sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sobre a Co-Propriedade

Esse é um tipo de coisa que pode ocorrer em qualquer lugar, qualquer hora, e das mais variadas maneiras. Elas pode ser pequenas, que são as que mais ocorrem, e todos estão sujeitos a elas, e caso caiam, não será algo taxado como "estupidez". Mas também ocorrem aquelas que podemos classificar como meteóricas, daquelas que serão lembradas por séculos.

E foi justamente isso que aconteceu a relativamente pouco tempo, na Itália. A Itália possui um sistema único de posse de direitos federativos de jogadores; a co-propriedade. Por exemplo, dois clubes dividem os diretos por um atleta, ficando cada um com 50%. Esse acordo vigorará por um prazo que será discutido pelos dois clubes, e ao final desse prazo, caso não haja um acordo, haverá uma definição, que é feita da seguinte maneira; numa reunião com representantes da Federação Italiana, os dois clubes mandam envelopes com valores para a Federação, e o clube que mandar a maior proposta ficará com a totalidade desses direitos.

No final de junho, havia uma discussão envolvendo o Bologna e a Internazionale de Milão, em torno do goleiro Viviano. Viviano está em destaque, é reserva de Buffon na seleção italiana, e já tem o status de "um dos melhores goleiros do país". Tendo isso dito, a pendenga não era infundada, e nenhum dos dois lados queria abrir mão dos serviços do goleiro. Nisso, uma reunião foi marcada, e lá foram os envelopes. Os diretores da Inter mandaram uma proposta de 4, 1 milhões de euros. Por sua vez, o Bologna pretendia mandar uma proposta de 4, 7 milhões. Porém, Stefano Pedrelli, diretor do Bologna, escreveu errado, e mandou uma proposta de 2, 35 milhões.

O prejuízo foi imenso para o Bologna. Além de virarem motivo de piada não só na Itália, perderem um goleiro extremamente qualificado, que poderia render muito numa possível futura negociação. Pedrelli pediu demissão, mas a diretoria não permitiu que ele efetivasse o pedido.

Além desse, houve um outro caso parecido, o do meio-campista Mannini e os clubes que detinham seu passe, Napoli e Sampdoria de Gênova. A Samp foi rebaixada, e ele poderia ser útil, mas o clube não tem dinheiro. O Napoli, por sua vez, disputará a Liga dos Campeões da Europa, uma competição que está acima do nível técnico do atleta. Mannini, ao contrário de Viviano, não é um selecionável, no máximo, é um jogador mediano-pra-baixo. Ou seja, nenhum dos lados queria os serviços do atleta, e como o contrato ainda vale, não poderiam liberar o atlera sem pagar uma rescisão. Nisso, na reunião, os diretores do Napoli mandaram um envelope com uma proposta de 0 euro, crentes de que a Samp mandaria qualquer coisa. Não foi o que aconteceu. Os diretores da Samp, porém, nem proposta mandaram. Logo, Mannini irá pro Napoli numa situação que nenhum dos lados ficará satisfeito.


Pretendíamos tecer algum comentário sobre isso, mas não o faremos. Tendo isso dito, fim de papo.

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