realmente exigem um bom preparo físico. Tanto que tais corridas são parte do treinamento adotado pelo preparador físico João Primo, que procura equilibrar o que já vemos no futebol com as tradições indígenas. Os jogadores que não são índios dizem que é díficil se acostumar, mas quando conseguem, afirmam que melhor lugar não há. O dinheiro da tribo vem da uma pensão que a Vale do Rio Doce cede por ter construído uma ferrovia nas terras Kyikatejê. Com esse dinheiro, além de manter o time, construiram casas, além de uma escola, que ensina o português e a língua local. E além disso, já existe um time feminino, que compete nos Jogos Indígenas e em campeonatos amadores, pelo menos por enquanto.


Esperamos um dia ver esse time nos mais altos escalões do futebol brasileiro, e que muitos outros assim possam surgir. Dando os devidos créditos para as fotos, as do time perfilado e da corrida de toras são Cristian Tragni, e as do time feminino são de autoria de Ernesto Rodrigues.





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