quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cobertura

Recentemente tivemos o Mundial de Futebol Feminino Sub-17, no qual a Seleção Brasileira fez uma campanha ridícula, mostrando como a modalidade é largada às traças aqui, e que o "Fenômeno Marta e o Pan Americano de 2007" foi efêmero. A própria cobertura da competição foi esculachada, com VT 's sendo exibidos em horários ingratos, como 3:00 h da manhã. Tá bom que é um sub-17, mas se lembrarmos da cobertura da competição sub-17 e sub-20 masculina, vemos a disparidade, ainda mais que nesses últimos contou-se com a presença de Alexandre Pato entre outros jogadores, que por méritos próprios ou não, eram os queridinhos da mídia. Realmente, não sei se incomoda ver uma Seleção Feminina em que a base seja da Ferroviária de Araraquara, ainda que tivessem jogadoras do Santos.
Até agora não vimos uma nota sobre a Copa do Brasil de Futebol Feminino, sendo que esta está nas quartas de final. O estado de SP contou com apenas 3 representantes; Santos, Francana e Botucatu, sendo que este último só se dedica ao futebol feminino. Destes, apenas o Santos permanece, e irá jogar com o Foz do Iguaçu. Os outros confrontos são; São Raimundo-AM x Mixto-MT, Vitória-PE (este também se dedica ao futebol masculino, mas o feminino é tão prestigiado que uma estrela rosa foi colocada no escudo do time em homenagem ao título pernabucano da categoria) x São Francisco-BA, e ASCCOP-BR x Botucatu ou CEPE-Caxias-RJ.
Lembramos também que este foi um dos poucos veículos que abordaram a estadia da Seleção Palestina Sub-20 por aqui (http://futebolinteriorano.blogspot.com/search/label/Futebol%20Feminino). A cobertura do futebol feminino é muito esculhambada. Por exemplo, até os campeonatos de base que passam na Rede Vida tem mais audiência que os femininos exibidos pela mesma emissora.
Alguns argumentam sobre a falta de qualidade técnica, argumento que recentemente já foi posto em cheque. No já referido Mundial, as asiáticas dominaram. Uma semifinal foi Japão x Espanha, e a outra foi tensa, em todos os sentidos; Coréia do Norte x Coréia do Sul. Vale salientar que as norte-coreanas tem uns dos times mais fortes do mundo, começaram a participar de competições da FIFA apenas no séc. XXI, e já colecionam 1 título e um vice no sub-20 e 1 sub-17. Na final entre Coréia do Sul x Japão, na qual as sul-coreanas acabaram com título, várias presepadas das goleiras ocorreram, principalmente devido a uma questão que os especialistas vem colocando; é trave de mais e goleira de menos. Atualmente, no futebol masculino, 1,80 m é uma estatura considerada razoável, abaixo disso, o arqueiro terá de fazer milagre. O folclórico mexicano Jorge Campos, no alto (ou baixo) de seus 1,68 compensava com elasticidade e agilidade, mas nunca foi um bom pegador de pênaltis, pois era fácil tirar a bola dele. Especialistas argumentam que é extremamente raro mulheres passarem do 1,80, além do fato das mulheres não terem a capacidade de impulsão e explosão física dos homens, logo, as dimensões das traves deveriam ser menores, e as bolas deveriam ser mais leves, pois vários esportes como o tênis, o vôlei e o basquete contam com adaptações para as mulheres. Seja como for, o debate está longe de terminar.
Até lá, esperamos que o futebol feminino saia dessa posição periférica.

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