segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sobre os Hinos Nacionais

Bem, a Copa do Mundo, além de outros eventos esportivos que envolvem selecionados nacionais, como as Olímpiadas é, por excelência, onde se manifesta com mais intensidade o sentimento de Nacionalismo, pertencimento a uma determinada nação.E um dos elementos mais importantes para isso são os hinos nacionais, simplesmente escritos para estimular esse sentimento, logo, se analisarmos isso com cuidado veremos muitas coisas.
O caso da Espanha é muito interessante, e até mais rápido que os demais.O hino espanhol é só melodia, não possui letra alguma, logo você aí do outro lado me pergunta como se estimula o sentimento de ser espanhol nesse país?Simples, não existe o "ser espanhol".Ora pois, como não existe?A Espanha é uma concha de retalhos, é possível falar em "Espanha" apenas na região de Castela, onde fica Madrid.No resto, são diversas nacionalidades que nada tem a ver com a "Espanha", e tentaremos sincronizar isso com os clubes alguns dos clubes que estavam na 1ª Divisão esse ano, lá vai; Barcelona - Catalunha, Athletic Bilbao - País Basco, Sevilla - Andaluzia, Deportivo La Coruña - Galicia, Osasuña - Navarra, Tenerife - Ilhas Canárias, entre muitos outros.Mas o que isso tem a ver?HÁ, essas regiões não possuem nada, NADA, em comum.Todas tem sua língua, sua cultura, sua culinária, enfim, são diferentes, logo, não podem estar unidas.Mas por quê estão?Por causa do governo central de Madrid, que desde os tempos em que a Monarquia mandava, subjugou essas regiões, passando ainda pelo General/Ditador Franco.Nisso é coerente afirmar que uma das coisas que unem essas regiões entre si é o ódio que elas tem pelo governo central.Então porque não se separam?Porque a maioria não tem condições de caminhar sozinhas, isso porque o governo central as alijou.Desejo por independência existe, basta ver o E.T.A. no País Basco.Mas é bom lembrar que o capitalismo não tem nacionalidade (embora para nós, que vivemos num país periférico, em muitos momentos parece que tem sim), e qual seria o benefício para as elites dessas regiões se separarem do Centro?
Voltando para a questão do hino, seria complicado escrever um que contemplasse todas essas nacionalidades, logo, usa-se uma melodia, mas da Casa Real, só pra lembar para o resto quem manda naquele pedaço de terra.
Legal, mas que tal abordar o caso do Brasil.O hino nacional brasileiro vez por outra em algumas eleições internacionais, é considerado como o que tem a letra "mais bonita", enquanto o françês ganha na melodia.Mas a questão que não quer calar, aquilo tudo foi daquela memo maneira?Existem centenas de debates sobre o processo de independência do Brasil, mas todos afirmam uma coisa; não houve nenhum grito em nenhum corgo em 7 de setembro.O processo de indepência brasileiro teve a peculiaridade de não se basear num sentimento anti-português, mas de um conchavo entre as elites tupiniquins.Só quando as elites portuguesas estavam atrapalhando o projeto econômico da elite local é que uma separação foi pensada.E deve ser pesado também o respeito que se tinha por D. João VI, soberano de Portugal e pai de D. Pedro.Lá pelas tantas, houve em Portugal uma pendenga denominada de "Revolução Constitucionalista do Porto".Vamos trabalhar lentamente com isso; "Porto" porque este foi o epicentro da "Revolução", que por sua vez quer dizer uma ou mais mudanças radicais.O negócio antes dessa revolução era o seguinte, o rei podia fazer quase tudo, ou seja, só não fazia o que atacasse o bom senso (ou seja, causar o caos de alguma maneira, o resto podia), num negócio que tem como nome técnico " Absolutismo".E "Constitucionalista" porque bota uma constituição, o que impede isso.
Nisso, D. João VI volta para Portugal, e deixa seu filho Pedro no c0mando por aqui.Ah, é bom citar que o rei de Portugal só veio pra cá porque o exército françês de Napoleão tinha ocupado Portugal, e embora isso faça parte do mesmo contexto, não é o foco aqui, não hoje.Bem, voltando um pouco, quando da proclamação da independência, que ninguém sabe ao certo quando aconteceu, mas que não foi no 07/09, o sentimento de emputecimento não foi contra o monarca portugês, mas contra os setores da elite portuguesa que promoveram essa rebelião.E os conflitos que daí se seguiram não foram contra o exército real portugues, mas contra as forças constitucionalistas portuguesas.Ou seja, não havia o desejo de se separarde Portugal, mas sim desse negócio de Constitucionalismo, e pedengas comerciais são resevolvidas com negociações.
Já destrinchamos o "Ouviram do Ipiranga...", e o "(...) de povo heróico o brado (grito) retumbante (eu acho que é "alto").Nisso tudo, onde vimos a participação do grosso da população brasileira, os escravos, índios ou trabalhadores pobres?Simples, em lugar nenhum.Não importava quem estaria no comando, seriam explorados de qualquer jeito.Mas como sempre se tem medo do povo, não se dão motivos para este se organizar e se rebelar.Logo, era preciso lhes dar um sentimento, uma sensação, a de "ser brasileiro".Por isso construir uma história oficial da independência, para "gerir possíveis conflitos".
Bem, e tem mais...mas não pra agora.Até mais...

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