domingo, 18 de dezembro de 2011

Uma Segunda Chance

Se há um negócio que é contestado no futebol, é a arbitragem. O árbitro só é perfeito quando não aparece no jogo. Quando ele aparece, é por quê houve algum erro, coisa normal do ser humano. Mas se ele erra, é tido como tendencioso, ladrão, e por aí vai (se bem que em alguns casos, isso realmente acontece). Esse cenário desencoraja postulantes a juiz de futebol.

A Federação Argentina se deu conta de que a reposição de árbitros não estava lá muito rápida. Então decidiu fazer um experimento pioneiro no mundo; dar aulas de arbitragem em presídios. Sim, isso mesmo. No mundo inteiro, há essa discusão de como reintegrar um ex-detento à sociedade e ao mercado de trabalho, para que ele não veja o crime como uma opção para se sustentar (desconsideramos o meliante que comete crimes sem a necessidade de ganhar a vida), e consequentemente, voltar para a prisão.

A penitenciária escolhida foi a de La Plata, que tem tradição a incentivar os presos a praticarem esportes. As aulas são ministradas pelo árbitro Luis Belatti, que integra o quadro de arbitragem da AFA. As aulas são ministradas na prisão mesmo, contando com aulas teóricas e práticas. Eventualmente ocorrem alguns problemas, nada relacionado a disciplina, mas por exemplo, um dia certo aluno não pode fazer o teste teórico, pois no mesmo dia seria seu juízo. Antes de pedir que o teste fosse aplicado em outro dia, ele foi verificar se o julgamento é que pudesse ser adiado. Bellati conta que quando ministra as aulas, ignora o motivo que levou os detentos à prisão, apenas ensina algo que pode ajudá-los quando sairem.

Até o momento, nenhum ex-detento apitou algum jogo de qualquer competição organizada pela AFA, mas esperamos, ou melhor, torcemos, para que esse dia chegue...

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