domingo, 19 de setembro de 2010

ABC


Ontem, dia 18 de setembro, foi o aniversário do Esporte Clube Santo André, que em apenas 43 anos, conseguiu várias conquistas, sobretudo contra times grandes. Campeão por 3 vezes da Série A2 (75, 81 e 08), o time já não faz só figuração na Elite do Paulistão.

O Ramalhão conseguiu calar grandes torcidas em sua história. Primeiro foi com o Palmeiras, na Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2003, e nesse mesmo ano ganharia a Copa Paulista. Essa seria a geração de ouro do time, que viria a conquistar o título mais importante da história da equipe. O Santo André se classificou para a Copa do Brasil de 2004 com o título da Copa Paulista, e conforme ia vencendo os jogos, ia conquistando respeito. Primeiro passou por Novo Horizonte de Goiás, com um 5 x 0 na casa do rival, e logo depois viria o 1º grande, o Atlético Mineiro, que tomou de 3 x 0 em Santo André, e conseguiu vencer o time do ABC em BH, mas por 2 x 0. Depois veio o Guarani de Campinas, e conseguiu empatar em 1 x 1 no Brinco de Ouro da Princesa, bastando o 0 x 0 no jogo de volta. Depois outro jogo, contra o mesmo Palmeiras que foi superado no ano anterior. 4 x 4 no Palestra Italia e 3 x 3 no Bruno Daniel e vaga para o ECSA. Depois, o jogo tido como o mais difícil para a torcida, contra o XV de Novembro de Campo Bom, RS, liderado pelo até então desconhecido Mano Menezes. Os gaúchos conseguiram vencer por 4 x 3 em SP, e o time paulista estava em situação complicada, tendo de vencer fora de casa, o que foi feito: 3 x 1.

O Santo André estava na final, contra o tradicional Flamengo, que estava passando por uma fase difícil, com uma péssima campanha no Brasileirão, mas ainda era o Flamengo. E mesmo tendo chegado tão longe, muitos ainda subestimavam o Santo André (principalmente Galvão Bueno, torcedor do Flamengo). Estranhamente, o Santo André optou por jogar a primeira partida em casa, indo decidir fora. Um empate em 2 x 2 em SP reforçou a tese de que o clube do ABC não seria pareo para o Flamengo. Os jogadores do Santo André diziam que se tivessem optado por decidir em casa, iriam se defender no Rio, e deixando o Flamengo atacar, seriam derrotados. Logo, inverteram os papéis com o Flamengo. Com o placar favorável para o jogo no Maracanã, e com mais de 70 mil torcedores, os flamenguistas tinham certeza da vitória, e uma festa já havia sido planejada. O Flamengo só se defendia, apostando em contra-ataques, e o Santo André truncava o meio. Como toda a final, foi um jogo tenso, mas o 1º tempo desse foi feio.
12 anos sem títulos a nível nacional. Esse era o peso que o Flamengo carregava nas costas, e que começava a pesar nos ombros dos jogadores rubro-negros, que começaram a ficar visivelmente nervosos. O Santo André passou a usar desse nervosismo, e logo no começo do 2º tempo, marcou o 1º gol, Sandro Gaúcho, de cabeça, livrinho, livrinho. O Santo André passou a ficar no contra-ataque, e o Flamengo desesperado, passou a atacar de maneira desconexa e esdruxúla, o que deu espaço para um contra-ataque do Santo André, que virou gol nos pés de Élvis. O Maracanã estava calado, ou melhor, nem tão calado, pois os 300 torcedores do Santo André que foram para lá eram claramente escutados. Galvão devia estar com uma cara que daria gosto de se ver (como numa derrota do Flamengo contra o Palmeiras, em 98, em que o Porco deveria fazer 3 gols em 15 minutos, e o narrador afirmava com todas as palavras que o jogo já estava ganho para os cariocas, mas não foi bem assim...). E o Santo André levantou a taça, era o mais novo campeão do Brasil. Estava garantido para a Taça Libertadores da América.

No torneio continental, o Santo André caiu num grupo com Cerro Porteño, do Paraguai, com o Deportivo Táchira, da Venezuela, e mais uma vez com o Palmeiras. O Santo André ficou em 3º, apenas um ponto atrás do Palmeiras, o 2º. O que acabou custando foi uma derrota de 3 x 0 para o Deportivo Táchira na Venezuela, na primeira partida em torneios internacionais do clube, que acabou se refletindo em nervosismo. Pra se ter idéia da superioridade do time brasileiro, este venceu os venezuelanos por 6 x 0 em SP. Nesse mesmo ano, o time seria o 4º no Campeonato Paulista, e na Série B do Brasileiro não consehuiu o acesso.

O time ficaria nessa toada até 2010. Campeonato Paulista, o Santos havia montado um time que encantava, mas os andreenses não estavam atrás, e os dois foram amplamente superiores aos rivais. Nas semifinais, sufoco contra o Grêmio Prudente, mas os prudentinos não conseguiram superar o time do ABC. Nas finais, o ECSA foi claramente prejudicado pela arbitragem e pelo anti-jogo do Santos, tanto que apenas os santistas (nem todos, para ser justo) consideram o time da Baixada campeão.

O Ramalhão (nome baseado em João Ramalho, bandeirante, e para os escritores desse artigo, persona non grata) passa por momento difícil na Série B, ameaçado pelo rebaixamento, muito devido à política da diretoria, que está na SAGED, empres que gera o time, e como toda a empresa, está apenas preocupada com o lucro. A torcida reclama que grande parte da diretoria sequer é andreense, e não respeita o clube e sua torcida, vendendo jogadores importantes quando o clube está bem, vendendo mando de jogos paar lugares distantes, entre outras atitudes impopulares. A torcida não é grande em número, mas é gurreira, e se depender deles, o Santo André escapará do rebaixamento, e conseguirá muito mais.

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