segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Desprestensão...

No mundo do futebol, existem algumas coisas que se não são estabelecidas, fazem parte do senso comum, pelo menos. Algumas delas são os requisitos para a fundação de um clube. São necessários uma série de patrimônios, materias e imaterias. Entre os materias, podemos colocar o espaço próprio, no caso, uma sede administrativa, um ponto de encontro para as pessoas envolvidas com o clube, nem que for uma casa, um puxadinho serve. Tão, ou até mais importante que a sede, é o campo em si, afinal, se não fosse isso, onde o time jogaria? Entre os patrimônios materias, podemos colocar o material para o jogo; uniformes, caneleiras, luvas, bolas, o básico. Quanto aos imateriais, todo o clube tem um distintivo. Alguns, não bastando 1, possuem 2. Mas 1 é suficiente. Além disso, cores próprias, que possam tornar o clube notável, diferenciável, e elas podem ser tanto as cores da localidade do clube, ou uma homenagem a sabe-se lá ao que, de lugar distante à figura célebre do cenário do momento. Ah, e claro, o hino. Ah, o hino, música que serve para enaltecer o clube. Na maioria dos casos, o hino é composto ao mesmo tempo que o clube é fundado, mas existem excessões.

Por exemplo, todos os clubes do Rio possuiam hinos próprios, bem formas e coisa e tal. Um belo dia, a pedido das rádios da cidade, o compositor Lamartine Babo escreveu o hino de todos os clubes do Rio que estavam na 1ª Divisão. As músicas que Lamartine Babo escreveu ficaram tão populares que acabaram por ser reconheçidas como o hino dos clubes, não de maneira oficial, pra variar, o que é estranho, pois até a diretoria dos clubes os aceitam. Eventualmente, alguns são modificados, como o do Botafogo, que depois de uma briga com o Fluminense, foi reconheçido campeão carioca de 1907, o que forçou a mudança na letra (que de “Campeão desde 1910” ficou “Campeão de 1907”, o que fez com que a rima se perdesse). Mas existem os mais radicais, como a Portuguesa. A Portguesa sempre teve a fama de time simpático, querido pelos paulistanos, e isso se refletia em seu hino, de clima bem amistoso. A diretoria da Lusa, querendo dar uma levantada no brio de jogadores e torcedores, encubiu um ilustre torcedor, no caso Roberto Leal, a escrever algo que tivesse espírito combativo. Leal assumiu a missão, e podemos dizer que cumpriu com louvor, pois o novo hino teve uma aceitação bacana, mas não substituiu o antigo, pelo menos não para os torcedores.

Mas quando alguém escreve uma música para o clube sem a intenção dela se tornar um hino? É o caso de Antonello Venditti, torcedor da AS Roma. Pra começo de conversa, quem é Antonello Venditti? É um cantor e compositor italiano, muito popular por lá, que ao longo da carreira demonstrou preocupação com causas socias. Mas nos países que não falam italiano, ele é mais conhecido por sua obra “musical futebolística”, ou melhor, obras, mais especificamente, duas; “Roma, Roma, Roma” e “Grazie Roma”.

Ele compôs as duas no mesmo momento; quando a Roma ganha seu segundo título nacional, depois de um jejum de 40 anos. Ele só escreveu para extravassar, para comemorar. Mas as músicas fizeram muito sucesso, até mesmo fora da capital, o que á algo notável se considerarmos o forte regionalismo italiano. A primeira tornou-se o hino oficial do clube, sendo tocada antes de todo o jogo. A segunda é uma espécie de “2º hino”, sendo tocado no estádio toda vez que a Roma vence.

Cremos que a chave do sucesso das canções é o grau de emotivadade que carregam. Como já salientamos, foram 40 anos sem ganhar o campeonato nacional. Pra não dizer que nesse meio tempo a Roma não ganhou nada, foram 4 Copas da Itália, o que podemos dizer que é pouco. O grau de emoção nas músicas é surpreendente, sendo que muitos podem achar piegas (a própria palavra é brega e piegas, mas não conseguimos pensar em outra melhor), e ainde que exalte alguma grandeza, fundamentalmente é o retrato do sentimento de um torcedor pelo clube, coisa que só poderia ser obtida com a “não-intenção” de escrever a música como um hino formal. Seja como for gostamos da ideia, e a incentivamos, somente para os outros, pois não temos nenhuma vocação musical...

Para quem quiser ver, colocaremos alguns links aqui. Não encontramos muitas traduções, então pegamos emprestado as do Cifra Club, do Terra. Não somos os maiores conhecedores de italiano do mundo, mas cremos que estão boas. Seja como for, aí vão;


Roma, Roma, Roma http://letras.terra.com.br/antonello-venditti/41692/traducao.html

Grazie Roma http://letras.terra.com.br/antonello-venditti/578120/traducao.html


Cremos ser uma boa colocar algo da torcida cantando isso, então aí vai;

http://www.youtube.com/watch?v=KRFs3vuqopM

http://www.youtube.com/watch?v=9i6F1YHYbSg&feature=related

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